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28/09/2001
-
09h15
CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo
Indústria e comércio prevêem uma onda de demissões a partir de outubro por causa do impacto do atentado nos Estados Unidos na economia e da sucessão de crises que atingiu o país nos últimos cinco meses.
Economistas, sindicalistas e analistas do mercado de trabalho acreditam que a combinação desses fatores _racionamento de energia, alta do dólar, crise argentina, desaceleração da economia americana, arrocho na política monetária brasileira e até aumento do IPTU_ vai dificultar também as negociações salariais deste ano.
A retração no nível de emprego é preocupante, na avaliação da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), porque ocorre num período em que historicamente as empresas contratam mão-de-obra.
No comércio, estima-se que o impacto será imediato na contratação temporária _cerca de 30 mil empregos devem deixar de ser gerados só na Grande São Paulo, informa a Associação Comercial de São Paulo. Dispensas de funcionários com carteira assinada devem ocorrer mais intensamente no comércio no início do próximo ano, segundo o presidente da entidade, Alencar Burti.
"Se o quadro em agosto já era grave, tornou-se ainda pior após o dia 11 de setembro [data do atentado aos EUA]", diz Clarice Messer, diretora da Fiesp.
Em agosto, a indústria paulista fechou 12.930 postos de trabalho _quase a metade de empregos criados durante o ano passado. A redução, segundo a Fiesp, também foi resultado do aumento da multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de 40% para 50% nas demissões sem justa causa.
Na avaliação da pesquisadora, o sinal de alerta no setor industrial já foi dado neste mês pelas empresas automobilísticas. "As montadoras recorreram às férias coletivas para segurar a produção e enfrentar a queda nas vendas e altos estoques. E essas indústrias são um termômetro para a economia", afirma Clarice.
O setor de autopeças já sente o reflexo dessa crise. O Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e região informou ontem que 235 operários foram demitidos nos últimos dias e quatro empresas vão adotar o banco de horas para evitar demissões. Segundo a entidade, algumas empresas demitiram mesmo após terem adotado o banco de horas _caso da Kromberg & Schobert.
"A manutenção no emprego deve dar lugar à briga por reajuste salarial nas negociações coletivas", diz o coordenador do Desep (Departamento de Estudos Sócio, Econômico e Político) da CUT, Carlos Augusto Gonçalves.
Outubro deve trazer mais demissões
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da Folha de S.Paulo
Indústria e comércio prevêem uma onda de demissões a partir de outubro por causa do impacto do atentado nos Estados Unidos na economia e da sucessão de crises que atingiu o país nos últimos cinco meses.
Economistas, sindicalistas e analistas do mercado de trabalho acreditam que a combinação desses fatores _racionamento de energia, alta do dólar, crise argentina, desaceleração da economia americana, arrocho na política monetária brasileira e até aumento do IPTU_ vai dificultar também as negociações salariais deste ano.
A retração no nível de emprego é preocupante, na avaliação da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), porque ocorre num período em que historicamente as empresas contratam mão-de-obra.
No comércio, estima-se que o impacto será imediato na contratação temporária _cerca de 30 mil empregos devem deixar de ser gerados só na Grande São Paulo, informa a Associação Comercial de São Paulo. Dispensas de funcionários com carteira assinada devem ocorrer mais intensamente no comércio no início do próximo ano, segundo o presidente da entidade, Alencar Burti.
"Se o quadro em agosto já era grave, tornou-se ainda pior após o dia 11 de setembro [data do atentado aos EUA]", diz Clarice Messer, diretora da Fiesp.
Em agosto, a indústria paulista fechou 12.930 postos de trabalho _quase a metade de empregos criados durante o ano passado. A redução, segundo a Fiesp, também foi resultado do aumento da multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de 40% para 50% nas demissões sem justa causa.
Na avaliação da pesquisadora, o sinal de alerta no setor industrial já foi dado neste mês pelas empresas automobilísticas. "As montadoras recorreram às férias coletivas para segurar a produção e enfrentar a queda nas vendas e altos estoques. E essas indústrias são um termômetro para a economia", afirma Clarice.
O setor de autopeças já sente o reflexo dessa crise. O Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e região informou ontem que 235 operários foram demitidos nos últimos dias e quatro empresas vão adotar o banco de horas para evitar demissões. Segundo a entidade, algumas empresas demitiram mesmo após terem adotado o banco de horas _caso da Kromberg & Schobert.
"A manutenção no emprego deve dar lugar à briga por reajuste salarial nas negociações coletivas", diz o coordenador do Desep (Departamento de Estudos Sócio, Econômico e Político) da CUT, Carlos Augusto Gonçalves.
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