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08/05/2001
-
08h37
FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S.Paulo
As distribuidoras de energia elétrica devem sugerir hoje à Comissão Nacional de Política Energética (CNPE) que o corte no consumo de eletricidade seja implementado já, no lugar do sistema de racionamento por cotas que era proposto pelo governo até as 19h de ontem.
O corte de energia, na análise de dez distribuidoras que discutiram o assunto no final de semana, é mais simples de ser executado, além de não implicar aumento de custos. Segundo a Folha de S.Paulo apurou, as distribuidoras não queriam alterar os programas de computador que emitem as contas, o que tomaria no mínimo um mês e meio _ainda de acordo com as distribuidoras de energia.
Na fatura da conta de luz deve constar o tamanho do corte e quanto cada residência ou empresa pode consumir.
As distribuidoras também teriam de investir em um departamento _os chamados "call centers"_ para prestar esclarecimentos ao consumidor. Por exemplo, o que ele pode fazer para consumir menos energia e não ultrapassar a sua cota.
Se viesse a vigorar o racionamento, as distribuidoras seriam responsáveis, ainda, pelo esclarecimento à população, por meio de uma campanha publicitária.
Para as distribuidoras, o corte da energia em dias e horários determinados evitaria uma boa parte do trabalho e dos gastos para implementar o racionamento de energia. O que elas teriam de fazer, no caso do corte, é anunciar com antecedência dias, horários e locais que ficariam às escuras.
Elas chegaram à conclusão de que é melhor que o corte de energia aconteça já, porque o consideram inevitável. Apenas o racionamento, afirmam, não surtiria o efeito desejado _uma redução de 20% no consumo.
A Folha de S.Paulo apurou que as concessionárias de energia poderiam fazer o corte de energia por trechos e não por regiões. A idéia não é deixar às escuras um bairro inteiro, mas trechos de vários deles ao mesmo tempo, por exemplo.
As distribuidoras estavam preocupadas com a queda de receita que teriam de enfrentar no período do racionamento e também queriam discutir o ressarcimento dos gastos que teriam com o programa.
Luiz Carlos Guimarães, diretor-executivo da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), diz que as concessionárias estavam muito preocupadas com o pouco tempo que teriam para implantar o sistema de cotas.
"A preocupação maior nem é com a perda de receita, como muita gente pensa, mas com o relacionamento com os consumidores", afirma Guimarães. Além de a distribuidora ter de alterar programas para emissão de contas, diz, ela teria de treinar pessoal para que eles façam os cálculos e também saibam explicar como eles são feitos para os clientes.
Para as distribuidoras, a crise que o país enfrenta hoje no setor de energia não é resultado apenas da falta de chuvas, mas da falta de investimentos e de regras claras para o setor.
Uma das maiores concessionárias do país informa que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não está cumprindo o que foi acertado no contrato de concessão, com a privatização das empresas do setor.
No contrato, segundo essa distribuidora, há uma cláusula que prevê, por exemplo, revisões extraordinárias de tarifas quando há grandes desequilíbrios, como aumentos de custos não previstos. Até agora, dizem, isso apenas aconteceu na época da desvalorização do real, em 99.
O atraso na revisão de tarifas, segundo as concessionárias, já resulta, no caso de dez distribuidoras, em custos da ordem de R$ 700 milhões que ainda não foram repassados, a contar de 1998.
Distribuidoras de energia querem começar apagão já
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da Folha de S.Paulo
As distribuidoras de energia elétrica devem sugerir hoje à Comissão Nacional de Política Energética (CNPE) que o corte no consumo de eletricidade seja implementado já, no lugar do sistema de racionamento por cotas que era proposto pelo governo até as 19h de ontem.
O corte de energia, na análise de dez distribuidoras que discutiram o assunto no final de semana, é mais simples de ser executado, além de não implicar aumento de custos. Segundo a Folha de S.Paulo apurou, as distribuidoras não queriam alterar os programas de computador que emitem as contas, o que tomaria no mínimo um mês e meio _ainda de acordo com as distribuidoras de energia.
Na fatura da conta de luz deve constar o tamanho do corte e quanto cada residência ou empresa pode consumir.
As distribuidoras também teriam de investir em um departamento _os chamados "call centers"_ para prestar esclarecimentos ao consumidor. Por exemplo, o que ele pode fazer para consumir menos energia e não ultrapassar a sua cota.
Se viesse a vigorar o racionamento, as distribuidoras seriam responsáveis, ainda, pelo esclarecimento à população, por meio de uma campanha publicitária.
Para as distribuidoras, o corte da energia em dias e horários determinados evitaria uma boa parte do trabalho e dos gastos para implementar o racionamento de energia. O que elas teriam de fazer, no caso do corte, é anunciar com antecedência dias, horários e locais que ficariam às escuras.
Elas chegaram à conclusão de que é melhor que o corte de energia aconteça já, porque o consideram inevitável. Apenas o racionamento, afirmam, não surtiria o efeito desejado _uma redução de 20% no consumo.
A Folha de S.Paulo apurou que as concessionárias de energia poderiam fazer o corte de energia por trechos e não por regiões. A idéia não é deixar às escuras um bairro inteiro, mas trechos de vários deles ao mesmo tempo, por exemplo.
As distribuidoras estavam preocupadas com a queda de receita que teriam de enfrentar no período do racionamento e também queriam discutir o ressarcimento dos gastos que teriam com o programa.
Luiz Carlos Guimarães, diretor-executivo da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), diz que as concessionárias estavam muito preocupadas com o pouco tempo que teriam para implantar o sistema de cotas.
"A preocupação maior nem é com a perda de receita, como muita gente pensa, mas com o relacionamento com os consumidores", afirma Guimarães. Além de a distribuidora ter de alterar programas para emissão de contas, diz, ela teria de treinar pessoal para que eles façam os cálculos e também saibam explicar como eles são feitos para os clientes.
Para as distribuidoras, a crise que o país enfrenta hoje no setor de energia não é resultado apenas da falta de chuvas, mas da falta de investimentos e de regras claras para o setor.
Uma das maiores concessionárias do país informa que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não está cumprindo o que foi acertado no contrato de concessão, com a privatização das empresas do setor.
No contrato, segundo essa distribuidora, há uma cláusula que prevê, por exemplo, revisões extraordinárias de tarifas quando há grandes desequilíbrios, como aumentos de custos não previstos. Até agora, dizem, isso apenas aconteceu na época da desvalorização do real, em 99.
O atraso na revisão de tarifas, segundo as concessionárias, já resulta, no caso de dez distribuidoras, em custos da ordem de R$ 700 milhões que ainda não foram repassados, a contar de 1998.
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