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25/09/2001 - 09h30

Brasil e Argentina têm novo fórum de debates

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MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington

Os governos brasileiro e argentino criaram um grupo de coordenação para debater os dilemas econômicos do Mercosul _ entre os quais os prejuízos causados pela variação do real na economia da Argentina e o futuro da TEC (Tarifa Externa Comum).

O grupo foi anunciado ontem em Washington pelos ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Lafer, e da Argentina, Adalberto Giavarini. Além dos dois ministros, farão parte do grupo os ministros da Fazenda e os presidentes dos bancos centrais dos dois países.

"Será uma oportunidade para tratar da globalidade dos temas importantes na relação bilateral argentino-brasileira", disse Lafer. "A idéia é formarmos uma reunião de alto nível que inclua a área econômica e as chancelarias dos dois países".

Lafer afirmou que a data para a primeira reunião ainda não foi designada e a agenda dos debates não terá limitações. Os dois países estariam dispostos a discutir todos os temas que emperram sua relação comercial.

Embora Lafer e Giavarini tenham dito que a idéia do grupo foi mútua, sua criação resulta da insistência do governo argentino. A desvalorização excessiva do real tem diminuído a competitividade das exportações argentinas e atrapalhado ainda mais sua recuperação econômica. Além disso, os argentinos também querem alterar a TEC e eliminar restrições do Mercosul que os impedem de negociar com outros países fora do bloco.

Segundo Giavarini, todos os temas estão "em cima da mesa". Indagado se os dois países poderiam discutir formas de compensar a Argentina pela desvalorização cambial do real, ele respondeu positivamente. Lafer negou-se a comentar o assunto dizendo que poderia estar antecipando um tema do grupo. Uma idéia que poderá ser apresentada pela Argentina é a elevação das tarifas dos produtos exportados pelo Brasil para a Argentina sempre que o real sofrer desvalorizações.

Lafer e Giavarini foram a Washington debater um possível relançamento das negociações do acordo "4+1" _um possível tratado de livre comércio entre os EUA e o Mercosul. Estavam presentes o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, e os chanceleres do Uruguai, Didier Opertti, e do Paraguai, Jose Antonio Ruffinelli.

Os cinco países concordaram em fortalecer o Conselho sobre Comércio e Investimento do "4+1" e criar grupos de trabalho para as áreas de agricultura, indústria, investimento e comércio eletrônico. "Devemos remover os obstáculos ao comércio para trazer nossos países para posições comuns em áreas como a agricultura", disse Zoellick.

 

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