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Indústria eleva PIB no 2º trimestre, dizem analistas
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PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio
Impulsionado pela indústria e pela demanda doméstica (consumo das famílias e investimentos), o PIB se acelerou no segundo trimestre deste ano, projetam especialistas ouvidos pela Folha. As previsões apontam para taxas na faixa de 5% a 6% na comparação com igual período de 2006. Já em relação ao primeiro trimestre, indicam alta de 0,8% a 1,2% na série livre de influências sazonais.
No primeiro trimestre, o PIB cresceu menos --0,6% ante o quatro trimestre e 1,5% contra os primeiros três meses de 2006. Se confirmadas as previsões dominantes no mercado, o crescimento econômico de 2007 ficará na faixa de 4,7% a 4,9%. Amanhã, o IBGE divulga os dados do segundo trimestre.
Para Juan Jensen, da Tendências Consultoria, o segundo trimestre será "o de crescimento mais forte do ano", calcado na aceleração da indústria e na reação da agropecuária (de menor peso no PIB), graças às boas safra de milho e soja. A produção industrial se acelerou do primeiro para o segundo trimestre --3,8% para 5,1%.
Juro em queda, crédito em alta, crescimento de emprego e renda também garantiram, diz, um bom avanço do consumo das famílias --6,7% ante o segundo trimestre de 2007.
Ainda pelo lado da demanda, os investimentos serão o "grande destaque", de acordo com Joel Bogdanki, do Itaú. Ele estima um avanço de 12,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Além do aumento da produção local, o câmbio também facilitou a importação de máquinas e equipamentos, diz Jensen.
Para Sérgio Vale, da MB Associados, o cenário econômico foi "amplamente positivo para o consumo interno" tanto das famílias como das empresas.
Segundo Solange Srour, economista-chefe da Mellon Global Investments, os sinais de que o consumo das famílias cresce a um ritmo acelerado ano são a alta da confiança do consumidor e o bom desempenho das vendas do varejo -alta de 9,9% no primeiro semestre. Para a LCA, também "haverá um expressivo crescimento do consumo das famílias".
De acordo com Vale, da MB, até setores que eram afetados pela desvalorização do real já começam a esboçar uma reação, como calçados e vestuários. Esses segmentos desviam sua produção para o mercado interno aproveitando o aquecimento do consumo.
Os economistas ressaltam, porém, que o resultado do segundo trimestre será também beneficiado pela fraca base de comparação. Em igual período de 2006, o PIB cresceu 1,5% ante o segundo trimestre de 2005 e caiu 0,4% ante o primeiro trimestre.
Crise externa
Para Tomás Goulart, economista do banco Modal, a crise que tomou conta do mercado internacional com o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos não deve afetar significativamente o crescimento deste ano. Recentemente, ele subiu sua previsão do PIB de 4,2% para 4,7%.
Um efeito maior, afirma, poderá vir no próximo ano, quando o Banco Central deve apertar a política monetária por conta da turbulência externa e do repique inflacionário no país. Para 2008, prevê, o PIB crescerá menos: 4,2%.
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