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18/06/2001
-
09h10
PEDRO SOARES
da Folha de S. Paulo, no Rio
Com a disparada de mais de 23% do dólar este ano (até o fechamento de sexta), começam a faltar recursos do Proex (Programa de Estímulo a Exportações) para financiar exportações.
Os empresários, antevendo a valorização da moeda, passaram a correr para reservar seu quinhão no fundo. Como os recursos são da União e denominados em reais, a elevação do dólar fez cair os valores financiados no exterior _cotados em dólar.
Com isso, segundo o economista do Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior) Roberto Iglesias, mais de 70% dos recursos previstos para este ano já estão comprometidos.
''Essa previsão [de 70%] é, no mínimo, otimista'', afirmou o economista da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) José Augusto Castro.
Pelas regras do fundo, mesmo sem ter fechado a exportação, o empresário pode pedir a reserva dos recursos que financiarão as vendas de sua empresa no mercado externo. Por isso, várias companhias passaram a antecipar seus pedidos de reserva de crédito, prevendo que o dólar iria subir ainda mais.
A forte procura pelo Proex e a disparada do dólar levaram o BB (Banco do Brasil), gestor do programa, a realizar uma varredura nas solicitações de reserva de recursos do fundo. Resultado: as regras mudaram.
Agora, os créditos têm de ser aprovados pelo governo, e só pode pedir reserva quem for embarcar a mercadoria nos 30 dias seguintes ao pedido. Antes, a aprovação era automática.
''Alguns pedidos chegaram a ser cancelados. Mas não vai faltar dinheiro'', disse Marcelo Malanga, gerente de negócios com o governo do Banco do Brasil.
O Proex tem duas linhas de financiamento: crédito direto e de equalização. Voltada para pequenas e médias empresas, a primeira _com orçamento de cerca de R$ 1,1 bilhão este ano_ não foi afetada pela falta de recursos.
A linha de equalização _utilizada para compensar deficiências da economia brasileira ante a de países que tornaram os produtos nacionais menos competitivos, como as taxas de juros elevadas_ está praticamente comprometida.
De acordo com Castro, os pedidos da Embraer, empresa exportadora de aviões, representam mais de 55% dos recursos da linha, que também totalizam R$ 1,1 bilhão.
De acordo com Rogério Lot, secretário-executivo do Proex no Banco do Brasil, 'o orçamento está estreito''.
Câmbio corrói recurso para exportações
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da Folha de S. Paulo, no Rio
Com a disparada de mais de 23% do dólar este ano (até o fechamento de sexta), começam a faltar recursos do Proex (Programa de Estímulo a Exportações) para financiar exportações.
Os empresários, antevendo a valorização da moeda, passaram a correr para reservar seu quinhão no fundo. Como os recursos são da União e denominados em reais, a elevação do dólar fez cair os valores financiados no exterior _cotados em dólar.
Com isso, segundo o economista do Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior) Roberto Iglesias, mais de 70% dos recursos previstos para este ano já estão comprometidos.
''Essa previsão [de 70%] é, no mínimo, otimista'', afirmou o economista da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) José Augusto Castro.
Pelas regras do fundo, mesmo sem ter fechado a exportação, o empresário pode pedir a reserva dos recursos que financiarão as vendas de sua empresa no mercado externo. Por isso, várias companhias passaram a antecipar seus pedidos de reserva de crédito, prevendo que o dólar iria subir ainda mais.
A forte procura pelo Proex e a disparada do dólar levaram o BB (Banco do Brasil), gestor do programa, a realizar uma varredura nas solicitações de reserva de recursos do fundo. Resultado: as regras mudaram.
Agora, os créditos têm de ser aprovados pelo governo, e só pode pedir reserva quem for embarcar a mercadoria nos 30 dias seguintes ao pedido. Antes, a aprovação era automática.
''Alguns pedidos chegaram a ser cancelados. Mas não vai faltar dinheiro'', disse Marcelo Malanga, gerente de negócios com o governo do Banco do Brasil.
O Proex tem duas linhas de financiamento: crédito direto e de equalização. Voltada para pequenas e médias empresas, a primeira _com orçamento de cerca de R$ 1,1 bilhão este ano_ não foi afetada pela falta de recursos.
A linha de equalização _utilizada para compensar deficiências da economia brasileira ante a de países que tornaram os produtos nacionais menos competitivos, como as taxas de juros elevadas_ está praticamente comprometida.
De acordo com Castro, os pedidos da Embraer, empresa exportadora de aviões, representam mais de 55% dos recursos da linha, que também totalizam R$ 1,1 bilhão.
De acordo com Rogério Lot, secretário-executivo do Proex no Banco do Brasil, 'o orçamento está estreito''.
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