Publicidade
Publicidade
20/05/2001
-
08h45
MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington
As crises energéticas na Califórnia e no Brasil foram detonadas por motivos diferentes. No entanto interesses e disputas semelhantes impedem uma solução rápida para o problema nos dois mercados. E, como pano de fundo, existe o forte interesse privado de elevar tarifas cobradas de consumidores, em meio a processos de desregulamentação inacabados.
Na Califórnia, o fornecimento de energia não acompanhou a demanda na última década porque leis ambientais e controles de preços afugentaram as geradoras de energia e estrangularam os balanços das distribuidoras.
Diferentemente do que muitos pensam, o Estado mais rico dos EUA não passou por um processo radical de desregulamentação em 1996, quando uma nova lei reorganizou o setor, separando as atividades de geração e distribuição.
"Houve uma desregulamentação pela metade", disse à Folha Lynne Kiesling, diretora de Política Econômica do "Reason Public Policy Institute", entidade que especializou-se em energia e montou um grupo de estudo para identificar os motivos da crise energética na Califórnia.
Os geradores de energia puderam vender sua produção em qualquer lugar do país, pelo preço que desejassem. Já os distribuidores, foram obrigados a fornecer eletricidade aos consumidores por preços limitados.
Lynne sustenta que o modelo da Califórnia fracassou ao tentar unir aspectos típicos de uma economia centralizada -sendo o controle de preços seu elemento central- com elementos liberais, como a permissão para que as geradoras possam exportar sua produção a outros Estados caso as distribuidoras comecem a pedir preços excessivamente baixos.
Nos últimos meses, um forte lobby empresarial fez com que o governo elevasse as tarifas e (aí sim) desregulamentasse de vez o setor energético no Estado.
Esse mesmo lobby começa a atuar no Brasil. O objetivo é o mesmo: elevar tarifas cobradas dos consumidores.
Da mesma maneira que na Califórnia, o problema no Brasil não é novo e o próprio presidente FHC reconhece que houve uma "derrapada" na previsão do uso dos reservatórios de água.
Questionado sobre as semelhanças entre as crises no Brasil e na Califórnia, um empresário americano do setor disse que não tinha idéia, mas que, com certeza, um aumento de tarifas solucionaria os dois casos.
Ele se referiu ao fato de que, no Brasil, como na Califórnia, as empresas de distribuição (no caso brasileiro, recém-privatizadas) têm sido impedidas por leis de elevar o preço cobrado dos consumidores.
Veja especial sobre a Crise Energética
Brasil e EUA vivem o mesmo conflito
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Washington
As crises energéticas na Califórnia e no Brasil foram detonadas por motivos diferentes. No entanto interesses e disputas semelhantes impedem uma solução rápida para o problema nos dois mercados. E, como pano de fundo, existe o forte interesse privado de elevar tarifas cobradas de consumidores, em meio a processos de desregulamentação inacabados.
Na Califórnia, o fornecimento de energia não acompanhou a demanda na última década porque leis ambientais e controles de preços afugentaram as geradoras de energia e estrangularam os balanços das distribuidoras.
Diferentemente do que muitos pensam, o Estado mais rico dos EUA não passou por um processo radical de desregulamentação em 1996, quando uma nova lei reorganizou o setor, separando as atividades de geração e distribuição.
"Houve uma desregulamentação pela metade", disse à Folha Lynne Kiesling, diretora de Política Econômica do "Reason Public Policy Institute", entidade que especializou-se em energia e montou um grupo de estudo para identificar os motivos da crise energética na Califórnia.
Os geradores de energia puderam vender sua produção em qualquer lugar do país, pelo preço que desejassem. Já os distribuidores, foram obrigados a fornecer eletricidade aos consumidores por preços limitados.
Lynne sustenta que o modelo da Califórnia fracassou ao tentar unir aspectos típicos de uma economia centralizada -sendo o controle de preços seu elemento central- com elementos liberais, como a permissão para que as geradoras possam exportar sua produção a outros Estados caso as distribuidoras comecem a pedir preços excessivamente baixos.
Nos últimos meses, um forte lobby empresarial fez com que o governo elevasse as tarifas e (aí sim) desregulamentasse de vez o setor energético no Estado.
Esse mesmo lobby começa a atuar no Brasil. O objetivo é o mesmo: elevar tarifas cobradas dos consumidores.
Da mesma maneira que na Califórnia, o problema no Brasil não é novo e o próprio presidente FHC reconhece que houve uma "derrapada" na previsão do uso dos reservatórios de água.
Questionado sobre as semelhanças entre as crises no Brasil e na Califórnia, um empresário americano do setor disse que não tinha idéia, mas que, com certeza, um aumento de tarifas solucionaria os dois casos.
Ele se referiu ao fato de que, no Brasil, como na Califórnia, as empresas de distribuição (no caso brasileiro, recém-privatizadas) têm sido impedidas por leis de elevar o preço cobrado dos consumidores.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice