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19/10/2001
-
08h33
ELIANE MENDONÇA
Editora-assistente da Folha Vale, em São José dos Campos
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista, descartou ontem a possibilidade de direcionar para a Embraer a licitação de US$ 700 milhões para a aquisição de até 24 caças do projeto de reaparelhamento da Aeronáutica. O anúncio foi feito durante a reunião da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
A possibilidade de dispensar a licitação foi abandonada assim que a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) informou, durante a reunião, que, mesmo que o consórcio da empresa, integrado pela francesa Dassault, obtenha o contrato, os caças não serão fabricados no Brasil.
O anúncio revela uma mudança de planos estratégicos da Embraer no Brasil. Em 21 de dezembro de 2000, o presidente da empresa, Maurício Novis Botelho, havia dito que a Embraer poderia produzir o caça supersônico Mirage, com o qual o consórcio deve disputar a licitação, na fábrica de Gavião Peixoto (interior de SP).
A companhia, que desde 1999 é sócia da Dassault, fabricante do Mirage, pretendia, segundo Botelho, produzir uma versão nacional do caça, chamada Mirage BR. Agora, caso o consórcio da Embraer vença a licitação, o Mirage deve ser fabricado na França.
Havia um lobby de deputados nacionalistas para que o contrato fosse feito com a Embraer sem licitação por causa da crise na empresa, que reduziu de 200 para 165 aeronaves a meta de produção neste ano e demitiu 1.800 funcionários em setembro passado.
Segundo a comissão, o comandante disse que, se as aeronaves fossem de um modelo já fabricado pela Embraer, a concorrência nem seria aberta: "Compraríamos com dispensa de licitação".
O vice-presidente de relações externas da Embraer, Henrique Rzezinski, disse que a empresa não detém a tecnologia para a fabricação dos caças. Rzezinski chegou a dizer que o mais importante para a Embraer não é a venda das aeronaves, mas a transferência de tecnologia estrangeira ao Brasil.
Esse, segundo ele, foi o principal motivo pelo qual a Embraer se associou à Dassault para participar da licitação. Outros quatro consórcios disputam o contrato.
O comandante da Aeronáutica disse que a concorrência beneficiará a melhor proposta. A palavra final será dada pelo presidente e pelo Conselho de Defesa Civil.
A Embraer foi procurada no final da tarde de ontem para comentar as declarações do tenente-brigadeiro Baptista, mas, segundo a assessoria, não havia ninguém que pudesse falar sobre o assunto.
Embraer sofre revés em licitação de caças
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Editora-assistente da Folha Vale, em São José dos Campos
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista, descartou ontem a possibilidade de direcionar para a Embraer a licitação de US$ 700 milhões para a aquisição de até 24 caças do projeto de reaparelhamento da Aeronáutica. O anúncio foi feito durante a reunião da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
A possibilidade de dispensar a licitação foi abandonada assim que a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) informou, durante a reunião, que, mesmo que o consórcio da empresa, integrado pela francesa Dassault, obtenha o contrato, os caças não serão fabricados no Brasil.
O anúncio revela uma mudança de planos estratégicos da Embraer no Brasil. Em 21 de dezembro de 2000, o presidente da empresa, Maurício Novis Botelho, havia dito que a Embraer poderia produzir o caça supersônico Mirage, com o qual o consórcio deve disputar a licitação, na fábrica de Gavião Peixoto (interior de SP).
A companhia, que desde 1999 é sócia da Dassault, fabricante do Mirage, pretendia, segundo Botelho, produzir uma versão nacional do caça, chamada Mirage BR. Agora, caso o consórcio da Embraer vença a licitação, o Mirage deve ser fabricado na França.
Havia um lobby de deputados nacionalistas para que o contrato fosse feito com a Embraer sem licitação por causa da crise na empresa, que reduziu de 200 para 165 aeronaves a meta de produção neste ano e demitiu 1.800 funcionários em setembro passado.
Segundo a comissão, o comandante disse que, se as aeronaves fossem de um modelo já fabricado pela Embraer, a concorrência nem seria aberta: "Compraríamos com dispensa de licitação".
O vice-presidente de relações externas da Embraer, Henrique Rzezinski, disse que a empresa não detém a tecnologia para a fabricação dos caças. Rzezinski chegou a dizer que o mais importante para a Embraer não é a venda das aeronaves, mas a transferência de tecnologia estrangeira ao Brasil.
Esse, segundo ele, foi o principal motivo pelo qual a Embraer se associou à Dassault para participar da licitação. Outros quatro consórcios disputam o contrato.
O comandante da Aeronáutica disse que a concorrência beneficiará a melhor proposta. A palavra final será dada pelo presidente e pelo Conselho de Defesa Civil.
A Embraer foi procurada no final da tarde de ontem para comentar as declarações do tenente-brigadeiro Baptista, mas, segundo a assessoria, não havia ninguém que pudesse falar sobre o assunto.
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