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15/05/2001
-
08h38
FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S.Paulo
As duas maiores distribuidoras de energia de São Paulo, a Eletropaulo e a Bandeirante, vão deixar sem luz cerca de 7,2 milhões de clientes por quatro horas todos os dias a partir de 1º de junho, se o governo pedir mesmo um corte de 20% no consumo.
As duas distribuidoras consideram inevitável o apagão se tiverem de efetuar esse corte. "Só se houver um dilúvio nas regiões onde estão os reservatórios é que o corte de energia pode ser evitado", afirma Júlio de Barros, diretor-presidente da Bandeirante.
A Eletropaulo, que tem cerca de 5 milhões de clientes, já dividiu a área que abastece -região metropolitana de São Paulo e mais 23 municípios- em 50 blocos.
Para não apagar um bairro inteiro, cada bloco será formado por áreas de diversos bairros. Exemplo: o bloco um pode reunir trechos de Pinheiros, Morumbi, Santana, Moema e Penha.
A Eletropaulo tem 1.700 circuitos para alimentar seus clientes. Com os grandes consumidores -especialmente as indústrias-, a empresa está conversando para ver como elas poderão cortar o consumo de energia.
"Estamos dependendo das regras da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica". Está difícil conversar com os empresários sem ter um plano a seguir", afirma Carlos Augusto Longue, engenheiro da Central de Operações da Eletropaulo. "O que temos certeza é de que sem apagão não é viável cortar 20% do consumo de eletricidade. É difícil administrar um sistema de cotas na rede de distribuição. Só dá para medir um circuito inteiro, que tem de 2.500 a 3.000 unidades consumidoras".
Além de mapear a região que abastece, a Eletropaulo está reforçando suas equipes técnicas para operar no desligamento dos circuitos. "Parece até brincadeira, mas nós estamos preparados para ligar, e não para desligar circuitos. Estamos ainda estudando como vamos desligar tantos circuitos ao mesmo tempo".
A Bandeirante dividiu as áreas que abastece em quatro (Vale do Paraíba, Baixada Santista e regiões de Sorocaba e de Guarulhos). Essas áreas são alimentadas por 600 circuitos, dos quais 120 levam eletricidade a hospitais e outros serviços essenciais.
A idéia da Bandeirante, que tem 2,2 milhões de clientes, é desligar 480 circuitos durante quatro horas por dia, com revezamento de horários.
Exemplo: a região que fica sem luz das 7h às 11h em um dia terá a energia cortada das 11h às 15h no dia seguinte.
"Não tem jeito. A situação chegou a tal ponto que não vemos outra alternativa a não ser cortar energia", afirma Barros.
As distribuidoras estão descontentes com a forma que o governo está encaminhando as discussões para efetuar o racionamento. Elas já encaminharam pedido ao Ministério de Minas e Energia para participar das discussões, mas não obtiveram resposta.
"Isso é muito ruim. Nós vamos executar o plano de racionamento e não podemos participar dele. Temos de ser ouvidos, dar dicas. Até agora não sabemos o que está acontecendo", diz Barros.
A Eletropaulo informa que não sabe como vai colocar em operação o apagão em apenas uma semana, já que a nova reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) foi marcada para o dia 23 deste mês.
A Eletropaulo e a Bandeirante estão trabalhando todos os dias sobre simulações de regras a serem implementadas pela Aneel. "Assim que elas saírem, vamos ver o que fazer. Isso está uma verdadeira bagunça", diz Longue.
Veja especial sobre a Crise Energética
Empresas estudam cortar luz por 4 horas
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da Folha de S.Paulo
As duas maiores distribuidoras de energia de São Paulo, a Eletropaulo e a Bandeirante, vão deixar sem luz cerca de 7,2 milhões de clientes por quatro horas todos os dias a partir de 1º de junho, se o governo pedir mesmo um corte de 20% no consumo.
As duas distribuidoras consideram inevitável o apagão se tiverem de efetuar esse corte. "Só se houver um dilúvio nas regiões onde estão os reservatórios é que o corte de energia pode ser evitado", afirma Júlio de Barros, diretor-presidente da Bandeirante.
A Eletropaulo, que tem cerca de 5 milhões de clientes, já dividiu a área que abastece -região metropolitana de São Paulo e mais 23 municípios- em 50 blocos.
Para não apagar um bairro inteiro, cada bloco será formado por áreas de diversos bairros. Exemplo: o bloco um pode reunir trechos de Pinheiros, Morumbi, Santana, Moema e Penha.
A Eletropaulo tem 1.700 circuitos para alimentar seus clientes. Com os grandes consumidores -especialmente as indústrias-, a empresa está conversando para ver como elas poderão cortar o consumo de energia.
"Estamos dependendo das regras da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica". Está difícil conversar com os empresários sem ter um plano a seguir", afirma Carlos Augusto Longue, engenheiro da Central de Operações da Eletropaulo. "O que temos certeza é de que sem apagão não é viável cortar 20% do consumo de eletricidade. É difícil administrar um sistema de cotas na rede de distribuição. Só dá para medir um circuito inteiro, que tem de 2.500 a 3.000 unidades consumidoras".
Além de mapear a região que abastece, a Eletropaulo está reforçando suas equipes técnicas para operar no desligamento dos circuitos. "Parece até brincadeira, mas nós estamos preparados para ligar, e não para desligar circuitos. Estamos ainda estudando como vamos desligar tantos circuitos ao mesmo tempo".
A Bandeirante dividiu as áreas que abastece em quatro (Vale do Paraíba, Baixada Santista e regiões de Sorocaba e de Guarulhos). Essas áreas são alimentadas por 600 circuitos, dos quais 120 levam eletricidade a hospitais e outros serviços essenciais.
A idéia da Bandeirante, que tem 2,2 milhões de clientes, é desligar 480 circuitos durante quatro horas por dia, com revezamento de horários.
Exemplo: a região que fica sem luz das 7h às 11h em um dia terá a energia cortada das 11h às 15h no dia seguinte.
"Não tem jeito. A situação chegou a tal ponto que não vemos outra alternativa a não ser cortar energia", afirma Barros.
As distribuidoras estão descontentes com a forma que o governo está encaminhando as discussões para efetuar o racionamento. Elas já encaminharam pedido ao Ministério de Minas e Energia para participar das discussões, mas não obtiveram resposta.
"Isso é muito ruim. Nós vamos executar o plano de racionamento e não podemos participar dele. Temos de ser ouvidos, dar dicas. Até agora não sabemos o que está acontecendo", diz Barros.
A Eletropaulo informa que não sabe como vai colocar em operação o apagão em apenas uma semana, já que a nova reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) foi marcada para o dia 23 deste mês.
A Eletropaulo e a Bandeirante estão trabalhando todos os dias sobre simulações de regras a serem implementadas pela Aneel. "Assim que elas saírem, vamos ver o que fazer. Isso está uma verdadeira bagunça", diz Longue.
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