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08/11/2001
-
08h11
CLÁUDIA DIANNI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Mesmo com o risco de haver quebra no setor aéreo brasileiro, o governo pretende manter a atual política de não oferecer dinheiro novo para ajudar as empresas. A Folha de S.Paulo apurou que o governo espera uma reestruturação do setor de acordo com sua realidade financeira, mesmo que isso represente risco de falência.
Nessa avaliação, uma eventual quebra da Transbrasil não preocupa o governo. O Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil), formado pelos ministros da Defesa, do Desenvolvimento, da Fazenda, da Casa Civil, e desde o mês passado, das Relações Exteriores, possui estudo que garante que não faltará oferta de vôos se houver quebra de uma empresa.
De acordo com o estudo, feito em 2000, mesmo que a Varig, a maior companhia, deixasse de voar, ainda assim haveria oferta. O problema é que a Varig opera sozinha rotas que não são lucrativas, portanto, não haveria vôos para esses destinos. Neste caso, o governo teria de negociar destinos com as demais empresas.
Só haveria colapso no setor se as duas maiores empresas, Varig e TAM, que atendem cerca de 70% do mercado, deixassem de voar. Mas o governo diz que a TAM e também a Gol não correm riscos.
A estratégia do governo é deixar que a falta de crédito das empresas endividadas as obrigue a diminuir o seu tamanho. Foi o que aconteceu com a Vasp, que deixou de operar rotas internacionais e demitiu funcionários.
Algumas medidas já foram tomadas pelo governo para ajudar o setor. Neste ano, o governo deixou de controlar o preço das tarifas aéreas, renegociou as dívidas das empresas com o pagamento de taxas aeroportuárias e isentou de impostos alguns serviços, como o de transporte de peças e partes de aviões.
A única possibilidade de o governo colocar dinheiro público no setor será por questões de segurança nacional. Por isso, os ataques terroristas aos EUA ainda podem levar o governo a dar alguma ajudar para as empresas.
Os ataques de 11 de setembro derrubaram a tese, que vinha ganhando força no governo, de aumentar a participação do capital estrangeiro no setor, atualmente limitada a 20%.
Quando os atentados ocorreram, o governo estava discutindo se queria garantir que empresas nacionais operassem linhas internacionais. O Ministério da Defesa considerava que o controle dessas rotas nas mãos de empresas brasileiras era uma questão estratégica. Mas havia sido voto vencido. Depois do dia 11, o assunto voltou a ser de segurança nacional.
Agora, o grupo de técnicos que assessora o Conac está elaborando um estudo para levantar a diferença entre os custos das empresas nacionais e os das estrangeiras nas rotas internacionais.
O estudo servirá como base para o governo decidir se ajudará as empresas nacionais, cobrindo a diferença paga por elas por causa do custo Brasil em operações com leasing de aeronaves, custo de seguro e juros em empréstimos.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Mesmo com o risco de haver quebra no setor aéreo brasileiro, o governo pretende manter a atual política de não oferecer dinheiro novo para ajudar as empresas. A Folha de S.Paulo apurou que o governo espera uma reestruturação do setor de acordo com sua realidade financeira, mesmo que isso represente risco de falência.
Nessa avaliação, uma eventual quebra da Transbrasil não preocupa o governo. O Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil), formado pelos ministros da Defesa, do Desenvolvimento, da Fazenda, da Casa Civil, e desde o mês passado, das Relações Exteriores, possui estudo que garante que não faltará oferta de vôos se houver quebra de uma empresa.
De acordo com o estudo, feito em 2000, mesmo que a Varig, a maior companhia, deixasse de voar, ainda assim haveria oferta. O problema é que a Varig opera sozinha rotas que não são lucrativas, portanto, não haveria vôos para esses destinos. Neste caso, o governo teria de negociar destinos com as demais empresas.
Só haveria colapso no setor se as duas maiores empresas, Varig e TAM, que atendem cerca de 70% do mercado, deixassem de voar. Mas o governo diz que a TAM e também a Gol não correm riscos.
A estratégia do governo é deixar que a falta de crédito das empresas endividadas as obrigue a diminuir o seu tamanho. Foi o que aconteceu com a Vasp, que deixou de operar rotas internacionais e demitiu funcionários.
Algumas medidas já foram tomadas pelo governo para ajudar o setor. Neste ano, o governo deixou de controlar o preço das tarifas aéreas, renegociou as dívidas das empresas com o pagamento de taxas aeroportuárias e isentou de impostos alguns serviços, como o de transporte de peças e partes de aviões.
A única possibilidade de o governo colocar dinheiro público no setor será por questões de segurança nacional. Por isso, os ataques terroristas aos EUA ainda podem levar o governo a dar alguma ajudar para as empresas.
Os ataques de 11 de setembro derrubaram a tese, que vinha ganhando força no governo, de aumentar a participação do capital estrangeiro no setor, atualmente limitada a 20%.
Quando os atentados ocorreram, o governo estava discutindo se queria garantir que empresas nacionais operassem linhas internacionais. O Ministério da Defesa considerava que o controle dessas rotas nas mãos de empresas brasileiras era uma questão estratégica. Mas havia sido voto vencido. Depois do dia 11, o assunto voltou a ser de segurança nacional.
Agora, o grupo de técnicos que assessora o Conac está elaborando um estudo para levantar a diferença entre os custos das empresas nacionais e os das estrangeiras nas rotas internacionais.
O estudo servirá como base para o governo decidir se ajudará as empresas nacionais, cobrindo a diferença paga por elas por causa do custo Brasil em operações com leasing de aeronaves, custo de seguro e juros em empréstimos.
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