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10/08/2001 - 08h59

Socorro do FMI não afasta riscos de calote do Brasil

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MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington

Menos de uma semana após o Brasil fechar um novo acordo com o FMI, aumentou a percepção de que o país dê um calote em sua dívida externa.

A agência de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou ontem, de estável para negativa, a tendência da classificação dos títulos do governo brasileiro.

A S&P é uma empresa que avalia a capacidade de pagamento das dívidas de empresas e de governos.

Na prática, o rebaixamento de ontem não alterou a atual classificação dos títulos brasileiros.

Para tomar essa decisão, a agência levou em consideração cenários políticos controversos e fatores econômicos conhecidos.

A S&P considerou excessivos e arriscados os atuais déficit orçamentário, volume e perfil da dívida externa do Brasil.

"A estrutura e o nível da dívida pública, o déficit orçamentário ainda muito alto e o racionamento de energia permanecem como vulnerabilidades do governo", disse Lisa Schineller, diretora-associada da S&P.

Entre os dados usados como base no rebaixamento de ontem estão o crescimento do déficit orçamentário do governo (de 5% para 7% do PIB entre 2000 e 2001) e o volume da dívida externa do país, de 70% do PIB e 30% das receitas.

O governo raramente usa esses dados, por considerá-los pouco expressivos. Com relação ao desempenho do Orçamento, prefere divulgar o fato de que, sem contar os pagamentos de juros, o resultado das contas do governo é superavitário (superávit primário).

Quanto ao volume excessivo da dívida externa, argumenta que o mais importante é o cronograma de pagamentos da dívida, e não seu valor total.

O argumento político usado pela S&P foi o risco de que, no ano que vem, o presidente FHC possa sofrer uma forte oposição política interna. Segundo a agência, essa oposição poderia impedi-lo de implementar as medidas de restrições fiscais necessárias para acalmar os mercados.
 

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