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09/05/2001 - 10h56

300 mil casas ficam sem luz na Califórnia

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da Folha de S.Paulo

A Califórnia voltou a ser atingida por blecautes ontem, após as reservas de energia caírem abaixo do limite mínimo. Cerca de 300 mil residências ficaram sem luz em todo o Estado. Os apagões começaram na segunda-feira, quando uma onda de calor, que levou a temperatura a recordes de alta, fez com que o consumo de energia crescesse e, consequentemente, com que as reservas caíssem.

Os níveis continuavam muito baixos ontem e o fornecimento de energia foi novamente interrompido no fim da tarde. O órgão que controla o setor no Estado disse que os apagões ocorreram porque a população ignorou os apelos, inclusive do governador, Gray Davis, para economizar energia.

A proximidade do início do verão, além de aumentar o consumo de energia, especialmente devido ao uso de aparelhos de ar-condicionado, também faz com que usinas paralisem temporariamente seus serviços para fazer ajustes e manutenção prévia -várias delas estão fechadas. A Califórnia sofreu blecautes em janeiro e março e eles devem se repetir durante todo o verão.

O problema de desabastecimento do Estado começou há um ano e é derivado de um sistema de desregulamentação do setor elétrico, que liberou os preços cobrados pelas geradoras de energia ao mesmo tempo em que limitava o valor das tarifas que as distribuidoras poderiam cobrar dos consumidores finais.

O sistema é semelhante ao que está sendo implantado no Brasil. Em 1996, a lei de desregulamentação dos preços de energia californiana fixou um teto para o preço a ser cobrado pelas distribuidoras de seus clientes, enquanto os preços que elas pagam pelo produto, no atacado, obedecem a taxas de mercado.

As distribuidoras de energia californianas, Southern California e Pacific Gas & Electric, afirmam que, até o ano passado, o sistema gerou prejuízos de mais de US$ 11 bilhões, já que as altas dos preços no atacado foram muito superiores ao limite de repasse aos consumidores. Endividadas e sem poder fazer novos investimentos, elas tentam fazer acordos com o governo para não fecharem.

Analistas apontam um outro problema. Quando o sistema era regulamentado, o governo garantia a margem de lucro das empresas. O fim da garantia e a incerteza sobre qual seria a demanda de energia, levou empresas a deixar de investir. Há dez anos nenhuma usina é construída no Estado.

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