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18/09/2001 - 07h44

Empresas recompraram ações para frear queda em NY

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Empresas americanas aproveitaram ontem as regras flexibilizadas do mercado para comprar as próprias ações. O objetivo era tirá-las do mercado e impedir a queda descontrolada. A operação ficou conhecida na Bolsa como ''patriotic rally'' (apoio patriótico) _também houve incentivo para que pequenos investidores participassem da compra para ajudar na recuperação do mercado.

A estratégia conteve a queda ainda maior da Bolsa ontem, que mesmo assim registrou sua maior queda na história em pontos (baixa de 684,80 pontos).

Mais de dez grandes empresas recompraram papéis logo depois da abertura do pregão. Não há números exatos sobre o valor. Só as empresas podem divulgar cifras.

Informações preliminares, com base nos compradores, dão conta que vários bilhões de dólares foram gastos. Isso foi possível porque a SEC (Securities and Exchange Commission, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil), suspendeu temporariamente algumas restrições depois dos ataques terroristas.

A SEC tem plenos poderes para fazer esse tipo de flexibilização. Mas nunca na história de mais de 60 anos tinha tomado uma decisão tão drástica. As empresas sofriam fortes restrições para a recompra, pois o movimento pode levar à manipulação de preços.

Entre as empresas que recompraram estão General Electric e PepsiCo. A GE anunciou a recompra de até US$ 2,8 bilhões. Mas suas ações caíram 4,2%. A Pepsi liberou a recompra de até US$ 2 bilhões. A Intel divulgou que já tinha um programa, ampliado em US$ 300 milhões ontem.

Principais responsáveis pela queda na Bolsa, as empresas do setor de aviação não puderam aproveitar _por estarem em péssima situação financeira_ as novas regras de recompra.

Ainda na semana passada, havia uma forte preocupação com a reabertura do mercado. Os temores eram de queda generalizada nas Bolsas e o princípio de uma recessão que já ameaçava.

Analistas esperavam que os governos do G7 (sete países mais ricos do mundo) reagissem com empréstimos e cortes de juros.

A primeira ação partiu do Fed (banco central americano). Na quarta, anunciou uma injeção de US$ 38,25 bilhões na economia. O BCE (Banco Central Europeu) seguiu a linha e liberou US$ 63,23 bilhões. Nesse dia, as Bolsas européias e asiáticas funcionaram. Todas tiveram fortes quedas, e o dólar perdeu valor frente ao euro.

Com o mercado europeu nervoso e o norte-americano fechado, na quinta os países ricos anunciaram medidas coordenadas pela primeira vez desde 1987.

O Fed aumentou a injeção para US$ 70,2 bilhões. O Fed e o BCE fecharam uma troca de US$ 50 bilhões, para proteger os bancos europeus com negócios nos EUA.

O Banco da Inglaterra fez um acordo semelhante com os EUA, de US$ 10 bilhões, e o BC do Japão emprestou US$ 17 bilhões para seu mercado financeiro. Na sexta, a SEC anunciou as medidas que afrouxaram as regras. Com as quedas de manhã, o Fed anunciou um corte de 3,5% para 3,0%, o oitavo no ano. O BCE cortou os juros de 4,25% para 3,75%.

*Colaborou Diego Viana, da Redação

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