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19/05/2001 - 10h00

Com sobretaxa, Fipe já prevê inflação de 5%

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MAURO ZAFALON
da Folha de S.Paulo

Energia elétrica e ônibus vão frustrar as previsões de inflação de 4% para este ano. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) reviu ontem a taxa de 2001 para 5%, segundo Heron do Carmo, coordenador do
Índice de Preços ao Consumidor.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE, índice balizador das metas de inflação do governo, também deverá ficar em 5%, diz o coordenador da Fipe. A previsão -e a meta- também era de 4%.

A inflação não é a questão no momento, diz Heron, mas resolver o problema da falta de energia. O coordenador diz que as medidas do governo são apenas uma "gambiarra" para diminuir o problema no curto prazo.

As medidas deveriam focar o problema de longo prazo também, afirma Heron. Uma das saídas seria um acerto das tarifas do setor, o que certamente vai ter de ser feito mais na frente. Esse acerto daria regras claras para os investidores.

O governo vai acabar punindo o consumidor por um caminho enviesado. Nas contas da Fipe (para efeito de cálculo da inflação em São Paulo), o custo da energia vai aumentar 9%. Os consumidores que constam na pesquisa da instituição consomem mensalmente, em média, 244 kWh, e a Fipe considera que todos vão receber a multa por não cumprir o cronograma de redução. Essa alta de 9% vai elevar a inflação em 0,4 ponto percentual.

O economista da Fipe acredita que, a partir de julho, o governo vá reajustar os preços da energia em pelo menos 16%, que, somados aos 9%, dariam algo próximo de 25%. Esse percentual, no entanto, não é uma garantia de novas tarifas para os investidores. Heron diz que seria melhor conceder já um reajuste de 25%, o que elevaria a inflação em um ponto percentual, mas abriria caminho para mais investimentos no setor.

Ônibus barra deflação
O aumento das passagens de ônibus ficou acima das previsões da Fipe, que esperava R$ 1,25. O preço foi para R$ 1,40, um reajuste de 21,7%, o que vai gerar inflação de 0,87 ponto percentual no período de 30 dias.

O reajuste das passagens de ônibus comprometeu a inflação de junho, que deverá ficar em 0,70%. Sem esse aumento, o economista diz que poderia até ser registrada deflação no próximo mês, uma vez que os alimentos estão com forte desaceleração de preços.

Já o aumento previsto de 9% na energia elétrica vai começar a aparecer no índice da Fipe apenas em julho, mês em que é cobrada a tarifa pelo consumo de junho.

Além de câmbio, energia e aumento da tarifa de ônibus, a taxa de inflação poderá receber, ainda, impacto de novos reajustes nos preços da gasolina no segundo semestre. Pelos preços atuais do dólar, o reajuste da gasolina deveria ser de ao menos 12% nas refinarias, segundo o economista.

Índice recua
A inflação dos últimos 30 dias terminados em 15 deste mês ficou em 0,36% em São Paulo, abaixo do 0,59% da primeira quadrissemana (últimos 30 dias até dia 7). A redução da taxa se deve à pressão menor dos alimentos, principalmente no setor "in natura", em que os preços subiram apenas 0,82% no período, contra alta de 6,44% na semana anterior.

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