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06/05/2001 - 08h05

Distribuidoras de gás natural pretendem expandir investimentos no país

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da Folha de S. Paulo

As companhias distribuidoras de gás natural, que transportam o combustível até as indústrias e as residências, a exemplo dos seus fornecedores, traçam também seus planos para expandir os negócios no Brasil.

São elas as responsáveis pelos investimentos nas tubulações, que possibilitam transportar o combustível até as fábricas e as residências. Assim como no setor que fornece o gás natural, grupos estrangeiros estão de olho no mercado brasileiro.

A Comgás, que tem como acionista majoritária a BG (antiga British Gas), é um exemplo. A empresa tem concessão para vender gás na região metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e interior do Estado desde 99, quando foi privatizada.

Ela comercializa 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia, adquiridos da Petrobras. E planeja elevar esse volume para 7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia neste ano _ainda mais agora que a sua controladora, a BG, está autorizada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) a trazer gás da Bolívia para o Brasil por meio do gasoduto Bolívia-Brasil.

Vantagens
"O mercado quer o gás natural", afirma Mário Rosito, diretor para o mercado industrial da Comgás. As vantagens, segundo ele, são que o gás natural é um combustível menos poluente e possibilita que os equipamentos pelos quais ele passa tenham uma manutenção mais fácil.

Até o final deste ano, diz, cerca de 75% do mercado industrial da região que abastece deverá estar suprida. A empresa comercializa gás para 560 indústrias e pretende elevar esse número para cerca de 700 indústrias até o final do ano.

O que falta crescer muito ainda, segundo Rosito, é o mercado residencial. Dos 6,3 milhões de residências da área de concessão da Comgás, apenas 325 mil estão abastecidas com gás natural.

Para viabilizar a expansão dos seus negócios, a Comgás vai investir R$ 200 milhões em um ano para instalar 320 quilômetros de tubulações, especialmente na região de Campinas, Sumaré, Rio Claro e Jaguariúna.

A Comgás, segundo Rosito, tem contrato de longo prazo com a Petrobras. O gás natural que receberá este ano, diz, será suficiente para distribuir até o final de 2001.

Agora, quando precisar de gás extra, a empresa vai levar em conta as opções. "Não queremos ser obrigados a comprar só da Petrobras ou só da BG. Vamos ver quem será mais competitivo", afirmou Rosito.

Quem também quer crescer na distribuição de gás no país é a Gás Brasiliano, subsidiária da Snam, empresa do grupo italiano Eni, que também controla a Agip, distribuidora de petróleo.

A empresa entrou no Brasil em novembro do ano passado, com permissão para abastecer a região noroeste do Estado de São Paulo. Por enquanto, tem alguns poucos clientes em São Carlos e Descalvado. São 80 quilômetros de tubulações para transporte de gás.

Em quatro anos, tem planos para levar aos clientes 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, especialmente para as indústrias.

"Com as termelétricas, esse volume deve aumentar em mais 10 milhões de metros cúbicos por dia", afirma Marcello Agostini, diretor-geral da Gás Brasiliano.

"Queremos crescer, só que o Estado é quem domina a distribuição de gás no país. Dependemos dos programas de privatização." O interesse da empresa é nas regiões de Minas Gerais e Bahia.

A Gás Natural, empresa de origem espanhola responsável pelo abastecimento do sul do Estado de São Paulo (a concessão foi obtida em abril do ano passado), também quer disputar a venda de gás no país.

Ela está no Brasil desde 1997, quando participou de um consórcio para aquisição da CEG (Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro) e da CEG-Rio (área metropolitana).

A partir de setembro, pretende distribuir gás nas cidades de Itu, Salto, Sorocaba e Votorantim _cerca de 300 mil metros cúbicos por dia. Mas, para viabilizar a distribuição, depende ainda de licenças ambientais para dar início à construção das tubulações.

Os pedidos foram feitos em janeiro, mas ainda não houve liberação, informa Secundino Muñoz, diretor-geral da Gás Natural.

Além de ter de esperar pela licença, a empresa está preocupada com o preço do gás, atrelado ao dólar. "Gostaríamos que o preço do gás fosse atrelado ao do óleo combustível. Assim não teríamos tanta dificuldade para competir."
 

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