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29/08/2001
-
08h00
MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington
Credores privados disseram hoje ao governo dos EUA que o valor de US$ 3 bilhões oferecido pelo FMI para reestruturar a dívida da Argentina é insuficiente para estimular a busca por uma "solução amigável e original" para o passivo do país.
O recado foi dado hoje ao subsecretário para assuntos internacionais do Tesouro americano, John Taylor, por um grupo de investidores privados que detêm papéis do governo argentino e de outros mercados emergentes.
Depois de ouvir a avaliação, Taylor frustrou-os ao não indicar se os EUA pretendem ajudar o país com mais recursos, direta ou indiretamente.
Horas depois, um assessor do Tesouro disse à Folha considerar "quase impossível" uma ajuda direta dos EUA, por meio de garantias ou de um empréstimo, para que a Argentina troque seus títulos em poder dos mercados por papéis com prazos mais longos e juros mais baixos.
Apesar disso, ele falou que o Tesouro continua otimista com a situação argentina e que os EUA irão contribuir com "idéias" para reduzir o acúmulo de compromissos externos da Argentina.
Na semana passada, o FMI anunciou um pacote de ajuda de US$ 8 bilhões à Argentina, separando US$ 3 bilhões do total para incentivar o país a reduzir o peso de sua dívida por meio de "operações voluntárias de mercado".
A idéia é usar esses recursos para comprar a dívida de volta com desconto ("buyback") ou usar o dinheiro para garantir uma parte de uma nova emissão de títulos.
Nos dois casos, o dinheiro empregado pela Argentina teria, em tese, um efeito multiplicador. Em 1999, a Argentina conseguiu vender US$ 1 bilhão em títulos usando apenas um quarto desse valor (US$ 250 milhões, fornecidos pelo Banco Mundial) como garantia. Naquela época, no entanto, a taxa de risco da Argentina era de apenas 650 pontos base acima dos papéis do Tesouro americano. Hoje, está em 1.400 pontos.
Lembrando da emissão de 1999, os credores privados disseram a Taylor que seria necessário obter um valor inicial de US$ 10 a US$ 20 bilhões para alavancar um esforço suficiente para reestruturar adequadamente a dívida argentina, avaliada em US$ 130 bilhões. Estima-se em pelo menos US$ 40 bilhões o valor dos papéis públicos argentinos cuja troca ou pagamento são considerados emergenciais. Na segunda-feira, o vice-diretor-gerente do Fundo, Stanley Fischer, reconheceu que o estímulo de US$ 3 bilhões é insuficiente.
Os investidores que encontraram-se hoje com Taylor são clientes do banco de investimentos JP Morgan Chase. O encontro é parte dos esforços de Taylor e do secretário Paul O'Neill para receber com regularidade avaliações do setor privado. O'Neill não participou da reunião de hoje.
Um funcionário do J.P. Morgan disse à Folha que o encontro teve a mesma finalidade das reuniões dos banqueiros de Wall Street com presidentes de bancos centrais latino-americanos. A única diferença é que, no caso de Taylor e de O'Neill, os investidores privados se locomovem até o escritório das autoridades, e não o inverso.
Leia mais no especial sobre Argentina
Credores querem mais dinheiro para renegociar dívida argentina
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da Folha de S.Paulo, em Washington
Credores privados disseram hoje ao governo dos EUA que o valor de US$ 3 bilhões oferecido pelo FMI para reestruturar a dívida da Argentina é insuficiente para estimular a busca por uma "solução amigável e original" para o passivo do país.
O recado foi dado hoje ao subsecretário para assuntos internacionais do Tesouro americano, John Taylor, por um grupo de investidores privados que detêm papéis do governo argentino e de outros mercados emergentes.
Depois de ouvir a avaliação, Taylor frustrou-os ao não indicar se os EUA pretendem ajudar o país com mais recursos, direta ou indiretamente.
Horas depois, um assessor do Tesouro disse à Folha considerar "quase impossível" uma ajuda direta dos EUA, por meio de garantias ou de um empréstimo, para que a Argentina troque seus títulos em poder dos mercados por papéis com prazos mais longos e juros mais baixos.
Apesar disso, ele falou que o Tesouro continua otimista com a situação argentina e que os EUA irão contribuir com "idéias" para reduzir o acúmulo de compromissos externos da Argentina.
Na semana passada, o FMI anunciou um pacote de ajuda de US$ 8 bilhões à Argentina, separando US$ 3 bilhões do total para incentivar o país a reduzir o peso de sua dívida por meio de "operações voluntárias de mercado".
A idéia é usar esses recursos para comprar a dívida de volta com desconto ("buyback") ou usar o dinheiro para garantir uma parte de uma nova emissão de títulos.
Nos dois casos, o dinheiro empregado pela Argentina teria, em tese, um efeito multiplicador. Em 1999, a Argentina conseguiu vender US$ 1 bilhão em títulos usando apenas um quarto desse valor (US$ 250 milhões, fornecidos pelo Banco Mundial) como garantia. Naquela época, no entanto, a taxa de risco da Argentina era de apenas 650 pontos base acima dos papéis do Tesouro americano. Hoje, está em 1.400 pontos.
Lembrando da emissão de 1999, os credores privados disseram a Taylor que seria necessário obter um valor inicial de US$ 10 a US$ 20 bilhões para alavancar um esforço suficiente para reestruturar adequadamente a dívida argentina, avaliada em US$ 130 bilhões. Estima-se em pelo menos US$ 40 bilhões o valor dos papéis públicos argentinos cuja troca ou pagamento são considerados emergenciais. Na segunda-feira, o vice-diretor-gerente do Fundo, Stanley Fischer, reconheceu que o estímulo de US$ 3 bilhões é insuficiente.
Os investidores que encontraram-se hoje com Taylor são clientes do banco de investimentos JP Morgan Chase. O encontro é parte dos esforços de Taylor e do secretário Paul O'Neill para receber com regularidade avaliações do setor privado. O'Neill não participou da reunião de hoje.
Um funcionário do J.P. Morgan disse à Folha que o encontro teve a mesma finalidade das reuniões dos banqueiros de Wall Street com presidentes de bancos centrais latino-americanos. A única diferença é que, no caso de Taylor e de O'Neill, os investidores privados se locomovem até o escritório das autoridades, e não o inverso.
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