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01/10/2001 - 18h21

Gasolina já subiu até 17% este ano nos postos

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HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O aumento acumulado do preço da gasolina comum nos postos chegou a 17,7% neste ano em alguns pontos-de-venda. Nas refinarias, o valor do combustível subiu bem menos: 4,34%. De janeiro a agosto, a inflação acumulada pelo IPCA _usado como parâmetro para a meta de inflação_ ficou em 5,06%.

O preço da gasolina para o consumidor é liberado e seu reajuste depende do grau de competitividade dos postos e distribuidoras em cada local. O reajuste médio para o consumidor ficou em 3,8% neste ano. A área técnica do governo considera razoável aumento de até 3,5% nas bombas.

Na próxima sexta-feira, o governo reajusta novamente os combustíveis em até 4,08% na refinaria. O preço na bomba deverá subir em 3,3%, segundo cálculos do governo. O reajuste pode atingir o diesel e o gás de cozinha (GLP, Gás Liquefeito de Petróleo). O impacto para o GLP seria de 2,5%.

O aumento acumulado de 17,7% no ano foi detectado pelo governo em Belém (PA). De acordo com estudo do governo, o litro da gasolina naquela cidade estava, em média, em R$ 1,8903 até o último dia 24 e, em dezembro do ano passado, em R$ 1,6060.

Em outras três cidades houve aumentos acumulados superiores a 10%: Londrina (PR), 11,8%, Porto Velho (RO), 11,3%, e Manaus (AM), 10,3%.

Em Belém, houve aumento de ICMS sobre venda de combustíveis de 25% para 30% em janeiro, mas, de acordo com a área técnica, isso não justifica todo o reajuste de 17,7%. Em Goiânia (GO), onde também houve aumento de ICMS _de 25% para 26%_, o preço da gasolina caiu 2% no acumulado do ano.

Outras cinco cidades pesquisadas tiveram redução nos preços durante o ano: Maceió (AL), São José do Rio Preto (SP), Vitória (ES), Fortaleza (CE) e Uberlândia (MG).

O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes, entidade que representa os donos de postos), Gil Siuffo, afirma que cartelização no mercado de revenda é "utopia" ou "coisa de quem não entende do mercado".

O cartel é caracterizado por acordo comercial entre fabricantes de um mesmo produto ou fornecedores de serviço para determinar preço e quantidade.

Na avaliação do representante dos donos de postos na região Sudeste, onde a alta de preços foi menor, que as margens de lucro estão "abaixo do normal". De acordo com ele, a competição em cidades como São Paulo é "predatória" por causa da sonegação de impostos ou adulteração de combustível.

Ainda de acordo com Siuffo, "em 90% do mercado há mais competição do que o necessário". O representante dos postos de gasolina disse que 'se há cartelização, é na distribuição".

O vice-presidente-executivo do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, entidade que representa os donos de distribuidoras), Paulo Borgerth, no entanto, descarta essa possibilidade. "Não existe cartelização no setor de distribuição no Brasil", afirma.
 

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