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30/07/2000
-
10h51
MARCELO BILLI e
NEY HAYASHI DA CRUZ
da Folha de S.Paulo
A rede vai encolher. Nos próximos meses, o mercado brasileiro de empresas de Internet deve passar por um processo de depuração em que muitas empresas serão engolidas pela concorrência e não poucas simplesmente desaparecerão.
Processos de consolidação como o que está por vir sempre assustam. Empregos são extintos, investidores perdem dinheiro, fortunas desaparecem da noite para o dia. No entanto quem está no meio da tempestade e espera enfrentar os próximos meses ileso acredita que eles serão benéficos para o mercado brasileiro.
Fernando Espuelas, da Starmedia, é um deles. "Está ocorrendo um processo de depuração. Isso sempre acontece em qualquer indústria que cresce rapidamente. Ele não deve assustar porque tira especuladores do mercado."
Ele recorda que, há seis meses, qualquer site que conseguisse um pouco de audiência levantava boas somas de capital. "Os investidores consideravam que a Internet era um bom negócio. Hoje não é assim. Agora eles analisam a empresa, não mais o setor."
Ibsen Spartacus, presidente do Super11.net, lembra que algumas empresas gastaram fortunas em publicidade para atrair usuários. "Elas devem sofrer, principalmente porque têm de provar que, no futuro, poderão gerar receitas e remunerar seus acionistas."
Pedro Cordeiro, da Eccelera, empresa do Grupo Cisneros, é mais taxativo. Ele afirma que muitas empresas estão na beira do abismo. "A febre de investimentos começou com o business-to-consumer (venda ao consumidor) e esse tipo de negócio exige grandes investimentos em propaganda e marketing."
Ele lembra que, apesar de ter gasto muito com anúncios, muitas empresas não conseguiram bons resultados. "Ninguém é lucrativo, e poucos sabem quando seus negócios vão dar dinheiro."
Cada vez mais os investidores cobram resultados, mas poucas empresas têm números para mostrar. Pesquisa feita pelo Forrester Research, instituto norte-americano, mostrou que 32% dos entrevistados, todos executivos de empresas virtuais, não souberam dizer quando suas companhias se tornariam lucrativas.
"Os investidores perguntam às empresas virtuais aquilo que já perguntavam a qualquer empresa da velha economia, e muitas não sabem como responder", diz Paulo Mozart, da Globo.com.
Para as empresas, a regra agora é gerar receitas. "O grande desafio é transformar a base de usuários em dinheiro", diz Nizan Guanaes, sócio do iG (Internet Group). Muitas não conseguirão.
"As que tiverem uma boa base de usuários serão compradas. Outras simplesmente desaparecerão", diz Espuelas. Negócios que, até hoje, pareciam promissores, devem praticamente desaparecer em um período de tempo não muito longo.
Os provedores de acesso são um exemplo. Segundo Rui Campos, consultor da Surftrade, em 2005 essas empresas vão responder por apenas 6% da receita gerada pelas empresas da Internet. Hoje, 46% da renda das empresas "pontocom" vem desse tipo de serviço.
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NEY HAYASHI DA CRUZ
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A rede vai encolher. Nos próximos meses, o mercado brasileiro de empresas de Internet deve passar por um processo de depuração em que muitas empresas serão engolidas pela concorrência e não poucas simplesmente desaparecerão.
Processos de consolidação como o que está por vir sempre assustam. Empregos são extintos, investidores perdem dinheiro, fortunas desaparecem da noite para o dia. No entanto quem está no meio da tempestade e espera enfrentar os próximos meses ileso acredita que eles serão benéficos para o mercado brasileiro.
Fernando Espuelas, da Starmedia, é um deles. "Está ocorrendo um processo de depuração. Isso sempre acontece em qualquer indústria que cresce rapidamente. Ele não deve assustar porque tira especuladores do mercado."
Ele recorda que, há seis meses, qualquer site que conseguisse um pouco de audiência levantava boas somas de capital. "Os investidores consideravam que a Internet era um bom negócio. Hoje não é assim. Agora eles analisam a empresa, não mais o setor."
Ibsen Spartacus, presidente do Super11.net, lembra que algumas empresas gastaram fortunas em publicidade para atrair usuários. "Elas devem sofrer, principalmente porque têm de provar que, no futuro, poderão gerar receitas e remunerar seus acionistas."
Pedro Cordeiro, da Eccelera, empresa do Grupo Cisneros, é mais taxativo. Ele afirma que muitas empresas estão na beira do abismo. "A febre de investimentos começou com o business-to-consumer (venda ao consumidor) e esse tipo de negócio exige grandes investimentos em propaganda e marketing."
Ele lembra que, apesar de ter gasto muito com anúncios, muitas empresas não conseguiram bons resultados. "Ninguém é lucrativo, e poucos sabem quando seus negócios vão dar dinheiro."
Cada vez mais os investidores cobram resultados, mas poucas empresas têm números para mostrar. Pesquisa feita pelo Forrester Research, instituto norte-americano, mostrou que 32% dos entrevistados, todos executivos de empresas virtuais, não souberam dizer quando suas companhias se tornariam lucrativas.
"Os investidores perguntam às empresas virtuais aquilo que já perguntavam a qualquer empresa da velha economia, e muitas não sabem como responder", diz Paulo Mozart, da Globo.com.
Para as empresas, a regra agora é gerar receitas. "O grande desafio é transformar a base de usuários em dinheiro", diz Nizan Guanaes, sócio do iG (Internet Group). Muitas não conseguirão.
"As que tiverem uma boa base de usuários serão compradas. Outras simplesmente desaparecerão", diz Espuelas. Negócios que, até hoje, pareciam promissores, devem praticamente desaparecer em um período de tempo não muito longo.
Os provedores de acesso são um exemplo. Segundo Rui Campos, consultor da Surftrade, em 2005 essas empresas vão responder por apenas 6% da receita gerada pelas empresas da Internet. Hoje, 46% da renda das empresas "pontocom" vem desse tipo de serviço.
PENSATA: 'FHC sabia do que Eduardo Jorge fazia e lhe dava total autonomia', escreve KENNEDY ALENCAR
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