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17/09/2001 - 04h59

Seguro vai cobrir gastos do atentado

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JOSÉ SERGIO OSSE
da Folha de S.Paulo

Seguradoras americanas e européias afirmaram que os ataques às torres gêmeas do World Trade Center não foram atos de guerra. Isso invalida uma cláusula do contrato que exclui a responsabilidade de pagamento de prêmios pelas seguradoras em casos de guerra. Por esse motivo, essas empresas deverão arcar com as indenizações referentes ao atentado que, segundo elas, podem chegar aos US$ 30 bilhões.

"A exclusão por atos de guerra não se aplica aos eventos da terça-feira", disse a seguradora Chubb Corp. "Não tenho dúvida de que a indústria de seguros não tem outra saída senão pagar [as indenizações", até por razões políticas", completou Bruno Porro, membro do comitê executivo da Swiss Re, a segunda maior resseguradora do mundo. A empresa deverá arcar com cerca de US$ 700 milhões em indenizações relativas ao ataque da terça-feira.

Na maioria dos casos, a indenização por atos de guerra é excluída dos contratos de seguro para proteger as empresas de pedidos muito altos durante um conflito. Alguns analistas afirmaram, após os ataques, que as seguradoras poderiam levantar essa dúvida para não pagar as indenizações.

Apesar de o presidente dos EUA, George W. Bush, ter afirmado que o atentado foi um "ato de guerra", é consenso aplicar a exclusão apenas em casos de uma guerra declarada entre duas ou mais nações.

Grande número de empresas americanas do setor já afirmou que a exclusão por atos de guerra não se aplica aos atentados da terça-feira.

Segundo Ed Zore, executivo-chefe da Northwestern Mutual, nenhum pedido de seguro de vida ligado ao atentado ao World Trade Center será negado por se tratar de um ato de guerra. "Nenhum pedido de indenização por morte ou ferimento grave por causa dos eventos do dia 11 será negado com base na cláusula de guerra", disse ele.

A Northwestern é a maior seguradora pessoal dos EUA e já recebeu diversos pedidos de indenização das famílias dos segurados que estavam nos aviões usados nos ataques da terça-feira.

Para Porro, as empresas não devem desclassificar as indenizações por ter se tratado de ataques terroristas. "O prejuízo causado pelo terrorismo tem que ser coberto porque as apólices de seguro, especialmente nos Estados Unidos, não fazem alusão a essa possibilidade em seu regulamento", disse.

Indenizações
Um cálculo feito pela consultoria B&W Deloitte coloca entre US$ 50 bilhões e US$ 100 bilhões a estimativa de indenizações relacionadas aos atentados nos EUA.

Como é possível que isso leve diversas empresas à falência, alguns já pedem que o governo dos Estados Unidos se responsabilize pelas indenizações às famílias das pessoas mortas.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
 

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