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Passageiros da Varig para Argentina usarão Gol
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da Folha de S. Paulo
A Varig aguarda a intervenção de autoridades brasileiras para voltar a operar vôos para a Argentina, segundo informou a companhia aérea na quinta-feira.
A empresa foi proibida pela Argentina de voar, desde quinta, para o país vizinho. A alegação do governo é que não reconhece a companhia como empresa de transporte aéreo.
A Varig afirmou ainda que reacomodará, "de acordo com a disponibilidade", os passageiros da Varig em vôos da Gol, que comprou a empresa, ou de outras companhias aéreas.
Como a "nova Varig" (empresa constituída no final de 2006, após ter sido vendida), que é a companhia em operação hoje, ainda não havia recebido permissão da Argentina para ir ao país, quem vinha voando para lá era a chamada "velha Varig".
De acordo com nota da Varig, a companhia solicitou a permissão para voar ao país em 18 de dezembro de 2006 e cumpriu os requerimentos necessários para obter a autorização.
Segundo o jornal argentino "Ambito Financiero", a medida da Argentina seria uma resposta a uma disputa trabalhista de funcionários argentinos da "velha Varig", que ainda não receberam indenização devida.
A "velha Varig" decidiu demitir 104 funcionários porque, segundo sua gerente jurídica na Argentina, Marisa Donadio, não tinha mais dinheiro para pagar seus salários. Como a "nova Varig" não reconhece como suas as dívidas trabalhistas da "velha Varig", os empregados recorreram ao sindicato da categoria, que pediu ao Ministério Público argentino o início de um "procedimento de crise".
O procedimento previa que, em até dez dias úteis, empregador e empregado deveriam chegar a um acordo para permitir que a empresa continue funcionando. Se nesse período as partes não chegassem a um acordo, o empregador ficaria livre para demitir os empregados, e a questão passaria a ser decidida na esfera da Justiça. O prazo para o encerramento do procedimento de crise no país era o último dia 6.
O jornal argentino apontou essa disputa como causa da proibição do governo argentino. Procurada pela reportagem, a companhia não detalhou as razões da suspensão.
"A VRG ['nova Varig'] já solicitou a intervenção de autoridades brasileiras para restabelecer as operações", disse a empresa em nota.
A reportagem apurou que a empresa vetou a venda de passagens a partir de ontem e passageiros que já adquiriram as passagens estão sendo remanejados para outras companhias.
Remarcação
O consultor em marketing Luiz Alberto Marinho, colunista da rádio Band News FM, havia comprado um bilhete para o vôo RJ 8642 ontem pela manhã. Afirmou ter chegado às 6h ao aeroporto e tentou procurar informações sobre seu vôo.
"Nem os funcionários sabiam direito o que estava acontecendo. Não fui avisado antes e só soube que seria remanejado em outro vôo no próprio aeroporto". Segundo Marinho, ele foi realocado em um vôo da Lan Chile para as 12h40 de ontem.
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