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07/08/2001
-
09h53
SANDRA BRASIL
da Folha de S.Paulo
O ministro da Saúde, José Serra, defendeu ontem que a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), por US$ 700 milhões, beneficie a indústria nacional. No Brasil, a empresa que fabrica aviões é a Embraer. Na semana passada, a Aeronáutica abriu uma modalidade de concorrência internacional para fazer o negócio.
''Por mim, compraria aqui dentro. Entre importar um avião e comprar no Brasil, é melhor comprar dentro do Brasil, porque você gera mais emprego, mais produção, aperfeiçoamento tecnológico'', disse Serra em entrevista no programa ''Em Questão'', da TV Gazeta. ''O que puder comprar dentro do Brasil, melhor.''
A licitação para a aquisição de até 24 caças, que substituirão os 19 ultrapassados Mirage da FAB, foi lançada no dia 1º de agosto. Ao todo, oito grupos de empresas se apresentaram para retirar o pedido de oferta confidencial, que detalha os requisitos comerciais, técnicos e logísticos da concorrência. A Embraer e a francesa Dassault (que é acionista da empresa brasileira) estão juntas entre as interessadas. As empresas têm prazo de dois meses para apresentar as propostas.
''Um avião importado, que vai gerar emprego em outro lugar, pode ser assim um milionésimo melhor que o avião produzido aqui. Como é coisa para guerra e não vai ter guerra no horizonte, não é crucial'', afirmou Serra. Ele disse que não foi consultado sobre o assunto no governo. ''É a minha opinião como cidadão.''
Horas depois da entrevista, Serra fez questão de esclarecer que não é contrário à realização de licitação. ''Sou a favor da concorrência, mas nós temos que ter cláusulas que assegurem a participação nacional'', disse.
Segundo o Ministério da Defesa, o pedido de oferta prevê que os interessados apresentem proposta de transferência de tecnologia. A Folha de S.Paulo apurou que a Aeronáutica não quer que a empresa vencedora da licitação milionária traga os aviões para apenas serem montados no Brasil. Os militares brasileiros querem conhecer os segredos bélicos dos novos caças.
A Embraer, que foi privatizada em 1994, não tem tecnologia para a fabricação de caças supersônicos -que voam com velocidade maior que a do som. Para tentar vencer a licitação, a Embraer poderá contar com o know-how da sua acionista francesa Dassault, responsável pela fabricação dos Mirage que serão substituídos.
Na entrevista, Serra disse que ''o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso não consegue comunicar direito o que está fazendo''. ''Muitas ações boas do governo permanecem clandestinas.'' Segundo ele, esse é um problema do governo como um todo, e não apenas do secretário de Comunicação, Andrea Matarazzo. O ministro acusou a mídia de só estar preocupada com a sucessão presidencial em 2002. ''Quando se está no governo, tem que pensar no governo, em governar.''
Serra disse que não hora de pensar nas eleições do ano que vem. ''Eu sou candidato a me desempenhar bem na Saúde. Se ficar de olho na eleição, você não faz direito o que tem que fazer agora'', afirmou ontem o ministro.
Em relação à proposta de prévias para escolha do candidato do PSDB à sucessão de FHC, o ministro disse que ainda não pensou no assunto. ''No mínimo, vou me candidatar ao Senado, porque eu sou senador por São Paulo e meu mandato vai terminar.''
Serra defende Embraer na compra de caças
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da Folha de S.Paulo
O ministro da Saúde, José Serra, defendeu ontem que a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), por US$ 700 milhões, beneficie a indústria nacional. No Brasil, a empresa que fabrica aviões é a Embraer. Na semana passada, a Aeronáutica abriu uma modalidade de concorrência internacional para fazer o negócio.
''Por mim, compraria aqui dentro. Entre importar um avião e comprar no Brasil, é melhor comprar dentro do Brasil, porque você gera mais emprego, mais produção, aperfeiçoamento tecnológico'', disse Serra em entrevista no programa ''Em Questão'', da TV Gazeta. ''O que puder comprar dentro do Brasil, melhor.''
A licitação para a aquisição de até 24 caças, que substituirão os 19 ultrapassados Mirage da FAB, foi lançada no dia 1º de agosto. Ao todo, oito grupos de empresas se apresentaram para retirar o pedido de oferta confidencial, que detalha os requisitos comerciais, técnicos e logísticos da concorrência. A Embraer e a francesa Dassault (que é acionista da empresa brasileira) estão juntas entre as interessadas. As empresas têm prazo de dois meses para apresentar as propostas.
''Um avião importado, que vai gerar emprego em outro lugar, pode ser assim um milionésimo melhor que o avião produzido aqui. Como é coisa para guerra e não vai ter guerra no horizonte, não é crucial'', afirmou Serra. Ele disse que não foi consultado sobre o assunto no governo. ''É a minha opinião como cidadão.''
Horas depois da entrevista, Serra fez questão de esclarecer que não é contrário à realização de licitação. ''Sou a favor da concorrência, mas nós temos que ter cláusulas que assegurem a participação nacional'', disse.
Segundo o Ministério da Defesa, o pedido de oferta prevê que os interessados apresentem proposta de transferência de tecnologia. A Folha de S.Paulo apurou que a Aeronáutica não quer que a empresa vencedora da licitação milionária traga os aviões para apenas serem montados no Brasil. Os militares brasileiros querem conhecer os segredos bélicos dos novos caças.
A Embraer, que foi privatizada em 1994, não tem tecnologia para a fabricação de caças supersônicos -que voam com velocidade maior que a do som. Para tentar vencer a licitação, a Embraer poderá contar com o know-how da sua acionista francesa Dassault, responsável pela fabricação dos Mirage que serão substituídos.
Na entrevista, Serra disse que ''o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso não consegue comunicar direito o que está fazendo''. ''Muitas ações boas do governo permanecem clandestinas.'' Segundo ele, esse é um problema do governo como um todo, e não apenas do secretário de Comunicação, Andrea Matarazzo. O ministro acusou a mídia de só estar preocupada com a sucessão presidencial em 2002. ''Quando se está no governo, tem que pensar no governo, em governar.''
Serra disse que não hora de pensar nas eleições do ano que vem. ''Eu sou candidato a me desempenhar bem na Saúde. Se ficar de olho na eleição, você não faz direito o que tem que fazer agora'', afirmou ontem o ministro.
Em relação à proposta de prévias para escolha do candidato do PSDB à sucessão de FHC, o ministro disse que ainda não pensou no assunto. ''No mínimo, vou me candidatar ao Senado, porque eu sou senador por São Paulo e meu mandato vai terminar.''
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