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15/06/2001
-
08h54
da Folha de S.Paulo
Os EUA e a União Européia admitiram ontem, no final da primeira reunião do presidente americano George W. Bush com os líderes europeus, que ainda estão em desacordo sobre o Protocolo de Kyoto, tratado internacional para combater o efeito estufa (a retenção da radiação solar na atmosfera por um manto de gases, que aquece o planeta).
Um comunicado conjunto divulgado após o encontro afirmou que ambos os lados, incluindo os EUA _opostos ao pacto_, reconheciam que uma união forte era necessária para achar uma solução global para o problema.
"Nós discordamos quanto ao Protocolo de Kyoto e sua ratificação, mas estamos determinados a trabalhar juntos em todos os fóruns que forem relevantes para abordar as mudanças climáticas...", afirma o documento.
Na reunião com os líderes da UE, em Gotemburgo, Suécia, Bush enterrou de vez as esperanças de que os EUA fossem voltar atrás na sua decisão de abandonar o protocolo, assinado em 1997.
Bush, um texano que teve sua campanha para a presidência financiada por multinacionais do petróleo, abandonou o acordo em março, por considerá-lo prejudicial à economia americana.
Pelo protocolo, os países industrializados devem reduzir em 5,2% suas emissões de gás carbônico _liberado na queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão_ até 2010-2012.
Na contramão do protocolo, que deve ser ratificado até 2002, os EUA adotaram em maio uma política energética que amplia o uso desses combustíveis.
Esta semana, em sua primeira visita oficial à Europa, Bush disse que o Protocolo de Kyoto tem "defeitos fatais" e é "irrealista, [pois] diversos países não conseguirão cumprir as metas de redução de emissões". Além de tudo, o acordo seria "injusto", porque isenta grandes poluidores do Terceiro Mundo, como Índia e China, de reduzir suas emissões.
"Foi uma ducha fria", declarou ao jornal "Le Monde" um diplomata francês, referindo-se ao efeito que a declaração de Bush teve sobre os líderes europeus. Alguns líderes esperavam que, ante a pressão da UE, Bush sinalizasse um retorno ao protocolo.
"Nós concordamos que discordamos em pontos essenciais", resumiu o primeiro-ministro sueco, Goran Persson. Ele disse que a UE continuaria aderindo ao protocolo, mesmo sem os EUA.
Para que o tratado tenha efeito prático, pelo menos 55 países industrializados (que representam 55% das emissões globais de gases-estufa) devem ratificá-lo, ou seja, aprová-lo como lei por seus Parlamentos. Sem os EUA, responsáveis por quase 25% das emissões, teme-se que Kyoto perca força. "O resto do mundo pagará o preço das ações egoístas dos EUA", disse Kate Hempton, coordenadora da ONG ambientalista Amigos da Terra.
Reunião entre Bush e UE acaba sem acordo sobre Protocolo de Kyoto
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Os EUA e a União Européia admitiram ontem, no final da primeira reunião do presidente americano George W. Bush com os líderes europeus, que ainda estão em desacordo sobre o Protocolo de Kyoto, tratado internacional para combater o efeito estufa (a retenção da radiação solar na atmosfera por um manto de gases, que aquece o planeta).
Um comunicado conjunto divulgado após o encontro afirmou que ambos os lados, incluindo os EUA _opostos ao pacto_, reconheciam que uma união forte era necessária para achar uma solução global para o problema.
"Nós discordamos quanto ao Protocolo de Kyoto e sua ratificação, mas estamos determinados a trabalhar juntos em todos os fóruns que forem relevantes para abordar as mudanças climáticas...", afirma o documento.
Na reunião com os líderes da UE, em Gotemburgo, Suécia, Bush enterrou de vez as esperanças de que os EUA fossem voltar atrás na sua decisão de abandonar o protocolo, assinado em 1997.
Bush, um texano que teve sua campanha para a presidência financiada por multinacionais do petróleo, abandonou o acordo em março, por considerá-lo prejudicial à economia americana.
Pelo protocolo, os países industrializados devem reduzir em 5,2% suas emissões de gás carbônico _liberado na queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão_ até 2010-2012.
Na contramão do protocolo, que deve ser ratificado até 2002, os EUA adotaram em maio uma política energética que amplia o uso desses combustíveis.
Esta semana, em sua primeira visita oficial à Europa, Bush disse que o Protocolo de Kyoto tem "defeitos fatais" e é "irrealista, [pois] diversos países não conseguirão cumprir as metas de redução de emissões". Além de tudo, o acordo seria "injusto", porque isenta grandes poluidores do Terceiro Mundo, como Índia e China, de reduzir suas emissões.
"Foi uma ducha fria", declarou ao jornal "Le Monde" um diplomata francês, referindo-se ao efeito que a declaração de Bush teve sobre os líderes europeus. Alguns líderes esperavam que, ante a pressão da UE, Bush sinalizasse um retorno ao protocolo.
"Nós concordamos que discordamos em pontos essenciais", resumiu o primeiro-ministro sueco, Goran Persson. Ele disse que a UE continuaria aderindo ao protocolo, mesmo sem os EUA.
Para que o tratado tenha efeito prático, pelo menos 55 países industrializados (que representam 55% das emissões globais de gases-estufa) devem ratificá-lo, ou seja, aprová-lo como lei por seus Parlamentos. Sem os EUA, responsáveis por quase 25% das emissões, teme-se que Kyoto perca força. "O resto do mundo pagará o preço das ações egoístas dos EUA", disse Kate Hempton, coordenadora da ONG ambientalista Amigos da Terra.
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