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16/10/2001 - 08h25

"Voto-bronca" é o destaque da eleição argentina

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ROGERIO WASSERMANN
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

Nem oposição nem situação. O maior vencedor das eleições legislativas de anteontem na Argentina foi o chamado "voto-bronca" _nulos, brancos e anulados.

A média de votos "do contra" em todo o país foi de 16,5% do total, mas, em algumas Províncias, como Santa Fe, essa porcentagem beira os 40%. A quantidade de votos brancos e nulos em todo o país seria suficiente para eleger 11 dos 72 senadores.

Apesar de o voto na Argentina ser obrigatório, a abstenção também foi altíssima, variando entre 15% e 30%, dependendo da Província.

Muitos eleitores optaram por protestos bem-humorados, como a utilização de cédulas com figuras históricas ou personagens de histórias em quadrinhos.

Também houve protestos que apelaram ao humor negro, como cédulas com a foto do terrorista saudita Osama bin Laden ou os 60 envelopes de votação nos quais foi colocado um pó branco, levantando suspeitas de contaminação por antraz. Por precaução, os envelopes foram levados para análise, mas descartou-se que contivessem a bactéria.

Entre os votos válidos, o Partido Justicialista (PJ), oposição ao governo federal, foi o mais votado em 17 dos 24 distritos (23 Províncias mais a capital). O partido, que já controlava o Senado, ganhou também a maioria, não absoluta, na Câmara dos Deputados.

Esta será a primeira vez na história que um presidente argentino terá de conviver com as duas casas do Congresso dominadas pela oposição.

Com 98% dos votos apurados, as projeções indicavam que os justicialistas conseguiriam fazer 41 dos 72 senadores e 113 dos 257 deputados.

A Aliança (coalizão governista) ficaria com 26 senadores e 91 deputados (dez a menos que na atual composição da Câmara dos Deputados e 31 menos que após as eleições de 1999).

Muitos deputados eleitos em 1999 pela Aliança deixaram-na para formar o partido Alternativa por uma República de Iguais (ARI), que garantiu uma bancada de 17 deputados nas eleições de anteontem.

Leia mais no especial sobre Argentina

 

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