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27/09/2001
-
08h37
ABRIANA MATTOS e RICARDO GRINBAUM
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A crise nas montadoras deve chegar às autopeças. Consultores prevêem uma redução dos pedidos e uma nova rodada de férias coletivas e de demissões no setor.
Até o fim da semana, os fornecedores receberão as listas de encomendas para os três últimos meses do ano. Sindicalistas e empresários já marcaram reunião para terça-feira para debater reajustes salariais e demissões.
O cenário piorou tanto que até a Anfavea, associação das montadoras, reuniu-se ontem para discutir se irá rever suas previsões de produção no ano. A entidade resistia a mudá-las, mesmo com a retração econômica.
O sinal mais recente da piora da situação veio da Volks. Ontem, a montadora anunciou que aumentará o total de fábricas e de empregados em férias coletivas. Cinco mil funcionários da fábrica da Anchieta, 1.700 de Taubaté (SP) e parte dos 800 da unidade de São Carlos (SP) param após 15 de outubro. As férias duram até 20 dias.
Na terça-feira, a Volks havia anunciado também a abertura de um programa de demissões voluntárias. Fiat e GM também vão entrar em férias coletivas. A Ford pára amanhã, por um dia.
"A situação é grave, mas o quadro ainda está indefinido", diz André Beer, ex-presidente da GM brasileira e presidente de uma consultoria. Para Beer, a produção deve ficar entre 120 mil e 140 mil carros por mês até o fim do ano, abaixo dos 164 mil de junho ou 155 mil de julho e agosto.
Esses números poderiam ser ainda piores se não fossem as promoções agressivas das montadoras, diz David Wong, analista da Booz Allen & Hamilton. "Há um desespero das montadoras para se livrar dos estoques." Em agosto, fábricas e concessionárias acumulavam estoques equivalentes a 47 dias de vendas, mais do que o dobro do normal.
"Carro parado no pátio da fábrica é perda de dinheiro. Nas lojas pelo menos há uma chance de venda. O problema é que os estoques das concessionárias também estão altos", diz Naú Ozi, diretor da Sopave, revenda da Volks.
Com a queda nas vendas, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC prevê que a nova onda de problemas venha das fábricas de peças. "A retração deve bater na porta das autopeças, mas precisamos discutir se eles vão querer mesmo demitir agora e depois ter que recontratar todo mundo", diz Luiz Marinho, presidente do sindicato.
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Crise deve atingir setor de autopeças
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A crise nas montadoras deve chegar às autopeças. Consultores prevêem uma redução dos pedidos e uma nova rodada de férias coletivas e de demissões no setor.
Até o fim da semana, os fornecedores receberão as listas de encomendas para os três últimos meses do ano. Sindicalistas e empresários já marcaram reunião para terça-feira para debater reajustes salariais e demissões.
O cenário piorou tanto que até a Anfavea, associação das montadoras, reuniu-se ontem para discutir se irá rever suas previsões de produção no ano. A entidade resistia a mudá-las, mesmo com a retração econômica.
O sinal mais recente da piora da situação veio da Volks. Ontem, a montadora anunciou que aumentará o total de fábricas e de empregados em férias coletivas. Cinco mil funcionários da fábrica da Anchieta, 1.700 de Taubaté (SP) e parte dos 800 da unidade de São Carlos (SP) param após 15 de outubro. As férias duram até 20 dias.
Na terça-feira, a Volks havia anunciado também a abertura de um programa de demissões voluntárias. Fiat e GM também vão entrar em férias coletivas. A Ford pára amanhã, por um dia.
"A situação é grave, mas o quadro ainda está indefinido", diz André Beer, ex-presidente da GM brasileira e presidente de uma consultoria. Para Beer, a produção deve ficar entre 120 mil e 140 mil carros por mês até o fim do ano, abaixo dos 164 mil de junho ou 155 mil de julho e agosto.
Esses números poderiam ser ainda piores se não fossem as promoções agressivas das montadoras, diz David Wong, analista da Booz Allen & Hamilton. "Há um desespero das montadoras para se livrar dos estoques." Em agosto, fábricas e concessionárias acumulavam estoques equivalentes a 47 dias de vendas, mais do que o dobro do normal.
"Carro parado no pátio da fábrica é perda de dinheiro. Nas lojas pelo menos há uma chance de venda. O problema é que os estoques das concessionárias também estão altos", diz Naú Ozi, diretor da Sopave, revenda da Volks.
Com a queda nas vendas, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC prevê que a nova onda de problemas venha das fábricas de peças. "A retração deve bater na porta das autopeças, mas precisamos discutir se eles vão querer mesmo demitir agora e depois ter que recontratar todo mundo", diz Luiz Marinho, presidente do sindicato.
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