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29/05/2001 - 13h30

Elektro quer cobrir custos do apagão com reajuste de tarifa em SP

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MÁRIO TONOCCHI
da Folha Online, em Campinas

A Elektro, distribuidora de energia para 228 cidades do interior dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, vai cobrar reajuste de tarifas da Aneel (Agência Nacional de Eletricidade) para cobrir o aumento de 5% nos custos operacionais e queda de receita de 10% com a implantação do racionamento.

De acordo com o diretor de Operações da empresa, Francisco Fernandes, o custo operacional terá aumento de R$ 7 milhões até o final desse ano, além da perda de receita já estar estimada em R$ 130 milhões.

"Todo custo operacional a mais e perda de receita vai estar sendo contabilizado separadamente para depois ser discutido nas reuniões com a Aneel", disse.

Fernandes disse ainda que a empresa não tem hoje um cálculo de quanto seria necessário aumentar a conta de energia para cobrir o rombo gerado pelo racionamento.

O reajuste para a empresa, privatizada a partir da Cesp em 1998 e controlada pela norte-americana Enron, é discutido em agosto com período de cálculo entre agosto e julho do ano de reajuste.

A parcela de 2% para as distribuidoras referente à sobretaxa não vai diminuir os probelmas financeiros da empresa, segundo o diretor. A previsão de arrecadação com a sobretaxa, de acordo com Fernandes, é de R$ 6 milhões este ano. "Isso não cobre nem dez por cento do aumento de custos", observou.

O diretor da empresa disse hoje que a Elektro não tem como cortar a energia dos consumidores que não alcançaram as metas de racionamento determinadas. "Não temos pessoal para isso", disse.

Os apagões não estão descartados pela empresa. "Se nossos clientes não cumprirem as metas não teremos outra alternativa", afirmou o diretor.

Economia
A Elektro lançou hoje um plano de ação para esclarecer os consumidores e tentar minimizar o impacto da medidas adotadas pelo governo com o racionamento. O objetivo é evitar a compra de energia no MAE (Mercado Atacadista de Energia).

Dos consumidores a empresa tem hoje 45% de indústrias, 27% de residências, 11% de comércio e 6% rural. Os demais 11% são distribuídos entre administrações municipais e consumo interno.

A Elektro distribui energia para 182 empresas, que consomem mais de 1 GWh. Em relação a elas, a distribuidora está realizando reuniões para estabelecer metas de economia.

Para os municípios, a Elektro prevê a substituição de 32 mil lâmpadas, de um total de 504 mil distribuídas nas 228 cidades. Outras 100 mil lâmpadas serão desligadas. Até ontem a empresa já desligou 6.800 lâmpadas.

A Elektro vai cobrar das prefeituras a substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio com 400w por outras de vapor de sódio com 250w.

"Estamos criando uma linha de financiamento para as prefeituras. Esse financiamento vai acabar se pagando com a economia das novas lâmpadas em cinco ou seis anos", disse.

Para as residências, a Elektro está criando uma mala direta que explica detalhes do gasto de energia de eletroeletrônicos e como dimensionar melhor a redução de consumo. Já foram distribuídas 550 mil malas diretas das 1,6 milhão previstas.

A empresa também vai dar prêmios para os consumidores que comprovarem, por meio de suas contas, que diminuíram efetivamente o consumo. Serão distribuídas cinco geladeiras além de computadores para as escolas da área de concessão que mais economizarem energia.

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