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08/08/2001
-
09h23
ADRIANA MATTOS e JOSÉLIA AGUIAR
da Folha de S.Paulo
A indústria de alimentos já constatou queda nas vendas de produtos congelados e refrigerados e, ao mesmo tempo, um aumento nas encomendas de itens enlatados e instantâneos. A mudança exigiu uma reformulação nos cronogramas de produção das fábricas. E também forçou os supermercados a espremer a área destinada para os congelados e a ampliar a dos itens secos.
As promoções nas redes de varejo surgiram no último mês numa estratégia das lojas para se livrar dos produtos encalhados.
Isso evitou que a queda nas vendas fosse ainda maior do que a já verificada pelas companhias. Todo esse movimento na cadeia do setor foi necessário por causa do racionamento de energia.
Com o risco de ter a energia cortada, os consumidores desligaram freezers e microondas. Resultado: a procura por esse tipo de alimento desabou.
Alguns dados sobre essa retração foram apresentados ontem pelas empresas e até surpreenderam a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), entidade que representa o setor.
A Nestlé informou ontem que registrou uma redução de 40% nas vendas de congelados em junho e julho. Segundo o presidente do grupo, Ivan Zurita, foi a expansão nas vendas de enlatados que permitiu um crescimento real de 5% nas vendas da empresa no primeiro semestre.
''Nas lojas a procura caiu entre 15% e 20%'', afirma o executivo. ''Foi um tombo grande'', afirma Denis Ribeiro, economista da Abia. E isso obrigou o grupo a definir quais eram os produtos vistos como prioridade e deveriam sofrer aumento de produção e quais deveriam ser eliminados ou ter sua fabricação reduzida.
A Sadia, que divulga hoje seu balanço semestral, sentiu uma grande redução das vendas de congelados durante a primeira quinzena de junho, de acordo com Luiz Gonzaga Murat, diretor de finanças e relações com investidores da Sadia. Depois, as vendas começaram a se recuperar lentamente.
A concorrente Perdigão anuncia amanhã seu resultado semestral, que deve repercutir os efeitos do racionamento.
A Abia já estima uma inversão nos resultados positivos apresentados pelo segmento de congelados. De janeiro a maio, as empresas acumulam aumento de 15% nas vendas. A expectativa é que essa expansão seja reduzida aos poucos. ''No semestre, já devemos fechar com um crescimento menor, de 10%'', diz Ribeiro.
Na rede de supermercados carioca Sendas, com 85 lojas, a queda nas vendas de congelados chegou a 10%. ''Todos resolveram desligar o freezer, até eu desliguei o meu'', conta Nelson Sendas, vice-presidente comercial. Sendas explica que o recuo só não foi maior por causa das promoções. O executivo afirma que, em contrapartida, houve um crescimento entre 8% e 10% na venda de alimentos secos e instantâneos. Considerando todos os gêneros, houve uma queda generalizada de 2% nas vendas.
Leia mais no especial sobre Crise Energética
Freezer desligado encalha alimentos congelados
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da Folha de S.Paulo
A indústria de alimentos já constatou queda nas vendas de produtos congelados e refrigerados e, ao mesmo tempo, um aumento nas encomendas de itens enlatados e instantâneos. A mudança exigiu uma reformulação nos cronogramas de produção das fábricas. E também forçou os supermercados a espremer a área destinada para os congelados e a ampliar a dos itens secos.
As promoções nas redes de varejo surgiram no último mês numa estratégia das lojas para se livrar dos produtos encalhados.
Isso evitou que a queda nas vendas fosse ainda maior do que a já verificada pelas companhias. Todo esse movimento na cadeia do setor foi necessário por causa do racionamento de energia.
Com o risco de ter a energia cortada, os consumidores desligaram freezers e microondas. Resultado: a procura por esse tipo de alimento desabou.
Alguns dados sobre essa retração foram apresentados ontem pelas empresas e até surpreenderam a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), entidade que representa o setor.
A Nestlé informou ontem que registrou uma redução de 40% nas vendas de congelados em junho e julho. Segundo o presidente do grupo, Ivan Zurita, foi a expansão nas vendas de enlatados que permitiu um crescimento real de 5% nas vendas da empresa no primeiro semestre.
''Nas lojas a procura caiu entre 15% e 20%'', afirma o executivo. ''Foi um tombo grande'', afirma Denis Ribeiro, economista da Abia. E isso obrigou o grupo a definir quais eram os produtos vistos como prioridade e deveriam sofrer aumento de produção e quais deveriam ser eliminados ou ter sua fabricação reduzida.
A Sadia, que divulga hoje seu balanço semestral, sentiu uma grande redução das vendas de congelados durante a primeira quinzena de junho, de acordo com Luiz Gonzaga Murat, diretor de finanças e relações com investidores da Sadia. Depois, as vendas começaram a se recuperar lentamente.
A concorrente Perdigão anuncia amanhã seu resultado semestral, que deve repercutir os efeitos do racionamento.
A Abia já estima uma inversão nos resultados positivos apresentados pelo segmento de congelados. De janeiro a maio, as empresas acumulam aumento de 15% nas vendas. A expectativa é que essa expansão seja reduzida aos poucos. ''No semestre, já devemos fechar com um crescimento menor, de 10%'', diz Ribeiro.
Na rede de supermercados carioca Sendas, com 85 lojas, a queda nas vendas de congelados chegou a 10%. ''Todos resolveram desligar o freezer, até eu desliguei o meu'', conta Nelson Sendas, vice-presidente comercial. Sendas explica que o recuo só não foi maior por causa das promoções. O executivo afirma que, em contrapartida, houve um crescimento entre 8% e 10% na venda de alimentos secos e instantâneos. Considerando todos os gêneros, houve uma queda generalizada de 2% nas vendas.
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