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11/08/2000
-
06h25
MARCELO BILLI, da Folha de S.Paulo
Quanto menor seu salário, mais sua família sofreu com a inflação do último mês. As altas de preços que aconteceram em julho foram mais rigorosas para as famílias de baixa renda.
As famílias brasileiras cujos membros, no conjunto, ganham até cinco salários mínimos -R$ 755- gastam mais de 60% de sua renda com consumo de alimentos, com transportes e habitação. Os aumentos de preços desses três grupos só perderam para o item comunicação, que teve alta de 7,61%.
Alimentação, habitação e transportes subiram, respectivamente, 1,78%, 1,29% e 2,98%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, divulgado ontem, foi de 1,61%. O impacto dessa inflação para as famílias de mais baixa renda variou de 1,10% a 1,14%.
Para uma família com renda mensal de R$ 450 -cerca de três salários mínimos-, o impacto da inflação do mês passado foi de cerca de 1,12%. Isso significa que, se os membros dessa família quiserem consumir hoje os mesmos bens e serviços que consumiam há um mês, deverão desembolsar cerca de 1,12% a mais do que o que gastavam antes.
Para uma família que ganha cerca de R$ 2.500, o impacto foi menor, ficando em torno de 0,85%.
Isso acontece porque as famílias mais pobres gastam uma parcela muito maior de sua renda justamente com os itens que mais subiram no mês passado.
Quem ganha mais sofreu com a alta de 7,61% nos serviços de comunicação. No entanto, a parcela da renda que essas famílias gastam com esse tipo de serviço é bem menor do que aquela que uma família de baixa renda gasta com alimentação, por exemplo.
Outro motivo que tornou a inflação passada mais rigorosa para quem ganha menos é o simples fato de que, quanto menor a renda de uma família, mais ela gasta com consumo. As famílias que recebem até R$ 450 gastam mais de 90% dessa quantia todo mês.
Elas quase não poupam e têm poucos instrumentos para se proteger do aumento da inflação. No caso, a única saída seria consumir menos, o que nem sempre é uma alternativa possível.
Para fazer os cálculos, a Folha usou a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa mostra quanto da renda das famílias é gasto em cada item do orçamento. Os dados da POF foram cruzados com os aumentos de cada item do IPCA para chegar à estimativa do impacto da inflação em cada classe de renda.
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Inflação é mais severa com famílias pobres
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Quanto menor seu salário, mais sua família sofreu com a inflação do último mês. As altas de preços que aconteceram em julho foram mais rigorosas para as famílias de baixa renda.
As famílias brasileiras cujos membros, no conjunto, ganham até cinco salários mínimos -R$ 755- gastam mais de 60% de sua renda com consumo de alimentos, com transportes e habitação. Os aumentos de preços desses três grupos só perderam para o item comunicação, que teve alta de 7,61%.
Alimentação, habitação e transportes subiram, respectivamente, 1,78%, 1,29% e 2,98%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, divulgado ontem, foi de 1,61%. O impacto dessa inflação para as famílias de mais baixa renda variou de 1,10% a 1,14%.
Para uma família com renda mensal de R$ 450 -cerca de três salários mínimos-, o impacto da inflação do mês passado foi de cerca de 1,12%. Isso significa que, se os membros dessa família quiserem consumir hoje os mesmos bens e serviços que consumiam há um mês, deverão desembolsar cerca de 1,12% a mais do que o que gastavam antes.
Para uma família que ganha cerca de R$ 2.500, o impacto foi menor, ficando em torno de 0,85%.
Isso acontece porque as famílias mais pobres gastam uma parcela muito maior de sua renda justamente com os itens que mais subiram no mês passado.
Quem ganha mais sofreu com a alta de 7,61% nos serviços de comunicação. No entanto, a parcela da renda que essas famílias gastam com esse tipo de serviço é bem menor do que aquela que uma família de baixa renda gasta com alimentação, por exemplo.
Outro motivo que tornou a inflação passada mais rigorosa para quem ganha menos é o simples fato de que, quanto menor a renda de uma família, mais ela gasta com consumo. As famílias que recebem até R$ 450 gastam mais de 90% dessa quantia todo mês.
Elas quase não poupam e têm poucos instrumentos para se proteger do aumento da inflação. No caso, a única saída seria consumir menos, o que nem sempre é uma alternativa possível.
Para fazer os cálculos, a Folha usou a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa mostra quanto da renda das famílias é gasto em cada item do orçamento. Os dados da POF foram cruzados com os aumentos de cada item do IPCA para chegar à estimativa do impacto da inflação em cada classe de renda.
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