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17/09/2001 - 04h56

Empresas aéreas reduzem número de vôos e ameaçam com demissão

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do enviado especial a Nova York

Problemáticas antes do atentado ao World Trade Center, as companhias aéreas dos Estados Unidos estão agora em situação muito pior. As maiores empresas do setor anunciaram no final de semana que cortarão cerca de 20% de seus vôos. Os prejuízos acumulados no ano podem chegar a US$ 7 bilhões.

Na sexta-feira, o Congresso dos EUA analisava a aprovação de uma ajuda financeira de até US$ 15 bilhões para salvar o setor aéreo do país.
Depois da destruição do WTC, uma companhia já fechou as portas -a Midway Airlines. Outra empresa cuja posição é considerada frágil pelos mercados é a US Airways, e pode também enfrentar dificuldades para continuar a operar.

Além dos problemas financeiros crônicos, as empresas aéreas tiveram dificuldades inéditas na semana passada, quando o espaço aéreo dos Estados Unidos permaneceu fechado por quase três dias -a única restrição no momento é para pequenos aviões particulares num raio de 50 km de Nova York e de Washington.

Não há estimava precisa, mas as avaliações divulgadas pelas próprias empresas demonstram que a suspensão dos vôos causou prejuízo diário total de US$ 250 milhões a US$ 400 milhões, em valores máximos citados.

Por causa desse cenário, a quinta maior companhia aérea norte-americana, a Continental, anunciou no sábado a demissão de 12 mil empregados -a empresa emprega atualmente 56 mil pessoas. Outras gigantes do setor, como a American Airlines e a Northwest, também devem anunciar cortes em suas folhas de pagamento nos próximos dias.

A reabertura do mercado financeiro hoje em Nova York dará um sinal sobre como pode ser o futuro das companhias aéreas do país. É quase um consenso entre os operadores do mercado que os investidores devem fugir das ações do setor aéreo. Se se confirmarem essas previsões, é quase certo que haverá um forte lobby dessas empresas para que o Congresso aprove rapidamente o pacote de ajuda financeira.

O Congresso norte-americano já aprovou US$ 40 bilhões para serem usados na atual crise pelo governo federal. É um valor maior do que as reservas brasileiras. Parte desse dinheiro pode ser aplicado livremente pelo presidente dos EUA, George W. Bush. A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre o assunto.

O grande novo obstáculo para as companhias aéreas é reconquistar a confiança dos passageiros -além de ter de encontrar alguma forma de minimizar os custos adicionais das novas medidas de segurança exigidas pelas autoridades federais nos EUA.

O vôo da American Airlines de sexta-feira de São Paulo para Nova York, no qual a reportagem da Folha estava presente, tinha menos da metade da lotação, mesmo depois de o Brasil ter ficado quase quatro dias sem linha aérea para os EUA.

No sábado, no aeroporto internacional JFK, em Nova York, houve apenas 74 chegadas e 105 partidas. Esse volume representa apenas cerca da metade do movimento usual. Por falta de passageiros, as companhias já estão cancelando vôos.
(FR)

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