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25/05/2001
-
19h43
LÉO GERCHMANN *
da Agência Folha, em Porto Alegre
O governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), afirmou hoje que, por conta do racionamento energético brasileiro, a "Ford deve estar profundamente arrependida" de ter trocado seu Estado pela Bahia.
A Bahia, Estado para o qual a Ford transferiu seus investimentos quando o PT assumiu o governo gaúcho, integra a região Nordeste, afetada pelas medidas. O Rio Grande do Sul não precisou aderir ao racionamento do governo federal.
"A Ford saiu por decisão sua. Fizemos uma proposta que possibilitaria que ela ficasse aqui com menos custos para os cofres públicos e mais compromissos com a ecologia e a geração de empregos. No meio do caminho, atravessou-se o governo federal, oferecendo para ela mais mundos e fundos que já haviam sido oferecidos, e ela decidiu ir para lá. Penso que deve estar profundamente arrependida. A economia do Rio Grande não sofreu maior abalo."
"Em 1999, o PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande teve crescimento de 3,6%. Em 2000, o PIB continuou crescendo, chegando a 4,6%, superando a média nacional. Que eu saiba, a economia dos Estados que praticam guerra fiscal, como são os casos da Bahia e do Paraná, não teve crescimento positivo nesse período. Agora, vem essa questão do racionamento de energia na Bahia."
Olívio não deixa de criticar também a atuação do governo federal, dizendo que o Rio Grande do Sul fez o que deveria fazer, enquanto que, nacionalmente, houve "falta de investimentos e planejamento'' em ''uma crise anunciada".
"Investimentos que fizemos no setor energético desde 1999, com nossa CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), empresa pública, acrescentaram 658 MW à nossa produção de energia. Esses investimentos possibilitaram, na questão da crise energética, que estejamos com razoável conforto. Não precisamos de racionamento. Evidentemente, estamos racionalizando, investindo e diversificando a matriz energética (com termelétricas alternativas)", disse, criticando, também, as privatizações promovidas pelo governo federal.
Olívio afirmou, também, que não aceitará a extensão das medidas tomadas pelo governo federal para o Rio Grande do Sul. "Não admitiremos imposições de racionamento. Não precisamos. Fizemos os esforços que deveriam ser feitos. Não podemos ser penalizados com racionamentos."
De acordo com Olívio, a crise energética pode modificar a mentalidade das empresas e a guerra fiscal. "As empresas se movem por situações mais favoráveis. O que deve atraí-las não são subsídios ou doação de dinheiro público, mas a infra-estrutura. Podemos atrair mais empreendimentos."
Ford
Segundo a assessoria da Ford, com sede em São Bernardo do Campo (SP), a construção da fábrica da empresa em Camaçari (região metropolitana de Salvador, na Bahia) não será prejudicada com o racionamento de energia.
Para a diretoria da multinacional, não há nenhum tipo de arrependimento em relação ao fato de a empresa ter preferido a Bahia ao Rio Grande do Sul quando teve de optar pelo local da instalação.
De acordo com a Ford, as primeiros carros _assim como já estava previsto no início do projeto_ serão fabricados em meados de outubro.
Por enquanto, a Ford não quer especular a respeito de futuros cortes de energia elétrica na Bahia, o que poderia colocar em risco o ritmo das obras na nova fábrica. Para a multinacional, todos os prazos serão cumpridos à risca. Segundo a Ford, a unidade de Camaçari será a mais moderna do mundo.
* Colaborou EDUARDO SCOLESE, da Agência Folha
Dutra diz que a Ford deve estar "arrependida" por ir para a Bahia
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da Agência Folha, em Porto Alegre
O governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), afirmou hoje que, por conta do racionamento energético brasileiro, a "Ford deve estar profundamente arrependida" de ter trocado seu Estado pela Bahia.
A Bahia, Estado para o qual a Ford transferiu seus investimentos quando o PT assumiu o governo gaúcho, integra a região Nordeste, afetada pelas medidas. O Rio Grande do Sul não precisou aderir ao racionamento do governo federal.
"A Ford saiu por decisão sua. Fizemos uma proposta que possibilitaria que ela ficasse aqui com menos custos para os cofres públicos e mais compromissos com a ecologia e a geração de empregos. No meio do caminho, atravessou-se o governo federal, oferecendo para ela mais mundos e fundos que já haviam sido oferecidos, e ela decidiu ir para lá. Penso que deve estar profundamente arrependida. A economia do Rio Grande não sofreu maior abalo."
"Em 1999, o PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande teve crescimento de 3,6%. Em 2000, o PIB continuou crescendo, chegando a 4,6%, superando a média nacional. Que eu saiba, a economia dos Estados que praticam guerra fiscal, como são os casos da Bahia e do Paraná, não teve crescimento positivo nesse período. Agora, vem essa questão do racionamento de energia na Bahia."
Olívio não deixa de criticar também a atuação do governo federal, dizendo que o Rio Grande do Sul fez o que deveria fazer, enquanto que, nacionalmente, houve "falta de investimentos e planejamento'' em ''uma crise anunciada".
"Investimentos que fizemos no setor energético desde 1999, com nossa CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), empresa pública, acrescentaram 658 MW à nossa produção de energia. Esses investimentos possibilitaram, na questão da crise energética, que estejamos com razoável conforto. Não precisamos de racionamento. Evidentemente, estamos racionalizando, investindo e diversificando a matriz energética (com termelétricas alternativas)", disse, criticando, também, as privatizações promovidas pelo governo federal.
Olívio afirmou, também, que não aceitará a extensão das medidas tomadas pelo governo federal para o Rio Grande do Sul. "Não admitiremos imposições de racionamento. Não precisamos. Fizemos os esforços que deveriam ser feitos. Não podemos ser penalizados com racionamentos."
De acordo com Olívio, a crise energética pode modificar a mentalidade das empresas e a guerra fiscal. "As empresas se movem por situações mais favoráveis. O que deve atraí-las não são subsídios ou doação de dinheiro público, mas a infra-estrutura. Podemos atrair mais empreendimentos."
Ford
Segundo a assessoria da Ford, com sede em São Bernardo do Campo (SP), a construção da fábrica da empresa em Camaçari (região metropolitana de Salvador, na Bahia) não será prejudicada com o racionamento de energia.
Para a diretoria da multinacional, não há nenhum tipo de arrependimento em relação ao fato de a empresa ter preferido a Bahia ao Rio Grande do Sul quando teve de optar pelo local da instalação.
De acordo com a Ford, as primeiros carros _assim como já estava previsto no início do projeto_ serão fabricados em meados de outubro.
Por enquanto, a Ford não quer especular a respeito de futuros cortes de energia elétrica na Bahia, o que poderia colocar em risco o ritmo das obras na nova fábrica. Para a multinacional, todos os prazos serão cumpridos à risca. Segundo a Ford, a unidade de Camaçari será a mais moderna do mundo.
* Colaborou EDUARDO SCOLESE, da Agência Folha
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