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Empresas reclamam de preços e querem novo leilão de energia alternativa
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LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
Preços baixos e dificuldades de financiamento impediram mais empresas de participar hoje do 1º Leilão de Energia de Fontes Alternativas, declarou à Folha Online o presidente da APMPE (Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica), Ricardo Pigatto. Apenas 639 MW foram comercializados no leilão, considerado pelo ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, uma "decepção".
Para Pigatto, as regras do leilão tornaram os empreendimentos "inviáveis". A reclamação é principalmente em relação ao preço, máximo de R$ 140 para usinas térmicas a base de biomassa e R$ 135 para PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas). "A questão financeira foi determinante para a (baixa) participação das usinas. Com esses preços, os empreendimentos são inviáveis " reclamou Pigatto.
Ele informou que se reunirá com representantes do Ministério de Minas e Energia e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para pedir um novo leilão exclusivo para fontes alternativas em setembro ou outubro, com mudanças no regulamento. "Vamos conversar para ver o que pode ser feito para beneficiar o país. Temos um grande potencial através de fontes alternativas que não pode ser desperdiçado", explicou.
Os investidores defendem ainda modificações nas regras de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para Pigatto, o banco deveria financiar 80% do empreendimento --no formato atual, apenas 60% é financiado.
Os empresários reivindicam ainda que benefícios do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como a desoneração de Pis e Cofins sejam estendidos às pequenas centrais hidrelétricas e não fiquem restritos aos grandes empreendimentos.
Cultura
Apesar da reclamação da iniciativa privada em relação aos preços, Hubner e o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, declararam que o setor sucroalcooleiro não possui uma cultura para vender energia.
"O custo de produção da energia de biomassa é muito inferior aos R$ 140 por MW/hora. No entanto, esse setor trabalha com taxas de retorno muito maiores do que as oferecidas pela energia e a deixam em segundo plano", afirmou Tomasquim.
Leilão
A EPE habilitou para participar do leilão empreendimentos com capacidade para produzir 1.165 MW entre as usinas térmicas (biomassa) e as PCHs. Foram comercializados 542 MW de biomassa e 97 MW das PCHs ao preço médio de R$ 137,32. O leilão movimentou R$ 4,18 bilhões. Os novos empreendimentos começaram a produzir energia em 2010.
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