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10/05/2001
-
10h47
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o governo aplicou menos em geração e transmissão de energia elétrica do que seus antecessores -Fernando Collor e Itamar Franco.
É o que revela levantamento feito engenheiro e economista Maurício Tolmasquin, coordenador do Programa de Planejamento Energético da Coppe (Coordenadoria de Programas de Pós-Graduação em Engenharia), da Universidade Federal do Rio.
Segundo os dados apurados pelo especialista, o governo FHC (de 95 a 98) aplicou, em média, R$ 5,3 bilhões por ano em projetos de geração e transmissão, enquanto Itamar investiu R$ 6,4 bilhões por ano e Collor, R$ 8,9 bilhões.
Nesta semana, ao anunciar que não seriam mais aplicadas multas para quem excedesse o consumo do ano passado (proposta inicial do governo), FHC jogou a responsabilidade da crise energética nos dois presidentes que o antecederam.
Tolmasquin disse que não existem números disponíveis sobre os anos de 2000 e 1999, mas admitiu que pode ter havido crescimento nos recursos alocados para geração e transmissão.
A Eletrobrás tem dados do setor como um todo, contando iniciativa privada e governo, além de distribuição. Em 99, os investimentos em eletricidade no país somaram US$ 4,5 bilhões e, em 2000, US$ 6,4 bilhões.
Os investimentos no setor feitos na década passada estão, de acordo com Tolmasquin, muito abaixo dos realizados nos anos 80. Também são substancialmente menores do que deveria ter sido aplicado nos anos 90.
De 80 a 89, foram aplicados R$ 13 bilhões, em média, por ano. Na década seguinte (até 98), a média anual caiu quase pela metade -R$ 7 bilhões-, quando deveriam ter sido alocados, pelo menos, R$ 10 bilhões por ano.
Para o especialista, as principais razões para essa queda foram o impedimento de Furnas de investir e o fracasso do programa de termeletricidade.
Tolmasquin afirma que Furnas tem uma relação dívida/patrimônio líquido de 15%, enquanto nas grandes do setor no mundo (AES, Duke e outras) a relação é de 70%. Isso revela que a empresa, em processo de privatização, não teve autorização para investir.
''Furnas tem caixa para investir. Lucrou R$ 540 milhões no ano passado.''
Segundo o especialista, foram aplicados R$ 800 milhões em novos projetos nos últimos quatro anos. Mas a empresa teria condições de aplicar mais: R$ 2,6 bilhões por ano, com base nos valores da estimativa de investimento do período 2001 a 2006. A previsão é investir R$ 15,6 bilhões, sendo que R$ 9,2 bilhões viriam de parcerias com a iniciativa privada.
Sobre as térmicas, ele disse que a desvalorização de 99 levou ao aumento de custo para os investidores -já que os insumos são cotados em dólar e a receita, em real. E faltaram ao governo definições sobre como cobrir esse risco.
Veja especial sobre a Crise Energética
FHC investiu menos do que Collor e Itamar em energia
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da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o governo aplicou menos em geração e transmissão de energia elétrica do que seus antecessores -Fernando Collor e Itamar Franco.
É o que revela levantamento feito engenheiro e economista Maurício Tolmasquin, coordenador do Programa de Planejamento Energético da Coppe (Coordenadoria de Programas de Pós-Graduação em Engenharia), da Universidade Federal do Rio.
Segundo os dados apurados pelo especialista, o governo FHC (de 95 a 98) aplicou, em média, R$ 5,3 bilhões por ano em projetos de geração e transmissão, enquanto Itamar investiu R$ 6,4 bilhões por ano e Collor, R$ 8,9 bilhões.
Nesta semana, ao anunciar que não seriam mais aplicadas multas para quem excedesse o consumo do ano passado (proposta inicial do governo), FHC jogou a responsabilidade da crise energética nos dois presidentes que o antecederam.
Tolmasquin disse que não existem números disponíveis sobre os anos de 2000 e 1999, mas admitiu que pode ter havido crescimento nos recursos alocados para geração e transmissão.
A Eletrobrás tem dados do setor como um todo, contando iniciativa privada e governo, além de distribuição. Em 99, os investimentos em eletricidade no país somaram US$ 4,5 bilhões e, em 2000, US$ 6,4 bilhões.
Os investimentos no setor feitos na década passada estão, de acordo com Tolmasquin, muito abaixo dos realizados nos anos 80. Também são substancialmente menores do que deveria ter sido aplicado nos anos 90.
De 80 a 89, foram aplicados R$ 13 bilhões, em média, por ano. Na década seguinte (até 98), a média anual caiu quase pela metade -R$ 7 bilhões-, quando deveriam ter sido alocados, pelo menos, R$ 10 bilhões por ano.
Para o especialista, as principais razões para essa queda foram o impedimento de Furnas de investir e o fracasso do programa de termeletricidade.
Tolmasquin afirma que Furnas tem uma relação dívida/patrimônio líquido de 15%, enquanto nas grandes do setor no mundo (AES, Duke e outras) a relação é de 70%. Isso revela que a empresa, em processo de privatização, não teve autorização para investir.
''Furnas tem caixa para investir. Lucrou R$ 540 milhões no ano passado.''
Segundo o especialista, foram aplicados R$ 800 milhões em novos projetos nos últimos quatro anos. Mas a empresa teria condições de aplicar mais: R$ 2,6 bilhões por ano, com base nos valores da estimativa de investimento do período 2001 a 2006. A previsão é investir R$ 15,6 bilhões, sendo que R$ 9,2 bilhões viriam de parcerias com a iniciativa privada.
Sobre as térmicas, ele disse que a desvalorização de 99 levou ao aumento de custo para os investidores -já que os insumos são cotados em dólar e a receita, em real. E faltaram ao governo definições sobre como cobrir esse risco.
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