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01/10/2001 - 08h13

Embraer corta hoje 1.800 funcionários

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KEILA RIBEIRO
da Folha Vale

A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) demite hoje 1.800 funcionários. Com isso, o quadro de funcionários da empresa, a maior exportadora individual do país, passa de 12.700 para 10.900. As demissões foram anunciadas na sexta e incluem todas as unidades da Embraer no Brasil e no exterior.

A sede da empresa no Brasil fica em São José dos Campos (SP), com 96% dos funcionários. Uma outra unidade está sendo construída em Gavião Peixoto (SP).

Essa é a segunda demissão em massa na empresa desde a sua privatização, em 1994, quando 1.700 vagas foram cortadas. O custo das demissões é estimado em US$ 15 milhões. De janeiro a setembro deste ano, a empresa havia contratado 2.200 pessoas.

Segundo Maurício Botelho, presidente da companhia, os cortes se devem, principalmente, ao adiamento de entregas de aeronaves em pedidos firmes. Botelho não detalhou quantas empresas adiaram a entrega de aviões.

Segundo Botelho, as consequências econômicas do atentado do dia 11 nos EUA terão duração limitada. "A aviação regional estava em expansão antes do atentado e deve voltar a crescer."

Botelho afirmou que a previsão de entregas de aviões neste ano sofreu uma nova revisão e passou de 185 aeronaves para 160. Em agosto passado, a empresa já havia anunciado queda na previsão de entregas de 200 para 185.

A redução do faturamento da empresa para este ano deverá ser de US$ 700 milhões. A previsão de receita da companhia para o primeiro semestre deste ano era de US$ 3,2 bilhões.

Para 2002, o cenário deverá ser mantido. A empresa prevê uma queda de receita de US$ 1,2 bilhão para o próximo ano. "O cenário poderá não ser tão drástico, mas preferimos adotar uma postura conservadora. O que vier pela frente é para melhorar", declarou Botelho.

A previsão de entregas para 2002, que até agosto passado era de 220 aviões, deve passar de 205 para 135 aeronaves. "Mesmo assim manteremos os investimentos e não teremos prejuízo."

Ele admite ter ocorrido o cancelamento de contratos de opções de compra (quando uma empresa manifesta a intenção de compra, mas não oficializa o pedido), mas não soube precisar a quantidade e os valores.

As demissões irão afetar, principalmente, o setor administrativo e de produção das aeronaves do modelo ERJ-140 e ERJ-145. O ERJ-145 tem suas vendas concentradas para o mercado norte-americano e é o modelo de jato mais vendido pela Embraer. Segundo Botelho, a produção dos modelos de aviação corporativa (como o Legacy), de defesa (ALX) e a linha de jatos regionais ERJ-170 e ERJ-190 não serão afetadas pelos cortes.

Atualmente, segundo Botelho, 75% do mercado de vendas da Embraer pertence aos EUA. Ele disse que o anúncio de cortes poderá derrubar o valor das ações da empresa negociadas em Bolsas de Valores, mas que isso não afetará diretamente a Embraer.

"As ações são negociadas por acionistas. São eles que vão sofrer as perdas."

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, o Mancha, afirmou que, caso a Embraer não aceite reverter as demissões, vai organizar uma greve geral na empresa.

*Colaborou José Ernesto Credendio, editor da Folha Vale

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