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18/05/2001
-
09h00
ALEX RIBEIRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Integrantes do governo federal já começam a trabalhar com a hipótese de a privatização de Furnas somente vir a ocorrer no mandato do sucessor do presidente Fernando Henrique Cardoso.
De forma reservada, o ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, afirma considerar inoportuna qualquer discussão sobre a privatização da estatal energética em um momento em que o país vive uma grave crise no setor de energia elétrica.
Em abril deste ano, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia batido o martelo pela venda pulverizada de ações até março de 2002.
Ontem, quando questionado se a venda de Furnas ainda está mantida, o ministro Alcides Tápias reconheceu que há dúvidas. "Não tenho decisão sobre isso", disse o ministro.
O presidente da estatal, Luiz Carlos Santos, é outro que, em conversas dentro do governo, defende a suspensão da privatização de Furnas _embora publicamente afirme que apóia a venda pulverizada de ações.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) continua a fazer os preparativos para a privatização, mas já reconhece considerar improvável concluir a operação em março de 2002, como estipulado pelo presidente da República. Na melhor das hipóteses, a oferta seria em meados do ano que vem.
Há dois tipos de argumentos contrários à venda de Furnas. O principal deles é eleitoral. Desfazer-se da estatal quando o país vive um racionamento de energia seria dar munição à oposição na campanha de 2002.
O outro argumento contra a privatização é técnico: a estatal seria um importante canal para o governo aumentar rapidamente a oferta de energia no país.
Anualmente, Furnas acumula algo como R$ 1 bilhão em caixa próprio, que dá à estatal um grande fôlego para fazer investimentos sem recorrer a endividamento _portanto, sem gerar déficit público.
Espera-se que o caixa da estatal engorde ainda mais entre 2003 e 2006, quando o preço da energia será liberado.
A força estratégica da estatal, segundo a corrente contrária à privatização, está sendo mostrada na crise de energia. Furnas selecionou quatro projetos emergenciais que podem aumentar, no curto prazo, a oferta de energia em 2.000 megawatts.
Governo já admite deixar venda de Furnas para sucessor de FHC
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Integrantes do governo federal já começam a trabalhar com a hipótese de a privatização de Furnas somente vir a ocorrer no mandato do sucessor do presidente Fernando Henrique Cardoso.
De forma reservada, o ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, afirma considerar inoportuna qualquer discussão sobre a privatização da estatal energética em um momento em que o país vive uma grave crise no setor de energia elétrica.
Em abril deste ano, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia batido o martelo pela venda pulverizada de ações até março de 2002.
Ontem, quando questionado se a venda de Furnas ainda está mantida, o ministro Alcides Tápias reconheceu que há dúvidas. "Não tenho decisão sobre isso", disse o ministro.
O presidente da estatal, Luiz Carlos Santos, é outro que, em conversas dentro do governo, defende a suspensão da privatização de Furnas _embora publicamente afirme que apóia a venda pulverizada de ações.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) continua a fazer os preparativos para a privatização, mas já reconhece considerar improvável concluir a operação em março de 2002, como estipulado pelo presidente da República. Na melhor das hipóteses, a oferta seria em meados do ano que vem.
Há dois tipos de argumentos contrários à venda de Furnas. O principal deles é eleitoral. Desfazer-se da estatal quando o país vive um racionamento de energia seria dar munição à oposição na campanha de 2002.
O outro argumento contra a privatização é técnico: a estatal seria um importante canal para o governo aumentar rapidamente a oferta de energia no país.
Anualmente, Furnas acumula algo como R$ 1 bilhão em caixa próprio, que dá à estatal um grande fôlego para fazer investimentos sem recorrer a endividamento _portanto, sem gerar déficit público.
Espera-se que o caixa da estatal engorde ainda mais entre 2003 e 2006, quando o preço da energia será liberado.
A força estratégica da estatal, segundo a corrente contrária à privatização, está sendo mostrada na crise de energia. Furnas selecionou quatro projetos emergenciais que podem aumentar, no curto prazo, a oferta de energia em 2.000 megawatts.
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