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20/05/2001
-
08h42
ERILENE ARAÚJO
da Agência Folha
Os Estados de Pernambuco e Bahia foram os mais prejudicados pelo racionamento de energia elétrica que aconteceu no Nordeste entre 1º de março de 1987 e 18 de janeiro de 1988, segundo um estudo feito pela Fiepe em 2000.
Para cumprir a determinação do governo federal, as indústrias dos dois Estados reduziram em 14% o consumo de energia.
Resultado: até 1998, Pernambuco não havia conseguido recuperar a produção industrial. A Bahia levou quatro anos para retomar o crescimento.
A assessora técnica da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), Cláudia Pereira, informou que o PIB (Produto Interno Bruto) da indústria de transformação de Pernambuco caiu 20,2% entre 1986 e
1998. No mesmo período, o consumo de energia industrial caiu 26%.
Na Bahia, o PIB da indústria de transformação cresceu apenas 22,03%, o segundo menor crescimento do Nordeste, enquanto o fornecimento de energia industrial aumentou 4,73%.
Cláudia Pereira afirmou que "os outros Estados do Nordeste não sofreram um impacto tão forte com o racionamento porque não tinham um parque industrial com a dimensão e a estrutura do de Pernambuco e o da Bahia na época". A economista explicou que a Bahia conseguiu retomar o crescimento industrial por conta do setor químico, ligado ao petróleo, que é muito forte e responde por mais de 60% do PIB industrial do Estado.
"O setor químico de Pernambuco é ligado ao setor sucroalcooleiro, que sofreu uma queda na produção nesse mesmo período", acrescentou Cláudia Pereira.
De acordo com o estudo da Fiepe, o PIB da indústria de transformação do Rio Grande do Norte cresceu 99,3%, e o da Paraíba, 81,6%, entre 1986 e 1998. A oferta de energia cresceu 121,05% e 155,1%, respectivamente, nesse mesmo período.
Cláudia Pereira comentou que "o crescimento da produção industrial nesses dois Estados coincide com a ampliação e a instalação de novas empresas no final da década de 80 e durante a década de 90".
O estudo da Fiepe mostra que, no setor de transformação pernambucano, a indústria química é a que mais consome energia (21,7% do total), seguida pela de produção de alimentos (20,2%), têxtil (12,1%) e a de minerais não-metálicos (11,8%).
O racionamento de 1987 foi feito por cotas e, portanto, não houve apagão. Cerca de 5,3 milhões de consumidores dos nove Estados do Nordeste, do sul do Pará e do norte do Goiás (hoje Tocantins) foram atingidos, segundo informações da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco).
O governo federal definiu cotas fixas de redução de energia de acordo com a classe. No primeiro momento, o setor residencial teve que reduzir 21% do consumo.
A indústria diminuiu 14%, o comércio, 20%, a zona rural, 15%, e o serviço público, 10%. O percentual fixado para o poder público, iluminação pública e consumo próprio foi de 25%.
Em 1º de setembro de 1987 foram definidos novos percentuais. Residências tiveram que economizar 15%, indústrias, 9%, comércio, 12%, serviço público, 5%.
A zona rural foi excluída do racionamento na segunda etapa. O poder público, a iluminação pública e o consumo próprio tiveram que manter em 25% os percentuais de redução do consumo de energia.
Veja especial sobre a Crise Energética
Em 87, corte de energia afetou mais Pernambuco e Bahia
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da Agência Folha
Os Estados de Pernambuco e Bahia foram os mais prejudicados pelo racionamento de energia elétrica que aconteceu no Nordeste entre 1º de março de 1987 e 18 de janeiro de 1988, segundo um estudo feito pela Fiepe em 2000.
Para cumprir a determinação do governo federal, as indústrias dos dois Estados reduziram em 14% o consumo de energia.
Resultado: até 1998, Pernambuco não havia conseguido recuperar a produção industrial. A Bahia levou quatro anos para retomar o crescimento.
A assessora técnica da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), Cláudia Pereira, informou que o PIB (Produto Interno Bruto) da indústria de transformação de Pernambuco caiu 20,2% entre 1986 e
1998. No mesmo período, o consumo de energia industrial caiu 26%.
Na Bahia, o PIB da indústria de transformação cresceu apenas 22,03%, o segundo menor crescimento do Nordeste, enquanto o fornecimento de energia industrial aumentou 4,73%.
Cláudia Pereira afirmou que "os outros Estados do Nordeste não sofreram um impacto tão forte com o racionamento porque não tinham um parque industrial com a dimensão e a estrutura do de Pernambuco e o da Bahia na época". A economista explicou que a Bahia conseguiu retomar o crescimento industrial por conta do setor químico, ligado ao petróleo, que é muito forte e responde por mais de 60% do PIB industrial do Estado.
"O setor químico de Pernambuco é ligado ao setor sucroalcooleiro, que sofreu uma queda na produção nesse mesmo período", acrescentou Cláudia Pereira.
De acordo com o estudo da Fiepe, o PIB da indústria de transformação do Rio Grande do Norte cresceu 99,3%, e o da Paraíba, 81,6%, entre 1986 e 1998. A oferta de energia cresceu 121,05% e 155,1%, respectivamente, nesse mesmo período.
Cláudia Pereira comentou que "o crescimento da produção industrial nesses dois Estados coincide com a ampliação e a instalação de novas empresas no final da década de 80 e durante a década de 90".
O estudo da Fiepe mostra que, no setor de transformação pernambucano, a indústria química é a que mais consome energia (21,7% do total), seguida pela de produção de alimentos (20,2%), têxtil (12,1%) e a de minerais não-metálicos (11,8%).
O racionamento de 1987 foi feito por cotas e, portanto, não houve apagão. Cerca de 5,3 milhões de consumidores dos nove Estados do Nordeste, do sul do Pará e do norte do Goiás (hoje Tocantins) foram atingidos, segundo informações da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco).
O governo federal definiu cotas fixas de redução de energia de acordo com a classe. No primeiro momento, o setor residencial teve que reduzir 21% do consumo.
A indústria diminuiu 14%, o comércio, 20%, a zona rural, 15%, e o serviço público, 10%. O percentual fixado para o poder público, iluminação pública e consumo próprio foi de 25%.
Em 1º de setembro de 1987 foram definidos novos percentuais. Residências tiveram que economizar 15%, indústrias, 9%, comércio, 12%, serviço público, 5%.
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