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12/06/2001
-
08h58
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio
O estrago do racionamento de energia na economia já estará estampado nos números de crescimento dos próximos três meses. Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o PIB (Produto Interno Bruto) vai encolher no terceiro trimestre deste ano.
O economista Flávio Castelo Branco afirmou que não se concretizará a estimativa da entidade de crescimento de 4%. Ele ressaltou que a previsão havia sido feita em dezembro, quando nem se falava em racionamento.
A previsão de Castelo Branco, coordenador de pesquisas da CNI, é que o valor do PIB ''certamente'' será negativo no trimestre que irá de julho a setembro -tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior como ao mesmo período do ano passado.
Segundo ele, o impacto do racionamento se estenderá até 2002, porque, após desacelerar a produção nos próximos meses, a indústria levará algum tempo para retomar o atual nível de atividade.
O cenário também é ruim para o mercado de trabalho, embora Castelo não fale em demissões.
O economista prevê que a indústria terá um consumo menor de energia do que o estabelecido pelo plano de racionamento.
Para ele, a redução média de 20% no consumo significará, na verdade, um corte de, pelo menos, 25% no fornecimento.
A conta de Castelo Branco leva em consideração o fato de que o setor vinha gastando muito mais eletricidade nos quatro primeiros meses deste ano do que no mesmo período de 2000. Em sua análise, ele usou a taxa de crescimento da produção da indústria do IBGE no quadrimestre, de 6,9%.
O desempenho da indústria em abril, segundo a pesquisa ''Indicadores Industriais da CNI'', foi pior do que em março. Para Castelo Branco, a queda já revela uma acomodação da trajetória de recuperação do setor, reflexo da alta dos juros e do dólar.
As vendas tiveram queda de 6,45% em abril na comparação com o mês anterior (ou 0,13%, sem contar oscilações sazonais). O uso da capacidade instalada caiu 0,9 ponto, para 81%. Na comparação com o mesmo mês de 2000, houve expansão -17,43% nas vendas e 1,2 ponto percentual da capacidade instalada.
Quanto ao emprego, houve queda de 0,33% no índice dessazonalizado (ou alta de 0,16% no indicador original). Em relação a abril do ano passado, houve elevação de 1,96%.
Segundo a CNI, a taxa com ajuste sazonal mostra a dificuldade de se sustentar a trajetória de recuperação de emprego. Castelo Branco afirmou que em maio o efeito do racionamento sobre a produção poderá ser o inverso do previsto para os meses seguintes: os empresários devem ter antecipado a produção, o que já começa a aparecer nos dados de abril.
Veja especial sobre a Crise Energética
Racionamento apaga PIB no 3º trimestre
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da Folha de S.Paulo, no Rio
O estrago do racionamento de energia na economia já estará estampado nos números de crescimento dos próximos três meses. Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o PIB (Produto Interno Bruto) vai encolher no terceiro trimestre deste ano.
O economista Flávio Castelo Branco afirmou que não se concretizará a estimativa da entidade de crescimento de 4%. Ele ressaltou que a previsão havia sido feita em dezembro, quando nem se falava em racionamento.
A previsão de Castelo Branco, coordenador de pesquisas da CNI, é que o valor do PIB ''certamente'' será negativo no trimestre que irá de julho a setembro -tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior como ao mesmo período do ano passado.
Segundo ele, o impacto do racionamento se estenderá até 2002, porque, após desacelerar a produção nos próximos meses, a indústria levará algum tempo para retomar o atual nível de atividade.
O cenário também é ruim para o mercado de trabalho, embora Castelo não fale em demissões.
O economista prevê que a indústria terá um consumo menor de energia do que o estabelecido pelo plano de racionamento.
Para ele, a redução média de 20% no consumo significará, na verdade, um corte de, pelo menos, 25% no fornecimento.
A conta de Castelo Branco leva em consideração o fato de que o setor vinha gastando muito mais eletricidade nos quatro primeiros meses deste ano do que no mesmo período de 2000. Em sua análise, ele usou a taxa de crescimento da produção da indústria do IBGE no quadrimestre, de 6,9%.
O desempenho da indústria em abril, segundo a pesquisa ''Indicadores Industriais da CNI'', foi pior do que em março. Para Castelo Branco, a queda já revela uma acomodação da trajetória de recuperação do setor, reflexo da alta dos juros e do dólar.
As vendas tiveram queda de 6,45% em abril na comparação com o mês anterior (ou 0,13%, sem contar oscilações sazonais). O uso da capacidade instalada caiu 0,9 ponto, para 81%. Na comparação com o mesmo mês de 2000, houve expansão -17,43% nas vendas e 1,2 ponto percentual da capacidade instalada.
Quanto ao emprego, houve queda de 0,33% no índice dessazonalizado (ou alta de 0,16% no indicador original). Em relação a abril do ano passado, houve elevação de 1,96%.
Segundo a CNI, a taxa com ajuste sazonal mostra a dificuldade de se sustentar a trajetória de recuperação de emprego. Castelo Branco afirmou que em maio o efeito do racionamento sobre a produção poderá ser o inverso do previsto para os meses seguintes: os empresários devem ter antecipado a produção, o que já começa a aparecer nos dados de abril.
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