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01/10/2001 - 19h11

Volks quer cortar jornada e reduzir salário para evitar demissão

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DEBORAH COSTA
da Folha Vale

A Volkswagen de Taubaté (130 km de São Paulo), que, na semana passada, anunciou férias coletivas para 1.400 trabalhadores, informou hoje que vai propor ao Sindicato dos Metalúrgicos um acordo para cortar um dia da jornada de trabalho por semana e a consequente redução de 15% no valor dos salários.

Caso não haja acordo, a montadora pode demitir 1.000 dos 6.500 funcionários da unidade de Taubaté, que fabrica as linhas Gol e Parati.
O anúncio foi feito pelo presidente da Volks, Hebert Demel, por meio da assessoria de imprensa da empresa. Ele atribui as dificuldades à queda nas vendas.

Segundo a empresa, os cortes podem ser inevitáveis se não houver o acordo.

A assessoria informou que Volks decidiu discutir alternativas com o sindicato antes de tomar alguma medida. O salário médio da fábrica de Taubaté é de cerca de R$ 1.600.

Para evitar o corte abrupto nos salários, a Volks informou que pretende dividir a PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

O acordo foi proposto hoje à fábrica de São Bernardo do Campo, em que haveria um excedente de 3.500 trabalhadores.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté se reuniu ontem com a direção da Volks para discutir a situação econômica da empresa.

Segundo o presidente do sindicato, Antônio Eduardo de Oliveira, é possível que os trabalhadores aceitem ganhar menos.

"Vamos conversar e chegar a um acordo, porque entendemos que a crise existe e o melhor é preservar empregos", disse.

Amanhã, o sindicato fará uma assembléia em frente à Volks, em Taubaté, para discutir o andamento da campanha salarial e as férias coletivas.
Oliveira disse que vai tentar encontrar uma forma de evitar as férias coletivas.

Segundo ele, há mecanismos para evitar a medida. "Há funcionários com férias vencidas, aqueles que têm banco de horas e alguns que até preferem entrar em férias. Vamos estudar uma maneira", disse Oliveira.

História
Em 1998, a Volkswagen utilizou cortes nos salários para contornar os efeitos de uma crise, que, segundo a empresa, foi mais grave do que a vivida hoje.

Na época, houve a redução de jornada e de 15% no salário de quem ganhava mais de R$ 2.400. Não houve demissões.
 

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