Publicidade
Publicidade
25/05/2001
-
19h00
SERGIO RIPARDO
da Folha Online
O ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, criou hoje um embaraço para o governo federal ao sugerir a necessidade de uma "declaração oficial de estado de emergência" sobre a crise energética, que foi imediatamente descartada pelo advogado-geral da União, Gilmar Mendes.
"Só falta uma declaração oficial de que estamos em estado de emergência. Mas é uma situação de fato", disse Tápias ao ser questionado sobre a necessidade de o governo baixar um decreto declarando estado de emergência no país. Tápias negou que, ao fazer essa afirmação, defendeu a adoção do estado de emergência.
O estado de emergência na verdade é chamado na Constituição de 1988 como estado de defesa. Ele permite que o Executivo passe em cima da lei para administrar situações de calamidade pública, como terremotos e enchentes.
Segundo o diretor do IBDC (Instituto Brasileiro de Direito Constitucional), André Ramos Tavares, a atual crise energética pode dar margem a essa declaração.
"Pela Constituição, nenhum cidadão pode ficar sem luz. Numa situação de emergência como essa, o governo não consegue cumprir a Constituição. É obrigado a se valer do estado de defesa para governar."
Uma vez decretado o estado de defesa, o governo pode cumprir as medidas do racionamento de energia apesar das liminares impedirem o desligamento e a cobrança de sobretaxa sobre o consumo excedente de energia.
Tápias criticou ainda a concessão de liminares pelos juízes contra o plano de racionamento. "Os juízes têm de compreender que não há dois caminhos para solucionar a falta de energia", afirmou o ministro.
Informado da declaração do ministro, o advogado-geral da União acionou sua assessoria, que soltou nota negando a adoção de decreto como forma de evitar ações judiciais contra os cortes de energia e a cobrança da sobretaxa sobre o consumo excedente.
Nos últimos dias, Mendes tem visitado os juízes para apresentar o plano de racionamento, na tentativa de convencê-los sobre a urgência das medidas para evitar os apagões.
"Não recomendamos decreto de estado de emergência ao governo. Essa [notícia] é uma informação irresponsável", disse Mendes.
À tarde, em Brasília, foi a vez do "ministro do apagão" Pedro Parente descartar que o governo estude adotar o estado de emergência. Ele tentou minimizar a declaração de Tápias, explicando que o ministro só quis dimensionar a gravidade da crise energética.
"Não se pensou, não se falou e não é o caso na nossa avaliação de se fazer o estado de emergência", disse Parente.
Ministro fala em estado de emergência e gera embaraço
Publicidade
da Folha Online
O ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, criou hoje um embaraço para o governo federal ao sugerir a necessidade de uma "declaração oficial de estado de emergência" sobre a crise energética, que foi imediatamente descartada pelo advogado-geral da União, Gilmar Mendes.
"Só falta uma declaração oficial de que estamos em estado de emergência. Mas é uma situação de fato", disse Tápias ao ser questionado sobre a necessidade de o governo baixar um decreto declarando estado de emergência no país. Tápias negou que, ao fazer essa afirmação, defendeu a adoção do estado de emergência.
O estado de emergência na verdade é chamado na Constituição de 1988 como estado de defesa. Ele permite que o Executivo passe em cima da lei para administrar situações de calamidade pública, como terremotos e enchentes.
Segundo o diretor do IBDC (Instituto Brasileiro de Direito Constitucional), André Ramos Tavares, a atual crise energética pode dar margem a essa declaração.
"Pela Constituição, nenhum cidadão pode ficar sem luz. Numa situação de emergência como essa, o governo não consegue cumprir a Constituição. É obrigado a se valer do estado de defesa para governar."
Uma vez decretado o estado de defesa, o governo pode cumprir as medidas do racionamento de energia apesar das liminares impedirem o desligamento e a cobrança de sobretaxa sobre o consumo excedente de energia.
Tápias criticou ainda a concessão de liminares pelos juízes contra o plano de racionamento. "Os juízes têm de compreender que não há dois caminhos para solucionar a falta de energia", afirmou o ministro.
Informado da declaração do ministro, o advogado-geral da União acionou sua assessoria, que soltou nota negando a adoção de decreto como forma de evitar ações judiciais contra os cortes de energia e a cobrança da sobretaxa sobre o consumo excedente.
Nos últimos dias, Mendes tem visitado os juízes para apresentar o plano de racionamento, na tentativa de convencê-los sobre a urgência das medidas para evitar os apagões.
"Não recomendamos decreto de estado de emergência ao governo. Essa [notícia] é uma informação irresponsável", disse Mendes.
À tarde, em Brasília, foi a vez do "ministro do apagão" Pedro Parente descartar que o governo estude adotar o estado de emergência. Ele tentou minimizar a declaração de Tápias, explicando que o ministro só quis dimensionar a gravidade da crise energética.
"Não se pensou, não se falou e não é o caso na nossa avaliação de se fazer o estado de emergência", disse Parente.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice