Chávez anuncia fim de autonomia de estatais

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, proclamou hoje o fim da "autonomia administrativa" das empresas estatais do país e o início de "uma etapa de planejamento centralizado por categorias estratégicas" para o setor.

"Senhores das empresas do Estado, começando pela [petrolífera] PDVSA que é a gigante, esqueçam a autonomia administrativa. Não!", declarou Chávez na inauguração de uma usina termoelétrica no Estado de Zulia, transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.

Chávez argumentou que na Venezuela existem empresas públicas "falidas" nas quais os gerentes têm salários milionários, "não prestam conta a ninguém, e sugam os lucros", divididos em bônus no final do ano.

"O que é isso, como o país vai se desenvolver assim? Acabou a autonomia administrativa. Estamos entrando em uma etapa de planejamento centralizado por categorias estratégicas, por macro-setores integrados", anunciou.

Chávez ressaltou que a Corporação Elétrica Nacional, criada recentemente por causa da nacionalização do setor elétrico do país, deve nascer sob a premissa do "planejamento centralizado".

"Faço um apelo à integração" de todas as empresas elétricas na nova Corporação Elétrica Nacional, para que "dando todos o melhor de si mesmos", concretize-se "a transformação de empresas capitalistas em empresas socialistas do Estado", acrescentou o presidente.

O Estado venezuelano comprou 92,98% das ações da companhia Electricidad de Caracas, por meio de uma Oferta Pública de Aquisição, que terminou em maio e envolveu um acordo de compra e venda de 82,14% das ações, controladas pela americana AES, por US$ 739,26 milhões.

A nacionalização do setor elétrico inclui a compra de quatro distribuidoras regionais, mas até agora só foi anunciada oficialmente a aquisição da empresa Seneca, da Ilha de Margarita, por US$ 88 milhões.

Este ano, o governo Chávez também comprou da americana Verizon Communications a maioria acionária de 28,51% da telefônica CANTV.