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08/10/2007 - 21h51

EUA apostam em novo nível de negociação com Uruguai

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da Efe, em Montevidéu

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutiérrez, começou nesta segunda-feira a visita de dois dias ao Uruguai com intenção de ampliar acordos bilaterais com o país, sem relação com o Mercosul.

Gutiérrez virá nesta terça-feira ao Brasil, segundo destino de sua viagem à América do Sul.

Gutiérrez foi recebido pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez. Depois, assinou com o ministro da Indústria, Energia e Mineração, Jorge Lepra, uma carta de intenções sobre inovação e competitividade.

Após a assinatura, Gutiérrez destacou que o Uruguai está se transformando em um pólo de inovação tecnológica na América do Sul e ressaltou o sucesso do comércio e da troca de investimentos entre os dois países.

Os laços econômicos entre EUA e Uruguai existem desde janeiro, firmados pelo TIFA (Acordo-Marco de Cooperação e Comércio, na sigla em inglês).

O acordo pretende intensificar as trocas comerciais entre EUA e Uruguai, mas sem recorrer à assinatura de um TLC (Tratado de Livre-Comércio) --possibilidade que ameaçaria a posição do país vizinho no Mercosul. As regras do bloco impedem acordos comerciais bilaterais com países de fora.

Mas o governo de George W. Bush está interessado em aumentar o número de tratados de livre-comércio com países da Ásia e da América, o que provocou grandes divergências entre a Casa Branca e o Congresso americano e gerou pressões por parte de Washington em relação aos parceiros em potencial.

Apesar das pressões, e sem desistir de superar as diferenças que existem entre EUA e Uruguai, o governo de Vázquez se mantém firme na decisão de ficar longe de um TLC.

Horas antes da reunião entre Vázquez e Gutiérrez, o ministro da Economia uruguaio, Danilo Astori, foi claro sobre a relação comercial que Montevidéu espera ter com Washington. Ele destacou que a direção em que se pretende avançar é exclusivamente a traçada no TIFA, assinado em janeiro pelos dois países.

"Não está previsto ir além" dos limites que o acordo estabelece, explicou Astori à imprensa.

Ele informou que ainda "há muito o que fazer" no âmbito do TIFA e lembrou do Tratado de Proteção e Promoção de Investimentos que tem com os EUA, que também oferece vias para cooperação e melhora da balança comercial bilateral.

As exportações uruguaias para os EUA cresceram notavelmente nos últimos cinco anos, partindo dos US$ 193 milhões de 2002 até o recorde de US$ 732 milhões em 2005, segundo dados oficiais americanos.

Por sua vez, as exportações americanas para o Uruguai aumentaram 131% entre 2002 e 2006, de US$ 209 milhões para US$ 482 milhões.

Em artigo assinado pelo próprio Gutiérrez e publicado no jornal uruguaio "El País", o secretário de Comércio dos EUA destacou os avanços na economia do Uruguai nos últimos anos, que se refletiram nesse maior compromisso e interesse de Washington com o país vizinho.

"A economia do Uruguai se recuperou muitíssimo desde 2003. O crescimento anual médio foi de 7% em 2006 e está previsto que a economia cresça mais de 5% em 2007", assegurou.

Explicou ainda que um grande campo de crescimento é o turismo e destacou os "grandes lucros" no Uruguai em matéria de inovação tecnológica.

"O Uruguai exporta mais software do que outros países latino-americanos, como o Chile e a Colômbia, e grande parte desse software é desenvolvido localmente", afirmou Gutiérrez.

A carta de intenção assinada por Gutiérrez e pelas autoridades uruguaias defende a facilitação de meios para potencializar a renovação tecnológica e lançar no Uruguai uma revolução em informática, semelhante às acontecidas em países como a Estônia, na última década.

Amanhã, Gutiérrez presidirá uma conferência de empresários uruguaios e deve conceder uma entrevista coletiva antes de viajar para o Brasil.

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