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01/10/2001
-
18h45
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A Volkwagen quer negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a flexibilização da jornada de trabalho dos funcionários da fábrica de São Bernardo, que emprega hoje 16 mil funcionários. A empresa alega que ficará com um excedente de 3.000 trabalhadores, caso a jornada flexível não seja adotada, segundo o sindicato. A mudança atenderia à necessidade de redução de produção em virtude da queda na venda de veículos.
A proposta da empresa de flexibilização da montadora prevê a adoção da jornada semanal de quatro dias. É a mesma jornada que vigorou na Volks até agosto, quando os funcionários trocaram o acordo de quatro dias de produção e garantia de emprego por elevação da proposta de PLR (participação nos lucros).
Mas assembléia realizada hoje na porta da fábrica rejeitou qualquer movimento em direção à negociação da flexibilidade da jornada.
Segundo o presidente do sindicato, Luiz Marinho, o assunto só será discutido após o fechamento do acordo coletivo da categoria, que ainda está em negociação. "O problema da Volks é muito mais grave do que a queda nas vendas. Não podemos negociar um problema conjuntural de vendas quando na verdade é preciso resolver a questão estrutural do problema."
A parte estrutural do problema, segundo Marinho, é a adoção do modelo enxuto de produção, previsto para o próximo ano, quando a unidade de São Bernardo passar a fabricar o Novo Pólo, chamado pelos funcionários de PQ-24. No sistema enxuto, a Volks manteria apenas os funcionários ligados à montagem final de veículos. Os serviços que não estão relacionados à montagem final, como logística, seriam terceirizados.
"No novo modelo de produção, apenas 9.000 empregos estão garantidos. Por isso não adianta negociar um excedente de 3.000 funcionários se o número será muito maior", disse Marinho.
O sindicalista vai propor para a empresa abrir negociação sobre o assunto somente depois do fim da campanha salarial unificada dos metalúrgicos da CUT. A categoria está numa semana decisiva de negociações. Os metalúrgicos esperam que as empresas entrem em acordo até domingo, prazo final da negociação. Depois disso, os metalúrgicos prometem reforçar a campanha com greves.
Marinho disse que depois de fechar a campanha salarial deste ano, aceita negociar a proposta de flexibilização. Mas a negociação terá de obedecer critérios de longo prazo. "Um acordo desse só pode ser fechado com garantia de emprego e de longo prazo."
A Volks abriu hoje um PDV (programa de demissão voluntária) para os funcionários de São Bernardo. O programa fica aberto até o dia 30.
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Volks quer reduzir jornada no ABC para garantir empregos
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A Volkwagen quer negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a flexibilização da jornada de trabalho dos funcionários da fábrica de São Bernardo, que emprega hoje 16 mil funcionários. A empresa alega que ficará com um excedente de 3.000 trabalhadores, caso a jornada flexível não seja adotada, segundo o sindicato. A mudança atenderia à necessidade de redução de produção em virtude da queda na venda de veículos.
A proposta da empresa de flexibilização da montadora prevê a adoção da jornada semanal de quatro dias. É a mesma jornada que vigorou na Volks até agosto, quando os funcionários trocaram o acordo de quatro dias de produção e garantia de emprego por elevação da proposta de PLR (participação nos lucros).
Mas assembléia realizada hoje na porta da fábrica rejeitou qualquer movimento em direção à negociação da flexibilidade da jornada.
Segundo o presidente do sindicato, Luiz Marinho, o assunto só será discutido após o fechamento do acordo coletivo da categoria, que ainda está em negociação. "O problema da Volks é muito mais grave do que a queda nas vendas. Não podemos negociar um problema conjuntural de vendas quando na verdade é preciso resolver a questão estrutural do problema."
A parte estrutural do problema, segundo Marinho, é a adoção do modelo enxuto de produção, previsto para o próximo ano, quando a unidade de São Bernardo passar a fabricar o Novo Pólo, chamado pelos funcionários de PQ-24. No sistema enxuto, a Volks manteria apenas os funcionários ligados à montagem final de veículos. Os serviços que não estão relacionados à montagem final, como logística, seriam terceirizados.
"No novo modelo de produção, apenas 9.000 empregos estão garantidos. Por isso não adianta negociar um excedente de 3.000 funcionários se o número será muito maior", disse Marinho.
O sindicalista vai propor para a empresa abrir negociação sobre o assunto somente depois do fim da campanha salarial unificada dos metalúrgicos da CUT. A categoria está numa semana decisiva de negociações. Os metalúrgicos esperam que as empresas entrem em acordo até domingo, prazo final da negociação. Depois disso, os metalúrgicos prometem reforçar a campanha com greves.
Marinho disse que depois de fechar a campanha salarial deste ano, aceita negociar a proposta de flexibilização. Mas a negociação terá de obedecer critérios de longo prazo. "Um acordo desse só pode ser fechado com garantia de emprego e de longo prazo."
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