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04/10/2007 - 10h38

Fundo dos Estados Unidos cobra dívida da VarigLog

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JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio

O fundo de investimentos americano Matlin Patterson está cobrando empréstimos concedidos à VarigLog na Justiça. Há ações tramitando em São Paulo e em Nova York. A disputa judicial expõe a crise entre os acionistas controladores da VarigLog, ex-dona da Varig, e já envolve o nome da Gol, nova dona da companhia aérea.

Na Justiça brasileira, o fundo cobra cerca de R$ 195 milhões, e, na Justiça americana, mais US$ 88 milhões (equivalentes a R$ 161,9 milhões).

O Matlin Patterson se associou a três investidores brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para investir na VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig.

A lei brasileira determina um limite de 20% do capital votante para a participação de investidores estrangeiros em companhias aéreas, daí a necessidade de se associar a brasileiros.

Com a crise da Varig, a VarigLog levou as operações da empresa aérea em leilão, em 2006, e depois a revendeu à Gol, neste ano, por US$ 320 milhões.

O Matlin Patterson é conhecido no mercado como um "fundo abutre". Compra empresas em dificuldades financeiras, promove melhorias de gestão e as revende por um valor muito superior ao que investiu. Especialistas do setor ouvidos pela Folha que preferiram não se identificar afirmam que a disputa na Justiça entre o Matlin e os acionistas brasileiros pode representar a saída deles do negócio.

As ações de execução de dívida no Brasil correm na 9ª Vara Cível de São Paulo, onde o Matlin cobra R$ 176,3 milhões, e na 16ª Vara Cível, onde a causa tem valor estimado de R$ 19,02 milhões. A Gol tentou interferir e requereu a tramitação do processo da 9ª Vara Cível em segredo de Justiça, mas o pedido foi negado porque ela não é parte do processo de execução.

O racha entre os acionistas da VarigLog começou há cerca de dois meses. Segundo a Folha apurou, o fundo foi à Justiça, acusando os acionistas brasileiros de terem aberto uma conta na Suíça em que teria sido depositada a parcela paga em dinheiro pela Gol na compra da Varig. A operação de compra da companhia previa pagamento de US$ 98 milhões em dinheiro e mais US$ 172 milhões em ações, além de um montante a ser emitido em debêntures (títulos de dívida).

Além disso, o fundo acusava os acionistas brasileiros de terem vendido 1,5 milhão das ações dadas em garantia pela Gol --eram 6 milhões de ações.

O fundo conseguiu bloquear na Justiça de Nova York os recursos depositados na conta da Suíça e parte dos papéis da Gol dados em garantia na compra da Varig. A ação foi movida por investidores americanos, mas, apesar dos esforços, os recursos em conta seriam agora de apenas US$ 85 milhões, segundo a Folha apurou. O fundo administra recursos que chegam a US$ 9 bilhões, a maior parte proveniente de fundos de pensão. Durante o auge da crise da Varig e após a aquisição, ele investiu US$ 220 milhões na companhia, além de US$ 128 milhões na VarigLog.

Com a disputa na Justiça, o ambiente entre os acionistas na VarigLog vem piorando. Pessoas ligadas à empresa afirmam que houve um racha entre o fundo americano e os sócios brasileiros e que as duas partes praticamente não se falam mais no dia-a-dia da empresa.

Rumores de venda

Nas últimas semanas, começaram a circular rumores de que a VarigLog poderia ser vendida. Procurada, a empresa disse que não se manifestaria.

A Gol afirmou que não pretende comentar o caso. A reportagem tentou ouvir o empresário Marco Antonio Audi durante todo o dia de ontem, mas ele não foi localizado.

O Matlin Patterson afirmou que não faria comentários porque o processo corre em segredo de Justiça.

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