Publicidade
Publicidade
28/05/2001
-
19h34
JOSÉLIA AGUIAR
da Folha de S.Paulo
Sem a reforma tributária, o país corre o risco de enfrentar uma nova crise, o "apagão tributário" _situação em que não conseguirá exportar nada por causa da falta de competitividade de seus produtos.
A expressão foi usada pelo menos três vezes ontem, durante o seminário internacional sobre sistema tributário e competitividade realizado pela Ação Empresarial Integrada na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para os empresários, a reforma tributária deve ocorrer antes do início da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), previsto para 2005.
"Como vivemos num estado de imprevidência generalizada, podemos chegar a um estágio em que não teremos competitividade alguma e não conseguiremos colocar nossos produtos no mercado internacional", afirmou o advogado tributarista Gastão Alves Toledo.
"E uma reforma como essa não se realiza da noite para o dia, leva uns dois ou três anos", disse o advogado.
Toledo foi o primeiro a usar hoje a expressão "apagão tributário", que foi repetida depois pelo empresário Jorge Gerdau Johannpeter, do grupo siderúrgico Gerdau, e pelo deputado Carlos Eduardo Moreira Ferreira (PFL-SP), presidente em exercício da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
"O Brasil não pode entrar na Alca sem passar por uma reforma tributária, sem acabar com os impostos em cascata", afirmou Gerdau, também coordenador da Ação Empresarial. "Precisamos acabar com essa excrescência chamada CPMF", disse Moreira Ferreira.
Exportar mais
Durante o evento, o presidente em exercício da CNI fez críticas ao secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. "Ele é um excelente secretário, mas tem visão de curto prazo, só pensa no caixa. Não pensa no meu filho, no seu e nos nossos netos", disse Moreira Ferreira.
Segundo ele, pensar além é considerar que o país precisa "exportar mais e depender menos do capital estrangeiro".
Moreira Ferreira diz que a reforma tributária continua a ser prioridade da indústria.
"É essencial acabar com a cumulatividade e a incidência de impostos em cascata, pelo menos na exportação".
O deputado disse ainda que a indústria brasileira se modernizou na década de 90, mas o aumento da carga tributária levou à corrosão de parte dos ganhos de competitividade obtidos naquele período.
O presidente da Confederação Nacional do Comércio, Gil Siuffo, afirmou que o país "não pode enfrentar o mundo globalizado com essa estrutura arcaica". Siuffo citou a CPMF, o PIS e o Cofins como impostos que reduzem significativamente a produtividade.
"O país não pode parar de discutir a reforma tributária por causa da crise energética. Foi, aliás, por falta de planejamento que a crise energética aconteceu", afirmou a presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Maria Sílvia Marques.
"Se deixarmos para discutir a reforma tributária quando a Alca começar, não estaremos preparados", acrescentou.
País corre risco de "apagão tributário", dizem empresários
Publicidade
da Folha de S.Paulo
Sem a reforma tributária, o país corre o risco de enfrentar uma nova crise, o "apagão tributário" _situação em que não conseguirá exportar nada por causa da falta de competitividade de seus produtos.
A expressão foi usada pelo menos três vezes ontem, durante o seminário internacional sobre sistema tributário e competitividade realizado pela Ação Empresarial Integrada na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para os empresários, a reforma tributária deve ocorrer antes do início da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), previsto para 2005.
"Como vivemos num estado de imprevidência generalizada, podemos chegar a um estágio em que não teremos competitividade alguma e não conseguiremos colocar nossos produtos no mercado internacional", afirmou o advogado tributarista Gastão Alves Toledo.
"E uma reforma como essa não se realiza da noite para o dia, leva uns dois ou três anos", disse o advogado.
Toledo foi o primeiro a usar hoje a expressão "apagão tributário", que foi repetida depois pelo empresário Jorge Gerdau Johannpeter, do grupo siderúrgico Gerdau, e pelo deputado Carlos Eduardo Moreira Ferreira (PFL-SP), presidente em exercício da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
"O Brasil não pode entrar na Alca sem passar por uma reforma tributária, sem acabar com os impostos em cascata", afirmou Gerdau, também coordenador da Ação Empresarial. "Precisamos acabar com essa excrescência chamada CPMF", disse Moreira Ferreira.
Exportar mais
Durante o evento, o presidente em exercício da CNI fez críticas ao secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. "Ele é um excelente secretário, mas tem visão de curto prazo, só pensa no caixa. Não pensa no meu filho, no seu e nos nossos netos", disse Moreira Ferreira.
Segundo ele, pensar além é considerar que o país precisa "exportar mais e depender menos do capital estrangeiro".
Moreira Ferreira diz que a reforma tributária continua a ser prioridade da indústria.
"É essencial acabar com a cumulatividade e a incidência de impostos em cascata, pelo menos na exportação".
O deputado disse ainda que a indústria brasileira se modernizou na década de 90, mas o aumento da carga tributária levou à corrosão de parte dos ganhos de competitividade obtidos naquele período.
O presidente da Confederação Nacional do Comércio, Gil Siuffo, afirmou que o país "não pode enfrentar o mundo globalizado com essa estrutura arcaica". Siuffo citou a CPMF, o PIS e o Cofins como impostos que reduzem significativamente a produtividade.
"O país não pode parar de discutir a reforma tributária por causa da crise energética. Foi, aliás, por falta de planejamento que a crise energética aconteceu", afirmou a presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Maria Sílvia Marques.
"Se deixarmos para discutir a reforma tributária quando a Alca começar, não estaremos preparados", acrescentou.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice