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21/06/2007 - 10h03

Eletronuclear estuda erguer usinas nucleares em São Paulo

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JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio

O presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, afirmou ontem que a estatal cogita construir uma central nuclear em São Paulo. A proposta faz parte da retomada do programa nuclear brasileiro, que prevê a construção de quatro a oito usinas até 2030, divididas em duas centrais nucleares. Outras opções são Minas Gerais e Espírito Santo.

O primeiro projeto a sair do papel deverá ser uma central nuclear no Nordeste -em Sergipe ou em Alagoas, na região entre a foz do rio São Francisco e o rio Xingó. A previsão é que essa central, que reunirá duas novas usinas de 1.000 MW cada uma, entre em operação em 2017. Já a central do Sudeste estaria pronta até 2030 com pelo menos duas usinas.

A definição do local das novas centrais leva em conta a proximidade de rios capazes de permitir o resfriamento dos reatores. A água usada para resfriar os reatores volta mais quente para o local de onde foi retirada e por isso é necessário contar com grande volume de água. Em Angra (RJ), o resfriamento é feito com água do mar.

Segundo Silva, os locais cogitados no Sudeste estão às margens do baixo Tietê, em São Paulo, entre Ibitinga e Três Irmãos, às margens do rio Grande (São Paulo ou Minas Gerais) e próximo ao rio Doce, no Espírito Santo. A proposta mais arrojada é a de construção de seis usinas de 1.000 MW cada.

O processo de escolha no Nordeste começa no segundo semestre e deve durar dois anos. Para o Sudeste, ainda não há data para o início dos estudos de localização.

Os técnicos da estatal avaliarão aspectos sísmicos e características do solo, além de um estudo de impacto social. "É preciso contar com aceitação local. Vamos fazer ainda uma coleta de materiais da região, como vegetais e vísceras de animais, para mostrar como era antes da construção. Queremos analisas em laboratórios diferentes e registrar o resultado em cartório", afirmou. A construção das centrais deve ter 71% de conteúdo nacional.

O setor espera que o projeto ganhe novo fôlego com a formalização da decisão do governo de construir Angra 3 na reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), prevista para segunda-feira.

Segundo Silva, nas últimas semanas o Banco do Brasil manifestou interesse em financiar parte do projeto, que deve contar com apoio do BNDES e de um conjunto de bancos estrangeiros. São previstos R$ 7,2 bilhões para retomar as obras.

A construção de Angra 3, com capacidade de 1.360 MW, deve levar seis anos. Desde terça, estão ocorrendo audiências públicas em municípios como Angra e Parati, parte do processo de licenciamento ambiental.

A Eletronuclear pretende ainda investir em formação de pessoal. A idéia é fechar parcerias com universidades do Rio, São Paulo e Pernambuco.

 

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