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08/10/2001 - 09h30

Aplicação de longo prazo em DI é corroída por taxas

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SANDRA BALBI
Editora do FolhaInvest

O investidor que está procurando abrigo para seu dinheiro nos fundos DI, considerados pelos analistas como os mais seguros para atravessar períodos de grande incerteza como o atual, deve ficar atento para o custo desse investimento.

Quanto mais tempo você tiver de ficar sob esse guarda-chuva, caso a crise internacional se prolongue, maior será a mordida nos seus ganhos, por conta da taxa de administração do fundo.

Isso porque o rendimento dos DI é determinado pela taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é a média dos juros praticados nos negócios entre os bancos, descontada a taxa de administração paga ao banco.

"No curto prazo, o impacto da taxa sobre o rendimento é pequeno, mas em um período longo ela pode representar uma perda significativa", observa André Oda, coordenador do Guia de Fundos do Labfin da FIA-FEA/USP (Laboratório de Finanças da Fundação Instituto de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade).

Um estudo preparado pelo Labfin, com exclusividade para a Folha de S.Paulo mostra que quem aplicou R$ 1.000, em julho de 1994, em um fundo DI chegou ao final de setembro deste ano com R$ 5.828,09. O estudo considerou a rentabilidade acumulada durante o Plano Real pelos fundos DI que exigem aplicação inicial de, no mínimo, R$ 5.000.

Esses mesmos R$ 1.000, se fossem remunerados pela taxa integral do CDI, valeriam no final do mês passado R$ 6.221,89. "A diferença é o que o investidor pagou de taxas para o banco", diz Oda.

É bem verdade que raríssimos fundos repassam o rendimento integral do CDI. Mas, segundo Oda, a comparação é válida para mostrar que, ao longo do tempo, vai aumentando o hiato entre o rendimento do CDI e o do fundo, ou seja, cresce o peso da taxa de administração.

Ele ressalta que, para reduzir tal defasagem, o investidor, especialmente aquele com poucos recursos, deve buscar fundos com taxas de administração baixas. "Os fundos que aceitam aplicações menores são os que cobram as maiores taxas de administração", diz.

Uma opção para pagar menos taxas é evitar aplicações em FACs (Fundos de Aplicação em Cotas). Esses fundos captam o dinheiro do investidor e o aplicam em um fundo-mãe, um FIF (Fundo de Investimento Financeiro).

Essa é uma forma de os grandes bancos minimizarem os custos de gestão da carteira de investimentos e ampliarem o leque de captação. "Na estrutura das grandes administradoras de recursos, toda a gestão e a carteira de ativos estão no FIF", diz Gabriel Amado de Moura, diretor de investimentos do banco1.net.

O problema, para o investidor, é que ao aplicar em um FAC ele paga duas taxas: a desse fundo e a do fundo-mãe. Nem todas as instituições, entretanto, divulgam o total das taxas cobradas, limitando-se a informar apenas a do FAC. "O investidor tem o direito de saber quais as taxas que está pagando, direta ou indiretamente", afirma Eduardo Castro, gestor de renda fixa do ABN Amro Asset Management.

O Labfin constatou que, de janeiro até o último dia 4, enquanto os FIFs DI que exigem aplicação mínima de até R$ 5.000 rendiam 11,24%, os FACs davam 10,58%. "A diferença não é muito grande, mas os dados mostram que, em média, um FIF rende mais do que um FAC", diz Oda, do Labfin.

Segundo ele, na maioria dos grandes bancos o investidor não pode aplicar diretamente num FIF. "Mas há muitos FIFs, com taxas baixas, disponíveis nos portais financeiros e nos bancos de varejo de médio porte", diz Oda.

Os gestores de recursos das grandes instituições financeiras argumentam que a estrutura de FACs atrelados a fundos-mãe permite atender a várias faixas de investidores _desde quem tem R$ 100 para investir até os afortunados com capacidade para aplicar no mínimo R$ 100 mil.

"Ao escolher um fundo, o investidor deve analisar quem dá mais por seu dinheiro e não quem cobra mais", diz Sylvio Fleury, diretor de produtos do HSBC Brain. Segundo ele, você deve comparar a rentabilidade de fundos de diferentes instituições dentro da faixa de aplicação à qual se enquadra.

 

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