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30/05/2001
-
08h48
da Reuters
O presidente indonésio, Abdurrahman Wahid, abriu hoje, para poucos presentes, a cúpula dos países em desenvolvimento que acontece em Jacarta, um evento totalmente ofuscado pela movimentação no Parlamento, a poucos metros, que aprovou a abertura do processo de impeachment do líder político.
Para muitos indonésios, a reunião de cúpula no mesmo dia em que os deputados discutem o futuro do presidente é um constrangimento nacional. Para tornar tudo pior, os dois acontecimentos têm lugar a poucas centenas de metros um do outro, ambos ameaçados pela violência dos fanáticos seguidores de Wahid.
Caso o Parlamento siga adiante com o processo de impeachment, Wahid ameaça decretar estado de emergência e dissolver o Congresso para salvar seu cargo.
Só metade dos membros do G-15 compareceram à cúpula, cujo tópico principal é diminuir a distância que existe também no mundo digital entre países ricos e pobres. O G-15, criado em 1989, agora reúne 19 países: Brasil, Argélia, Argentina, Chile, Colômbia, Egito, Índia, Indonésia, Irã, Jamaica, Quênia, Malásia, México, Nigéria, Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbábue.
Quase todos eles têm problemas políticos em casa, e pelo menos um, o venezuelano Hugo Chávez, também estuda medidas de emergência para conter a oposição.
Os jornalistas foram proibidos de entrar no salão de reuniões e precisaram acompanhar o discurso de Wahid por televisões instaladas na entrada do pavilhão de convenções de Jacarta.
''A globalização, moldada pelos outros e imposta a nós, sugere que devemos desenvolver nossa própria identidade. A própria identidade é muito importante para resistirmos à influência das organizações multilaterais'', disse o presidente.
Em uma aparente reviravolta na saga política indonésia, Wahid pediu que sua vice, Megawati Sukarnoputri, fizesse alguns comentários após o seu discurso. Ela recusou-se, acenando a mão. Ex-aliados, os dois vêm se afastando progressivamente desde o início do governo.
Megawati faz uma discreta campanha para o impeachment, que a levaria à Presidência. Para impedir isso, Wahid propôs um acordo político para que ela tivesse mais poderes, enquanto ele continuaria no governo. A proposta foi recusada.
O chanceler indonésio, Alwi Shihab, disse que o ''não'' de Megawati durante a cúpula foi um mal-entendido, e que ela faria um discurso horas mais tarde.
O presidente Robert Mugabe, que também enfrenta grave crise política no Zimbábue, aproveitou a hesitação dos indonésios e começou seu próprio discurso. Na semana passada, Mugabe havia cancelado sua presença no encontro. Surpresos, os jornalistas perguntaram aos organizadores quantos líderes haviam comparecido. ''Não temos certeza, talvez oito'', responderam.
O Brasil está representado na reunião do G-15 pelo vice-presidente Marco Maciel.
Cúpula do G-15 começa ofuscada por caos indonésio
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O presidente indonésio, Abdurrahman Wahid, abriu hoje, para poucos presentes, a cúpula dos países em desenvolvimento que acontece em Jacarta, um evento totalmente ofuscado pela movimentação no Parlamento, a poucos metros, que aprovou a abertura do processo de impeachment do líder político.
Para muitos indonésios, a reunião de cúpula no mesmo dia em que os deputados discutem o futuro do presidente é um constrangimento nacional. Para tornar tudo pior, os dois acontecimentos têm lugar a poucas centenas de metros um do outro, ambos ameaçados pela violência dos fanáticos seguidores de Wahid.
Caso o Parlamento siga adiante com o processo de impeachment, Wahid ameaça decretar estado de emergência e dissolver o Congresso para salvar seu cargo.
Só metade dos membros do G-15 compareceram à cúpula, cujo tópico principal é diminuir a distância que existe também no mundo digital entre países ricos e pobres. O G-15, criado em 1989, agora reúne 19 países: Brasil, Argélia, Argentina, Chile, Colômbia, Egito, Índia, Indonésia, Irã, Jamaica, Quênia, Malásia, México, Nigéria, Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbábue.
Quase todos eles têm problemas políticos em casa, e pelo menos um, o venezuelano Hugo Chávez, também estuda medidas de emergência para conter a oposição.
Os jornalistas foram proibidos de entrar no salão de reuniões e precisaram acompanhar o discurso de Wahid por televisões instaladas na entrada do pavilhão de convenções de Jacarta.
''A globalização, moldada pelos outros e imposta a nós, sugere que devemos desenvolver nossa própria identidade. A própria identidade é muito importante para resistirmos à influência das organizações multilaterais'', disse o presidente.
Em uma aparente reviravolta na saga política indonésia, Wahid pediu que sua vice, Megawati Sukarnoputri, fizesse alguns comentários após o seu discurso. Ela recusou-se, acenando a mão. Ex-aliados, os dois vêm se afastando progressivamente desde o início do governo.
Megawati faz uma discreta campanha para o impeachment, que a levaria à Presidência. Para impedir isso, Wahid propôs um acordo político para que ela tivesse mais poderes, enquanto ele continuaria no governo. A proposta foi recusada.
O chanceler indonésio, Alwi Shihab, disse que o ''não'' de Megawati durante a cúpula foi um mal-entendido, e que ela faria um discurso horas mais tarde.
O presidente Robert Mugabe, que também enfrenta grave crise política no Zimbábue, aproveitou a hesitação dos indonésios e começou seu próprio discurso. Na semana passada, Mugabe havia cancelado sua presença no encontro. Surpresos, os jornalistas perguntaram aos organizadores quantos líderes haviam comparecido. ''Não temos certeza, talvez oito'', responderam.
O Brasil está representado na reunião do G-15 pelo vice-presidente Marco Maciel.
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