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06/11/2001
-
11h03
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Estima-se que um em cada dois CDs vendidos hoje no país seja pirata. Calcula-se ainda que 40% do total comercializado no Brasil atualmente saia das prateleiras das lojas de grandes magazines e dos hipermercados.
Nesse cenário de pirataria em alta e concorrência acelerada, as lojas de rua, especializadas na venda de CDs, perdem clientes, faturamento e até o próprio teto. Há números que mostram como elas já perderam fôlego.
O total de falências requeridas por esses pontos-de-venda na capital paulista cresceu. No ano passado, oito pequenas redes especializadas fecharam as portas. A expectativa é que, neste ano, o número, no mínimo, se repita. Em 99, foram cinco, informa o balanço anual da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Outros dados recentes também não são nada animadores. Do total de CDs distribuídos pelas gravadoras em 2000, 36% tinham como destino as lojas especializadas. Logo atrás estavam os grandes magazines e os hipermercados. Juntos, esses dois canais de vendas somavam 35% do total distribuído no ano passado. Duas distribuidoras ouvidas pela Folha de S.Paulo acreditam que essa taxa atingiu 40% neste semestre.
Ao computar nesse balanço as vendas realizadas no comércio eletrônico, a taxa pode subir para 43%. No ano passado, apenas 1% de tudo que foi distribuído pelas gravadoras foi parar nos estoques de redes virtuais, como Submarino e Americanas.com. Neste ano, a taxa deve chegar a 3% -o que acaba elevando então a participação total (magazines, hipermercados e internet) para 43%.
"Não adianta lutar contra isso. O pequeno sempre vai ser mais atingido, como aconteceu quando disparou a concorrência no setor de padarias", diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Mesmo com essa agressiva política de vendas das redes virtuais, é a pirataria que tem atrapalhado os negócios dos pequenos comerciantes.
O diretor-geral da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), Márcio Gonçalves, estima que a pirataria pode chegar a até 70% no país, se for incluída nessa conta a falsificação de CDs e fitas cassetes. Em 97, a pirataria atingia 3% do total vendido. Em 98, 30%.
"Fica muito complicado para a loja de pequeno porte concorrer com a pirataria em um momento de forte recessão, com queda no consumo", diz André Szajman, presidente da gravadora Trama.
A gravadora Som Livre concorda. Segundo Eugenio Romaguera, diretor comercial, os hipermercados e as lojas de departamento hoje têm peso expressivo na sua distribuição. "A indústria continua atendendo lojas especializadas, mas muitas não possuem uma posição de crédito favorável", diz.
Segundo Szajman, houve queda de 53% nas vendas de CDs até setembro deste ano em relação a igual período de 2000, segundo pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
De cada 2 CDs vendidos no Brasil, 1 é pirata
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da Folha de S.Paulo
Estima-se que um em cada dois CDs vendidos hoje no país seja pirata. Calcula-se ainda que 40% do total comercializado no Brasil atualmente saia das prateleiras das lojas de grandes magazines e dos hipermercados.
Nesse cenário de pirataria em alta e concorrência acelerada, as lojas de rua, especializadas na venda de CDs, perdem clientes, faturamento e até o próprio teto. Há números que mostram como elas já perderam fôlego.
O total de falências requeridas por esses pontos-de-venda na capital paulista cresceu. No ano passado, oito pequenas redes especializadas fecharam as portas. A expectativa é que, neste ano, o número, no mínimo, se repita. Em 99, foram cinco, informa o balanço anual da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Outros dados recentes também não são nada animadores. Do total de CDs distribuídos pelas gravadoras em 2000, 36% tinham como destino as lojas especializadas. Logo atrás estavam os grandes magazines e os hipermercados. Juntos, esses dois canais de vendas somavam 35% do total distribuído no ano passado. Duas distribuidoras ouvidas pela Folha de S.Paulo acreditam que essa taxa atingiu 40% neste semestre.
Ao computar nesse balanço as vendas realizadas no comércio eletrônico, a taxa pode subir para 43%. No ano passado, apenas 1% de tudo que foi distribuído pelas gravadoras foi parar nos estoques de redes virtuais, como Submarino e Americanas.com. Neste ano, a taxa deve chegar a 3% -o que acaba elevando então a participação total (magazines, hipermercados e internet) para 43%.
"Não adianta lutar contra isso. O pequeno sempre vai ser mais atingido, como aconteceu quando disparou a concorrência no setor de padarias", diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Mesmo com essa agressiva política de vendas das redes virtuais, é a pirataria que tem atrapalhado os negócios dos pequenos comerciantes.
O diretor-geral da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), Márcio Gonçalves, estima que a pirataria pode chegar a até 70% no país, se for incluída nessa conta a falsificação de CDs e fitas cassetes. Em 97, a pirataria atingia 3% do total vendido. Em 98, 30%.
"Fica muito complicado para a loja de pequeno porte concorrer com a pirataria em um momento de forte recessão, com queda no consumo", diz André Szajman, presidente da gravadora Trama.
A gravadora Som Livre concorda. Segundo Eugenio Romaguera, diretor comercial, os hipermercados e as lojas de departamento hoje têm peso expressivo na sua distribuição. "A indústria continua atendendo lojas especializadas, mas muitas não possuem uma posição de crédito favorável", diz.
Segundo Szajman, houve queda de 53% nas vendas de CDs até setembro deste ano em relação a igual período de 2000, segundo pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
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