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24/09/2001
-
13h18
GABRIELLA ESPER
da Folha Online
A semana no câmbio começa com o dólar comercial em queda e com o Banco Central se movimentando para acalmar o mercado. Mais do que disposto a vencer a queda-de-braço e derrubar as cotações do dólar, o BC tentou "intimidar" o mercado de câmbio nesta manhã.
O dólar comercial encerrou a primeira etapa do dia em queda de 2,32%, para R$ 2,766 na compra e R$ 2,769 na venda.
Durante a manhã, o BC realizou leilão-relâmpago de R$ 500 milhões em papéis cambiais e anunciou que tem mais R$ 10 bilhões em "munição". Por volta das 10h30, o BC deu a primeira "cutucada" do dia no câmbio. Leiloou R$ 500 milhões em papéis cambiais, mesmo com a moeda norte-americana recuando mais de 1% desde a abertura dos negócios.
O objetivo do BC foi dar continuidade aos leilões que realizou na sexta-feira passada. Mas, pagou juros mais caros do que os pagos nos seis leilões de papéis cambiais da sexta. A taxa máxima do leilão realizado esta manhã foi de 10,25% e a média de 9,54%. Na sexta, as taxas máximas variaram entre 6,47%, a mais baixa, e 9%, a mais alta.
E, logo após o encerramento do leilão, o BC reforçou a tática de "intimidar" o mercado de câmbio. Emitiu R$ 10 bilhões em papéis cambiais para sua carteira. Com o anúncio, o BC sinaliza que poderá leiloar esses papéis a qualquer momento, caso o dólar comercial volte a subir, ou seja, diz ao mercado que têm "munição".
O BC começou a movimentar-se mais ativamente na sexta, quando "ressuscitou" o recolhimento compulsório dos depósitos a prazo nos bancos. Em outras palavras, ao tirar de circulação 10% desses depósitos (cerca de R$ 10 bilhões) reduziu a liquidez no mercado.
Reunião ministerial
A alta do dólar também entrou na pauta do presidente Fernando Henrique Cardoso. No final desta tarde no Palácio do Planalto, ele faz reunião de emergência com a equipe econômica. Foram chamados por FHC os ministros Pedro Malan (Fazenda), Sergio Amaral (Desenvolvimento) e Pedro Parente (Casa Civil), além do presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Desde a declaração de guerra dos Estados Unidos contra o terrorismo, os centros de negócios do Brasil e de todo o mundo entraram em pânico.
Durante a manhã, a cotação de venda da moeda oscilou entre R$ 2,744, em queda de 3,20%, na cotação mínima de hoje, e R$ 2,802, baixa de 1,16%, na máxima.
Bovespa sobe 2,57%
A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou a melhora no mercado acionário norte-americano e fechou a manhã com ganhos de 2,57%. A Nasdaq subia 5,18% e a Dow Jones, 4,18%
O desempenho da Bovespa foi impulsionado, principalmente, pelos papéis do setor de telecomunicações. No final da manhã, das cinco maiores altas do índice, quatro eram de teles, com destaque para a ação ordinária (com direito a voto) da Brasil Telecom Participações, que subia 11,66%.
Já os papéis da Petrobras seguiram comportamento oposto ao do Ibovespa e terminaram a manhã com as maiores quedas do índice. A ação preferencial da empresa tinha perda de 3,59% e a ordinária, de 4,53%, refletindo a queda do preço do petróleo no mercado internacional.
Saiba por que o dólar sobe
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Veja a cotação do dólar durante o dia
Dólar fecha manhã em queda de 2,32% com medidas do BC
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A semana no câmbio começa com o dólar comercial em queda e com o Banco Central se movimentando para acalmar o mercado. Mais do que disposto a vencer a queda-de-braço e derrubar as cotações do dólar, o BC tentou "intimidar" o mercado de câmbio nesta manhã.
O dólar comercial encerrou a primeira etapa do dia em queda de 2,32%, para R$ 2,766 na compra e R$ 2,769 na venda.
Durante a manhã, o BC realizou leilão-relâmpago de R$ 500 milhões em papéis cambiais e anunciou que tem mais R$ 10 bilhões em "munição". Por volta das 10h30, o BC deu a primeira "cutucada" do dia no câmbio. Leiloou R$ 500 milhões em papéis cambiais, mesmo com a moeda norte-americana recuando mais de 1% desde a abertura dos negócios.
O objetivo do BC foi dar continuidade aos leilões que realizou na sexta-feira passada. Mas, pagou juros mais caros do que os pagos nos seis leilões de papéis cambiais da sexta. A taxa máxima do leilão realizado esta manhã foi de 10,25% e a média de 9,54%. Na sexta, as taxas máximas variaram entre 6,47%, a mais baixa, e 9%, a mais alta.
E, logo após o encerramento do leilão, o BC reforçou a tática de "intimidar" o mercado de câmbio. Emitiu R$ 10 bilhões em papéis cambiais para sua carteira. Com o anúncio, o BC sinaliza que poderá leiloar esses papéis a qualquer momento, caso o dólar comercial volte a subir, ou seja, diz ao mercado que têm "munição".
O BC começou a movimentar-se mais ativamente na sexta, quando "ressuscitou" o recolhimento compulsório dos depósitos a prazo nos bancos. Em outras palavras, ao tirar de circulação 10% desses depósitos (cerca de R$ 10 bilhões) reduziu a liquidez no mercado.
Reunião ministerial
A alta do dólar também entrou na pauta do presidente Fernando Henrique Cardoso. No final desta tarde no Palácio do Planalto, ele faz reunião de emergência com a equipe econômica. Foram chamados por FHC os ministros Pedro Malan (Fazenda), Sergio Amaral (Desenvolvimento) e Pedro Parente (Casa Civil), além do presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Desde a declaração de guerra dos Estados Unidos contra o terrorismo, os centros de negócios do Brasil e de todo o mundo entraram em pânico.
Durante a manhã, a cotação de venda da moeda oscilou entre R$ 2,744, em queda de 3,20%, na cotação mínima de hoje, e R$ 2,802, baixa de 1,16%, na máxima.
Bovespa sobe 2,57%
A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou a melhora no mercado acionário norte-americano e fechou a manhã com ganhos de 2,57%. A Nasdaq subia 5,18% e a Dow Jones, 4,18%
O desempenho da Bovespa foi impulsionado, principalmente, pelos papéis do setor de telecomunicações. No final da manhã, das cinco maiores altas do índice, quatro eram de teles, com destaque para a ação ordinária (com direito a voto) da Brasil Telecom Participações, que subia 11,66%.
Já os papéis da Petrobras seguiram comportamento oposto ao do Ibovespa e terminaram a manhã com as maiores quedas do índice. A ação preferencial da empresa tinha perda de 3,59% e a ordinária, de 4,53%, refletindo a queda do preço do petróleo no mercado internacional.
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