Publicidade
Publicidade
25/09/2001
-
09h54
ANTÔNIO RECHE
free-lance para Folha de S.Paulo
Os produtos agrícolas brasileiros seguem por via marítima para todas as partes do mundo.
A possibilidade da guerra preocupa esse mercado. "É natural, nesse período de indefinição, que ocorram aumentos de fretes e de seguros, o que elevam os custos de exportação", afirma José Carlos Teixeira, da União Brasileira de Avicultura.
Mas o conflito não deverá prejudicar o tráfego marítmo com a União Européia e com os EUA, afirma Elmar Braun, presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo.
Segundo ele, o ocorrido durante a Segunda Grande Guerra dificilmente se repetirá agora.
''O transporte para a Europa ficou inviável devido às minas colocadas no oceano e aos submarinos que atacavam os navios comerciais", lembra.
Braun acredita que não haverá problemas sérios nas importações e exportações se houver um conflito no Extremo Oriente. ''Nosso comércio naquela região é pequeno", diz.
Ele explica que há dois sistemas em operação na marinha mercante: liners, que são as linhas regulares com data de partida e de chegada, e tramp, que são as linhas não-regulares.
"No caso das linhas não-regulares funciona a lei de oferta e procura. Geralmente são navios graneleiros que partem de um porto, de lá para outro, em seguida para um terceiro, e assim por diante. Eles levam as mais variadas cargas", diz Braun.
Inquieto está também o setor exportador de carne bovina, diz Hélio Toledo, diretor do Sindifrio, que representa os frigoríficos.
Segundo ele, é difícil arriscar um prognóstico hoje. Se a guerra explodir, porém, as exportações de carne deverão cair, arrisca.
''O Oriente Médio tem aumentado a compra do nosso produto a cada ano. É inevitável que o conflito prejudique o setor."
O Brasil exportou 554 mil toneladas de carne bovina in natura e industrializada no ano passado. Faturou US$ 755 milhões, segundo números da FNP Consultoria.
Governo e empresas privadas aguardam uma receita próxima a US$ 900 milhões neste ano.
A União Européia é a maior destinatária da carne brasileira. Mas a sua parcela tem diminuído, enquanto as compras dos países do Oriente Médio crescem.
Segundo Hélio Toledo, no primeiro semestre deste ano, a União Européia adquiriu 49% da carne embarcada. A região costumava importar 60%, diz ele.
Por outro lado, o Oriente Médio aumentou a sua fatia de 15%, no ano passado, para 28% nos seis primeiros meses deste ano.
''A tendência é a de que a região compense a queda nas vendas para a União Européia neste ano, que continua assustada com as doenças do gado. Isso se a guerra for evitada", afirma Toledo.
Já o setor de suínos não espera retração nas exportações, mesmo diante de um quadro de guerra. O destino dos embarques (Argentina, Hong Kong e Rússia) não está sob a mira dos americanos, diz Felipe Alfredo da Luz, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Suína.
O setor, por sinal, faturou US$ 225 milhões até agosto último, número 127% superior aos oito primeiros meses de 2000, informa a entidade.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Transporte de mercadorias pelo mar pode ficar mais caro
Publicidade
free-lance para Folha de S.Paulo
Os produtos agrícolas brasileiros seguem por via marítima para todas as partes do mundo.
A possibilidade da guerra preocupa esse mercado. "É natural, nesse período de indefinição, que ocorram aumentos de fretes e de seguros, o que elevam os custos de exportação", afirma José Carlos Teixeira, da União Brasileira de Avicultura.
Mas o conflito não deverá prejudicar o tráfego marítmo com a União Européia e com os EUA, afirma Elmar Braun, presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo.
Segundo ele, o ocorrido durante a Segunda Grande Guerra dificilmente se repetirá agora.
''O transporte para a Europa ficou inviável devido às minas colocadas no oceano e aos submarinos que atacavam os navios comerciais", lembra.
Braun acredita que não haverá problemas sérios nas importações e exportações se houver um conflito no Extremo Oriente. ''Nosso comércio naquela região é pequeno", diz.
Ele explica que há dois sistemas em operação na marinha mercante: liners, que são as linhas regulares com data de partida e de chegada, e tramp, que são as linhas não-regulares.
"No caso das linhas não-regulares funciona a lei de oferta e procura. Geralmente são navios graneleiros que partem de um porto, de lá para outro, em seguida para um terceiro, e assim por diante. Eles levam as mais variadas cargas", diz Braun.
Inquieto está também o setor exportador de carne bovina, diz Hélio Toledo, diretor do Sindifrio, que representa os frigoríficos.
Segundo ele, é difícil arriscar um prognóstico hoje. Se a guerra explodir, porém, as exportações de carne deverão cair, arrisca.
''O Oriente Médio tem aumentado a compra do nosso produto a cada ano. É inevitável que o conflito prejudique o setor."
O Brasil exportou 554 mil toneladas de carne bovina in natura e industrializada no ano passado. Faturou US$ 755 milhões, segundo números da FNP Consultoria.
Governo e empresas privadas aguardam uma receita próxima a US$ 900 milhões neste ano.
A União Européia é a maior destinatária da carne brasileira. Mas a sua parcela tem diminuído, enquanto as compras dos países do Oriente Médio crescem.
Segundo Hélio Toledo, no primeiro semestre deste ano, a União Européia adquiriu 49% da carne embarcada. A região costumava importar 60%, diz ele.
Por outro lado, o Oriente Médio aumentou a sua fatia de 15%, no ano passado, para 28% nos seis primeiros meses deste ano.
''A tendência é a de que a região compense a queda nas vendas para a União Européia neste ano, que continua assustada com as doenças do gado. Isso se a guerra for evitada", afirma Toledo.
Já o setor de suínos não espera retração nas exportações, mesmo diante de um quadro de guerra. O destino dos embarques (Argentina, Hong Kong e Rússia) não está sob a mira dos americanos, diz Felipe Alfredo da Luz, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Suína.
O setor, por sinal, faturou US$ 225 milhões até agosto último, número 127% superior aos oito primeiros meses de 2000, informa a entidade.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice