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09/05/2001 - 11h08

AES pára investimento e culpa Aneel

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CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre

A AES, multinacional norte-americana do setor de energia elétrica, decidiu suspender investimentos de US$ 2,5 bilhões no Brasil, alegando descumprimento de contratos e falta de regras claras por parte da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A AES quer um reajuste de tarifas, cuja defasagem seria responsável pelo colapso energético.

O presidente da empresa, Dennis Bakke, disse que a Aneel preferiu manter baixo o preço das tarifas para proteger os consumidores, mas acabou levou ao racionamento de energia. Segundo a AES, as empresas do setor não têm estímulo para investir.

A AES Sul, que distribui energia em parte do Rio Grande do Sul, aguarda para esta semana o julgamento de uma ação, na Justiça Federal, em que pede o direito de repassar para a tarifa 7,7% referentes a compra de energia.

De acordo com a AES, todas as distribuidoras de energia são prejudicadas pelo fato de a Aneel ignorar os acordos e observar regras próprias sempre que há ajuste programado de tarifas.

A AES cancelou a cerimônia de inauguração oficial da usina termelétrica de Uruguaiana (RS), que ocorreria no próximo dia 21, com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso. A empresa, que não definiu uma nova data para o ato, entende que a postura da Aneel e o prejuízo dos consumidores com o racionamento de energia não permitem comemorações.

Bakke disse que a AES construiria várias usinas no Brasil se não suspendesse os investimentos. Um dos projetos atingidos é o da Termosul, usina a gás prevista para Montenegro (69 km ao norte de Porto Alegre).

O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), José Mario Abdo, disse que o governo deve procurar equilibrar as tarifas, evitando beneficiar investidores ou prejudicar consumidores. ''Os consumidores acham que as tarifas estão elevadas. O investidor quer sempre mais. Cabe à Aneel procurar o equilíbrio das tarifas'', afirmou Abdo.

Para ele, a política tarifária, tal como definida em lei, não está afastando investidores do setor elétrico. ''Tivemos forte concorrência nos últimos leilões de transmissão de energia'', afirmou.

Ele não quis comentar a decisão da AES. ''Esse é um assunto da empresa'', disse.

Ele afirmou que o interesse em investir no setor é tão grande que nos últimos cinco anos a taxa de crescimento da energia produzida no país foi o triplo da do início da década de 90.

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