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28/08/2001
-
10h18
ANDRÉ MESQUITA
da Folha de S.Paulo
Aos 10 anos, ele foi estudar na Suíça. Depois, viveu em Milão, na Itália, onde se formou em agronomia em 1922.
"Lá, ele se especializou em pesquisas no tratamento de frutas finas, como maçã e uva", diz Sérgio Semerdjian.
De volta ao Brasil em 1924, o agrônomo comprou uma chácara em Ferraz de Vasconcelos, onde iniciou a produção de mudas de uva, maçã, pêra e pêssego.
"Poletti trazia mudas da Europa e as aclimatizava, preparando-as para produzir sob as condições de um país tropical", afirma.
As frutas produzidas pelo agrônomo abasteciam o mercado da Cantareira, em São Paulo, entre as décadas de 40 e 60.
"A qualidade das frutas era tão boa que muitos acreditavam que as frutas vinham da Argentina", diz Semerdjian.
Sonho
Poletti morreu em 1962 sem ver o seu sonho ser realizado: a construção de uma escola de agronomia na região do Alto Tietê.
"No final da década de 50, o então governador de São Paulo Adhemar de Barros se interessou pela idéia. Mas não levou o projeto adiante", diz Semerdjian.
Com a morte do agrônomo, a produção de mudas foi abandonada na região.
Restaram algumas mudas, que foram aclimatizadas pelo ajudante de Poletti, Sussumu Ussui.
Ele foi o primeiro agricultor na região a produzir uva itália em escala comercial, em 1942, com cerca de 500 mudas.
"Nas décadas de 40 e 50, Ussui, hoje com 90 anos, chegou a produzir 20 t por ano", afirma Semerdjian.
Agora, a Adav, que pretende estabelecer uma parceria com a prefeitura local e a Fatec (Faculdade de Tecnologia), quer resgatar também o sonho de Poletti. "Queremos instalar na região um curso de viticultura'', diz Semerdjian.
A proposta é que a prefeitura ceda uma área de até cinco alqueires para a instalação de uma estação experimental, diz Semerdjian.
"A idéia está sendo analisada, mas a faculdade sabe que o curso pode ajudar os produtores de uva a adquirir novas técnicas", afirma Ricardo de Oliveira, presidente do Conselho Comunitário de Educação da Grande São Paulo.
Pioneiro da uva itália no Brasil trouxe mudas da Europa
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da Folha de S.Paulo
Aos 10 anos, ele foi estudar na Suíça. Depois, viveu em Milão, na Itália, onde se formou em agronomia em 1922.
"Lá, ele se especializou em pesquisas no tratamento de frutas finas, como maçã e uva", diz Sérgio Semerdjian.
De volta ao Brasil em 1924, o agrônomo comprou uma chácara em Ferraz de Vasconcelos, onde iniciou a produção de mudas de uva, maçã, pêra e pêssego.
"Poletti trazia mudas da Europa e as aclimatizava, preparando-as para produzir sob as condições de um país tropical", afirma.
As frutas produzidas pelo agrônomo abasteciam o mercado da Cantareira, em São Paulo, entre as décadas de 40 e 60.
"A qualidade das frutas era tão boa que muitos acreditavam que as frutas vinham da Argentina", diz Semerdjian.
Sonho
Poletti morreu em 1962 sem ver o seu sonho ser realizado: a construção de uma escola de agronomia na região do Alto Tietê.
"No final da década de 50, o então governador de São Paulo Adhemar de Barros se interessou pela idéia. Mas não levou o projeto adiante", diz Semerdjian.
Com a morte do agrônomo, a produção de mudas foi abandonada na região.
Restaram algumas mudas, que foram aclimatizadas pelo ajudante de Poletti, Sussumu Ussui.
Ele foi o primeiro agricultor na região a produzir uva itália em escala comercial, em 1942, com cerca de 500 mudas.
"Nas décadas de 40 e 50, Ussui, hoje com 90 anos, chegou a produzir 20 t por ano", afirma Semerdjian.
Agora, a Adav, que pretende estabelecer uma parceria com a prefeitura local e a Fatec (Faculdade de Tecnologia), quer resgatar também o sonho de Poletti. "Queremos instalar na região um curso de viticultura'', diz Semerdjian.
A proposta é que a prefeitura ceda uma área de até cinco alqueires para a instalação de uma estação experimental, diz Semerdjian.
"A idéia está sendo analisada, mas a faculdade sabe que o curso pode ajudar os produtores de uva a adquirir novas técnicas", afirma Ricardo de Oliveira, presidente do Conselho Comunitário de Educação da Grande São Paulo.
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