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04/05/2001
-
08h00
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
O racionamento vai fazer as indústrias de São Paulo recorrem ao mercado livre de energia, o que vai aumentar seus custos, avalia a Fiesp. Pior: a Federação das Indústrias de São Paulo alerta que tal aumento de custos pode ser repassado aos preços finais, ao consumidor.
A falta de energia pode fazer ainda com que as empresas tenham de parar a produção por determinados períodos, segundo avalia a direção da Fiesp.
"Teremos um aumento de custos para as empresas se elas precisarem usar energia excedente, e isso pode ser repassado", afirmou ontem a diretora da entidade Clarice Messer.
A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) já anunciou ontem que deverá pedir revisão extraordinária das tarifas de energia para compensar o impacto do racionamento nas suas contas.
O governo está discutindo há meses formas de economizar energia e começou a desenhar um projeto de racionamento nacional. Isso porque o nível de água dos reservatórios do país atingiu um dos patamares mais baixos dos últimos anos, o que compromete a geração de energia.
Como solução para essa crise, o governo deve definir cotas de venda de energia para as empresas. Quem precisar de energia além de sua cota pagará mais por isso. Quem consumir menos pode ter desconto. A previsão do governo é que a redução no consumo em São Paulo gire em torno de 15% nos próximos meses.
Em alguns setores da economia, os custos finais dos produtos dependem em grande parte das despesas com energia. Cerca de 40% do total dos gastos da indústria de metalurgia, por exemplo, devem-se ao pagamento da conta de energia da empresa.
Ainda há outros riscos que o país corre com a possibilidade de racionamento, na avaliação da Fiesp. "Pode haver uma paralisação da produção das indústrias por alguns períodos, e essa parada das linhas de produção vai influir no desempenho do setor", afirma Clarice.
Os setores que poderão ser atingidos estão em franca expansão de vendas e em sua atividade industrial até o momento. A indústria de metalurgia -composta por companhias como a Alunorte e a CBA - tem contratado pessoal e cresceu mais de 14% de janeiro a março.
O setor siderúrgico -grande consumidor de energia- também está em fase de crescimento, assim como as empresas de papel e papelão (área de celulose), que em março sofreu expansão de 1,2% em sua atividade produtiva, segundo balanço da Fiesp.
O racionamento de energia já é considerado inevitável pelo governo do Estado. De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema), os reservatórios estão nos níveis mais baixos. Na região Sudeste, o nível dos reservatórios está em 31,81%.
Com isso, não só a indústria será afetada como também os consumidores finais, informa a secretaria. Com isso, o consumidor poderá ser punido duas vezes.
Em primeiro lugar, com o racionamento de energia em suas casas. E, em segundo, com o aumento dos preços dos produtos, caso a indústria acabe por repassar a elevação nos gastos com energia ao bolso do brasileiro.
De acordo com a Fiesp, a desvalorização do real e o aumento de juros estão pressionando os custos das companhias, mas alguns setores ainda tentam "segurar" os aumentos.
Racionamento pode gerar inflação, diz Fiesp
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da Folha de S.Paulo
O racionamento vai fazer as indústrias de São Paulo recorrem ao mercado livre de energia, o que vai aumentar seus custos, avalia a Fiesp. Pior: a Federação das Indústrias de São Paulo alerta que tal aumento de custos pode ser repassado aos preços finais, ao consumidor.
A falta de energia pode fazer ainda com que as empresas tenham de parar a produção por determinados períodos, segundo avalia a direção da Fiesp.
"Teremos um aumento de custos para as empresas se elas precisarem usar energia excedente, e isso pode ser repassado", afirmou ontem a diretora da entidade Clarice Messer.
A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) já anunciou ontem que deverá pedir revisão extraordinária das tarifas de energia para compensar o impacto do racionamento nas suas contas.
O governo está discutindo há meses formas de economizar energia e começou a desenhar um projeto de racionamento nacional. Isso porque o nível de água dos reservatórios do país atingiu um dos patamares mais baixos dos últimos anos, o que compromete a geração de energia.
Como solução para essa crise, o governo deve definir cotas de venda de energia para as empresas. Quem precisar de energia além de sua cota pagará mais por isso. Quem consumir menos pode ter desconto. A previsão do governo é que a redução no consumo em São Paulo gire em torno de 15% nos próximos meses.
Em alguns setores da economia, os custos finais dos produtos dependem em grande parte das despesas com energia. Cerca de 40% do total dos gastos da indústria de metalurgia, por exemplo, devem-se ao pagamento da conta de energia da empresa.
Ainda há outros riscos que o país corre com a possibilidade de racionamento, na avaliação da Fiesp. "Pode haver uma paralisação da produção das indústrias por alguns períodos, e essa parada das linhas de produção vai influir no desempenho do setor", afirma Clarice.
Os setores que poderão ser atingidos estão em franca expansão de vendas e em sua atividade industrial até o momento. A indústria de metalurgia -composta por companhias como a Alunorte e a CBA - tem contratado pessoal e cresceu mais de 14% de janeiro a março.
O setor siderúrgico -grande consumidor de energia- também está em fase de crescimento, assim como as empresas de papel e papelão (área de celulose), que em março sofreu expansão de 1,2% em sua atividade produtiva, segundo balanço da Fiesp.
O racionamento de energia já é considerado inevitável pelo governo do Estado. De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema), os reservatórios estão nos níveis mais baixos. Na região Sudeste, o nível dos reservatórios está em 31,81%.
Com isso, não só a indústria será afetada como também os consumidores finais, informa a secretaria. Com isso, o consumidor poderá ser punido duas vezes.
Em primeiro lugar, com o racionamento de energia em suas casas. E, em segundo, com o aumento dos preços dos produtos, caso a indústria acabe por repassar a elevação nos gastos com energia ao bolso do brasileiro.
De acordo com a Fiesp, a desvalorização do real e o aumento de juros estão pressionando os custos das companhias, mas alguns setores ainda tentam "segurar" os aumentos.
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